segunda-feira, 1 de maio de 2017

A Devota E O Livro Jesus


A Devota E O Livro Jesus

Por José Calvino

A minha conterrânea Maria da Conceição, devota de Nossa Senhora da Conceição, era minha amiga e confidente, nascemos na mesma data: 29 de agosto de 1941. 
Na semana passada a encontrei na praia de Boa Viagem, conversamos muito, sobretudo o nascimento de Jesus Cristo, escrito por mim e que a mesma leu e releu. Fazendo-nos relembrar e refletir das nossas discussões de juventude.

Reconheço que realmente o meu temperamento muitas vezes, exaltado. Mas de certo modo, sincero, oposto a esses politiqueiros e religiosos que se consideram a salvação da Pátria com hipocrisias, embromações ridículas e pregações irritantes...

Enfim,  termino esta crônica com “Verdades & Mentiras de Jesus”, publicada na 1ª edição do livro “Jesus”, p. 35 – Ed. esgotada.    


Verdades & Mentiras de Jesus



Sofre, como todo mundo sofre!
Cabe-nos estar organizados para viver bem
Aproveitando a vida como pudermos
Para melhorar a nosssa performance.

Bem ou mal, vamos levando a vida
No entanto, sem prejudicar o próximo
Por isso Jesus, por querer o bem da humanidade,
Agiu com verdades e mentiras.

O tempo passa, os poderosos vivem da mentira
(Descaradamente)
Em nome de Jesus, que dizia ser filho de Deus.

Sem saber nada da Mãe Natureza,
Estaria falando a verdade ou a mentira?
-Ah, pobres de nós, religiosos, irreligiosos e ateus!


Recife, 31 de dezembro/2014.


quinta-feira, 27 de abril de 2017

O desembargador


O desembargador

Por José Calvino


- A diferença entre um homem e o seu reverso é simples:
o primeiro é um homem de consciência, o segundo  um
homem que vai na onda.
                                             (C. Wagner)



Um amigo juiz de direito, nomeado desembargador pelo Ministro do Tribunal de Justiça, relendo “ O maior xexeiro no País do futebol”, me contou alguns problemas que existem e que sempre existiram:  são em geral reivindicações dos trabalhadores de modo geral.  O nosso povo não está preparado para revolucionar, até porque uma boa parte dos nossos intelectuais vivem politicamente e culturalmente em cima dos muros, esperando uma oportunidade para mamar nas tetas do governo. Os brasileiros já se preparam para receber o maior evento do futebol mundialGastamos involuntariamente (nós, cidadãos que pagamos a fatura) milhões com estádios de Primeiro Mundo. No entanto, o governo não cumpre as decisões judiciais e, simplesmente, as despreza ou menospreza. Vergonhosamente já houve caso, em 2003, de desconsiderarem a decisão do Tribunal de Justiça, inclusive com o amparo no dispositivo aplicável da atual Carta Magna. Votaram com Desembargador, Relator e desembargadores...

Estou preocupadíssimo com que uma pessoa idosa, alto de cabelos brancos, me contou revoltado que, desde criança, sabe que esses governos com conivência da justiça,  falam mais alto que a lei. Um país que  vive de miséria, prostituição, jogos de azar..., as autoridades sendo subornadas pelos poderosos, nada mais podemos esperar! O pior: em março deste ano, o juiz homologou a sentença que diz que o depósito judicial será realizado com uma importância de fazer vergonha pela pouca vergonha dos excessos que continuam  falando mais alto que a lei. Sai governo, entra governo e cadê a lei que se deve cumprir?



- Dá vontade de colocar umas bombas nos Palácios... - disse bruscamente com voz possante: “me prendam, seus filhos das putas...”
- Porra, Azambujanra, como você é doido!
- Foda-se, respondeu.

Finalizando, é sempre bom lembrar com poesia os problemas que existem:

Primeiro é uma consideração
(eu respeito)
as massas precisam aprender.

