quinta-feira, 27 de março de 2014

A mídia


A mídia

Por José Calvino


Atenção, politiqueiros e maus governantes! Vocês terão a honra de ler (em resumo) minhas denúncias (que não são poucas).

A mídia, que se diz transmissora da linguagem da população, se expressa de forma muitas vezes  poética na publicidade, no cinema, na televisão, nos jornais, nas rádios, e até mesmo a música popular, medem de fato o grau da opinião pública ou de sua satisfação? Porque, até onde sei, os institutos de pesquisa mensuram apenas audiência. E, em verdade, será que estes não são financiados pelos próprios veículos de comunicação?

A mídia sempre se coloca como porta-voz da opinião pública, caracterizando um oligopólio de interesses particulares. Na justiça, por exemplo, tende a considerar a aceitação dos embargos. Por um aceno, em certos casos, pelas vantagens oferecidas em um trabalho investigativo não cumprem e fazem pouco caso  das decisões judiciais e o prejudicado sempre é o trabalhador (o povo como um todo), e, nestes casos,  o juiz fica  sempre ao lado dos governantes e refém da mídia que, com o seu poder de persuasão, consegue influenciar em todos os aspectos a vida do ser humano.  Em alguns casos, gerando na opinião pública clamores punitivos. Portanto, o momento histórico brasileiro precisa de uma alerta urgente. Acorda, Brasil!






terça-feira, 25 de março de 2014

Maracatu Barco Virado I*



Maracatu Barco Virado I*

Por José Calvino


Deixa correr o barco
Para ver o que acontece
Vamos tocar o barco
Ir em frente...

Apesar de tudo
A canoa já virou, então?
Moçada exibe tudo
Deixa as coisas como estão...

É o Barco Virado
Maracatu da Mata
Está sendo cantado
Com os versos da poetada.

Vamos lá...
Com o Barco Virado
Na apresentação bela
E mais aprimorado...



*Publicado no livro: "Os pacientes do doutor Fróide" - p. 38. Ed do autor.


quarta-feira, 12 de março de 2014

Maracatus nos Carnavais


Maracatus nos Carnavais

Por José Calvino


O maracatu tem batida marcante, com raízes na cultura africana. Segundo a história da escravidão, Recife – Editora Massangana, 1988: “(...) Com a abolição da escravatura negra, em 1888, e a proclamação da República, em 1889, a figura do Rei do Congo – Muchino Riá Congo – perdeu a sua razão de ser. Os cortejos dos reis negros já presentes no carnaval, por sua vez, passaram a ter como chefe temporal e espiritual os babalorixás dos terreiros do culto nagô e vieram para as ruas do Recife, não somente nos dias de festas religiosas em honra de Nossa Senhora do Rosário, mas também nas festas carnavalescas. Após a abolição, porém, os antigos cortejos das nações africanas, que continuaram a se fazer presentes no carnaval do Recife, então sob a chefia dos seus babalorixás, passaram a ser chamados de maracatus, particularmente quando a notícia tinha conotação policial...”

Sempre gostei de presenciar os maracatus, sobretudo os dos Morros de Casa Amarela. O primeiro deles, criado pelo pessoal do Morro Nossa Senhora da Conceição, foi o “Sol Nascente”, em tom de baque virado. Alguns moradores naquela época, ignorantes, não aceitaram e resolveram acabar com pedradas o batuque e, para isso, ainda contaram com apoio da polícia (sic). Só nos anos 30, Biu do Maracatu fundou o Águia de Ouro, conseguindo licença na então Secretaria de Segurança Pública para o seu funcionamento. Pois antes, era proibido, e era considerado uma afronta passar na frente do Comissariado de Polícia.
  
