quarta-feira, 9 de maio de 2012

Mais uma livraria fecha suas portas

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Mais uma livraria fecha suas portas 




O Recife perdeu mais uma livraria: a Potylivros, que funcionava na rua Riachuelo antiga Livraria Síntese. Foi um encerramento frio e mais que breve. Encontra-se colada na porta “Encerramos nossas atividades”. Isso, mais uma vez, me fez lembrar quando a então Livro 7 fechou suas portas nos meados dos anos 90, localizada próxima ao famoso Beco da Fome, precisamente na rua Sete de Setembro. Era registrada pelo Guiness Book como a maior livraria da América Latina. Agora a maioria dos recifenses estão ligados no mercado de shows. Depois de ver Paul McCartney estão considerando a capital pernambucana pronta para receber grandes espetáculos. Para se ter uma idéia, vem aí a Copa 2014, quando shows ocorrerão na Arena Pernambuco, esta com capacidade maior do que o “Colosso do Arruda”. Bom, voltando ao assunto da Poty Livros, em suas proximidades havia uma placa e muita gente rindo: “Tenha juízo, vote em João Doido”. Há que se dizer muita sorte a minha ter retirado meus quatro livros consignados...

Em 1991 o Diário do Pará publicou a seguinte manchete na primeira página: “Calvino, um escritor das estradas”. Chegar onde estou chegando é uma luta, companheiros de ideologia e de sofrimento. A verdade é que os livreiros tem suas razões, o nosso povo não tem o hábito de ler... (vide Fiteiro Cultural IV, pp. 25-7). Até mesmo os livros sendo editados pelos órgãos do Estado ou Município, depois do lançamento, o chamado “noite de autógrafos”, vai a sobra à prateleira das repartições. Geralmente ficam edições inteiras abandonadas nos porões das Fundações. Em 1996 houve uma campanha da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) “Um Livro por Um Real”. Sinceramente, seria melhor que fossem distribuídos gratuitamente. Pois os cupins, traças e morcegos estavam destruindo os exemplares. Em 26 de fevereiro de 1997 foi publicada no Jornal do Commercio uma sátira de minha autoria: “Livros a peso”. Finalizando, transcrevo em resumo:

“– Gilberto Freyre, estamos presos e esquecidos!

- Mauro Mota, nós somos imortais, nunca seremos esquecidos.

- Quem diria, hem? Um livro por um real!

- O nosso povo não tem o hábito de ler Ascenso Ferreira... Eram

os livros pedindo socorro desde 1980 na ‘Casa de Detenção’, atual

Casa da Cultura.”



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