Vamos pra frente
(eu entendo)
que se alastra, que será resolvido
as idéias claras a respeito.

Será ignorância?
(eu tenho pena)
calma que silencia.

Minha arma é a caneta
minha tranquilidade permanece
sem obrigação...
a uma ação, ou comportamento.

Não é de hoje
não cabia.
Deveria.

terça-feira, 18 de abril de 2017

De professor a policial

De professor a policial*

Por José Calvino

Povo educado, polícia educada
Povo ignorante, polícia ignorante
(Extraído do livro “O ferroviário, p.76 – ed. 1980)

Baseado nos censos penitenciários, que mostram serem os presos brasileiros, em sua maioria, pobres, pretos e analfabetos lembro que perante a lei, ao menos, todos nós somos iguais, mas será que é mesmo assim na prática? Não acredito que no nosso Brasil se tenha uma educação básica que nos prepare para vivermos felizes da vida. Observo sempre que a maioria dos que nascem neste país não tem preparo para viver dignamente, e não tem sequer o nível escolar primário! Eu continuo afirmando que a culpa é dos maus governantes por que, do contrário, será então que os meninos e meninas é que teriam culpa? Atualmente assistimos policiais militares praticarem arbitrariedades e truculências, até mesmo em festas religiosas. Então, cadê o respeito à Declaração Universal de Direitos Humanos? Sinceramente, eu sou a favor da desmilitarização da Polícia Militar, evitando assim a perpetuação do sistema ditatorial no Brasil. Lembrei-me do Curso Internacional de Policia (anos 70) quando então recebi aulas sobre o artigo de George L. Kirkham, ilustre Professor da Escola de Criminologia da Universidade da Flórida, Estados Unidos da América, intitulado" De Professor a Policial". Creio que tomar conhecimento do seu conteúdo seja muito importante para toda a sociedade que gosta de ler, sobretudo, para a formação policial brasileiro. Aproveito o ensejo e transcrevo o referido artigo, com todo prazer, em resumo:

Como professor de criminologia, tive problemas durante algum tempo, devido ao fato de que, como a maioria daqueles que escrevem livros sobre assuntos policiais, eu nunca fui policial. Contudo, alguns elementos da comunidade acadêmica norte-americana, tal como eu, foram muitas vezes demasiado precipitados ao apontar erros da nossa política. Dos incidentes que lemos nos jornais, formamos imagens estereotipadas, como as do policial violento, venal ou incorreto... Muitos dos meus alunos tinham sido policiais, e eles várias vezes opunham às minhas críticas o argumento de que uma pessoa só poderia compreender o que um agente da polícia tem de suportar quando também experimentasse ser policial. Por fim, me decidi a aceitar o repto. Entraria para a polícia e assim iria testar a exatidão daquilo que vinha ensinando. Um dos meus alunos (um jovem agente de polícia de Jacksonville, Flórida) me incitou a entrar em contato com os xerifes comandantes e vice-comandante e explicar-lhes minha pretensão...