Este ano (sic) 26 nações de maracatus foram convidadas para se exibirem no carnaval, provenientes do Grande Recife e, realizaram seus respectivos cortejos, apresentando suas rainhas e calungas. Vibrei com o Maracatu Nação Lira do Morro da Conceição que, pela primeira vez, desfilou  com grande estilo. O nome deste maracatu provém de uma antiga troça carnavalesca, conhecida por Lira do Horizonte. Foi sensacional a estréia oficial, quando o povo assistiu ao grande espetáculo com uma salva de palmas. P A R A B É N S, com letras maiúsculas, pessoal!



sexta-feira, 7 de março de 2014

Carnaval



                                           Carnaval
                                    Por José Calvino


O carnaval é a maior festa popular no Brasil. Antigamente durava quatro dias, antes da quarta-feira de Cinzas e era pacífico, as lanças só soltavam perfume, ao contrário de hoje em dia, quando o que se lança nas pessoas é a violência.  O  carnaval este ano (2014), por exemplo, começou aqui em Recife e em Olinda, com brigas, drogas...o ‘escambau’! Como foi citado na crônica de minha autoria: “Literatura & Carnaval”. No sábado de Zé Pereira, pela manhã, aconteceu uma surpresa agradável, a visita de Azambujanra. A surpresa estava estampada no seu rosto e em sua alegria, ao chegar, recitando:

Carnaval sem depressão


Carnaval festa popular
Muitos entram em depressão
Uns no abatimento moral
Outros no físico
Como sair dessa situação?
A cidade está para poesia
A boemia está para alegria
O religioso está para igreja
- Tudo em paz?
Neste frevo-canção
-Vamos dançar?
De repente...
Dança depressão.

(Feito no Maracatu Barco Virado, RecifeOlinda – Carnaval 2008).

Então, resolvemos brincar o carnaval, até porque o meu amigo sonhou relembrando que os princípios democráticos em qualquer nação livre baseiam-se no senso de justiça de todas as instituições de governo, entre as quais deve existir o respeito mútuo. Quando publiquei o meu terceiro livro, “O Cristo Mulato”, p.33 – ed. 1982, ele não agradou, é claro, nem ao governo militar, nem à igreja. Nele, eu mencionava: “(...) Se o povo soubesse a força que tem, ah! Só bastaria a metade daquele povo que acompanha o Clube de Máscaras Galo da Madrugada, que sai do Recife nos carnavais arrebanhando uma multidão incalculável, para se rebelar com este desgoverno...”    

Azambujanra acha que o sonho foi motivado pelo que foi publicado no referido livro e no comentário da doutora Dilma Carrasqueira:
“Ei, pessoal, vem moçada!
O Clube de Máscaras Galo da Madrugada, que desfila pelas ruas do Recife todos os anos (no sábado de Zé Pereira), este ano foi ‘Galo Armorial’, com o tema ‘Frevo no Auto do Reino de Ariano’, baseado no bobo da corte, aquele que divertia a corte, mas ao mesmo tempo a criticava.”
Então, fomos assistir o povão alegre, acompanhando o Galo,  registrado no “Guinness Book” há 20 anos como a maior agremiação carnavalesca do planeta. O Galo da Madrugada reúne cerca de 1,5 milhão de pessoas (sic), saindo do Forte das Cinco Pontas pelas ruas do Recife. Cadê as máscaras, gente?

Finalmente, carnaval tranqüilo? Quase 600 ônibus foram depredados por vândalos durante o Carnaval. Assisti algumas vítimas da violência sem o chamado “Socorro de Urgência”. Uma moça levou uma cotovelada no rosto e pararam uma viatura da Polícia, que não prestou socorro sob alegação de que este é um serviço do SAMU! E a lei que trata da perturbação sonora, que estabelece o limite de  não superior a 80 decibéis?, os mal educados acham que sendo Carnaval, pode!!! Cadê as autoridades?

Foto 1  – O autor, no Galo com a sambista Janayna Barbosa – Carnaval 2014.
Foto 2 – O autor, no Morro da Conceição, com Mayara dos Santos. A mulata tem samba no pé e brilhou na passarela. Foi coroada este ano  rainha de bateria da Galeria do Ritmo - Carnaval 2014.
Foto 3 – O autor, com a foliã Malena,  na quadra da Praça D. Odete Gomes de Almeida do  Morro da Conceição. Carnaval 2014.

Obs: As fotos foram tiradas por Sandra Kelly (Ninha) e Janayna Barbosa, ambas da comunidade forte  como a do Morro da Conceição. Mais fotos no Fiteiro Cultural- http://josecalvino.blogspot.com/