LUTANDO POR UM DISTINTIVO
Jacksonville me parecia ser o lugar ideal. Era um porto de mar e um centro industrial em crescimento acelerado. Ali ocorriam também manifestações dos maiores problemas sociais que afligem nossos tempos: crime, delinquência, conflitos raciais, miséria e doenças mentais. Tinha igualmente a habitual favela e o bairro reservado aos negros. Sua força policial era tida como uma das mais evoluídas dos Estados Unidos... Pretendia um lugar não como observador, mas como patrulheiro uniformizado, trabalhando em expediente integral durante um período de quatro a seis meses. O comando concordou, mas puseram também a condição de que eu deveria primeiro preencher os mesmos requisitos exigidos a qualquer outro candidato a policial: uma investigação completa ao caráter, exame físico, e os mesmos programas de treinamento. Havia outra condição com a qual concordei prontamente: em nome da moral, todos os outros agentes deviam saber quem eu era e o que estava fazendo ali. Fora disso, em nada eu me distinguiria de qualquer agente, desde o meu revólver Smith Wesson calibre 38 até o distintivo e uniforme...Concluído o curso, eu aprendia como utilizar uma arma, como interrogar suspeitos, investigar acidentes de trânsito, treinamento de luta de defesa pessoal, com os músculos cansados, pensava que estava precisando era de um exame de sanidade mental por ter-me metido naquilo...
PATRULHANDO A RUA
Ao escrever este artigo, já completei mais de 100 rondas como policial iniciado, e tantas coisas aconteceram no espaço de seis meses jamais voltarei a ser a mesma pessoa. Nunca mais esquecerei também o primeiro dia em que montei guarda à porta da delegacia. Sentia-me no mesmo tempo estúpido e orgulhoso no meu novo uniforme azul e com a cartucheira de couro. A primeira experiência daquilo que eu chamo de minhas ‘lições de rua’ aconteceu logo de imediato. Com meu colega de patrulha, fui destacado para um bar, onde havia distúrbios, no centro da zona comercial da cidade. Lá chegando, encontramos um bêbado robusto e turbulento que, aos gritos, se recusava a sair. Tendo adquirido certa experiência em admoestação correcional, apresentei-me a tomar conta do caso. ‘Desculpe, amigo’, disse eu sorridente, ‘não quer dar uma chegadinha aqui fora para bater um papo comigo?’. O homem me encarou esgazeado e incrédulo, , com os olhos raiados de sangue. Cambaleou para mim e me deu um empurrão no ombro. Antes que eu tivesse tempo de me recuperar, chocou-se de novo comigo - e desta vez fazendo saltar da dragona a corrente que prendia meu apito. Após breve escaramuça, conseguimos levá-lo para a radiopatrulha. Como professor universitário, eu estava habituado a ser tratado com respeito e deferência e, de certo modo, presumia que iria continuar assim em minhas novas funções. Agora, porém, estava aprendendo que meu distintivo e uniforme, longe de me protegerem do desrespeito, muitas vezes atuavam como um ‘imã’ atraindo indivíduos que odiavam o que eu representava. Confuso, olhei para meu colega, que apenas sorriu.
TEORIA E PRÁTICA
Nos dias e semanas seguintes, eu iria aprender mais coisas. Como professor, sempre procurara transmitir aos meus alunos a idéia de que era errado exagerar o exercício da autoridade, tomar decisões por outras pessoas ou nos basearmos em ordens e mandatos para executar qualquer tarefa. Como agente de polícia, porém, fui muitas vezes forçado a fazer exatamente isso. Encontrei indivíduos que confundiam gentileza com fraqueza – o que se tornava um convite à violência. Também encontrei homens, mulheres e crianças que, com medo ou em situação de desespero, procuravam auxílio e conselhos no homem uniformizado. Cheguei à conclusão de que existe um abismo entre a forma como eu, sentado calmamente no meu gabinete com ar condicionado, conversava com o ladrão ou o assaltante a mão armada, e a maneira como os patrulheiros encontram homens – quando eles estão violentos, histéricos ou desesperados. Esses agressores, que anteriormente me pareciam tão inocentes, inofensivos e arrependidos depois do crime cometido, agora, como agente da polícia, eu os encarava pela primeira vez como uma ameaça à minha segurança pessoal e à da nossa própria sociedade.
APRENDENDO COM MEDO
Tal como o crime, o medo deixou de ser um conceito abstrato para mim, e se tornou algo bem real, que por várias vezes senti: era a estranha impressão em meu estômago, que experimentava ao me aproximar de uma loja onde o sinal de alarme fora acionado; era uma sensação de boca seca quando, com as lâmpadas azuis acesas e a sirene do carro ligada, corríamos para atender a uma perigosa chamada onde poderia haver tiros. Recordo especialmente uma dramática lição no capítulo do medo. Num sábado à noite, patrulhava com meu colega uma zona de bares mal freqüentados e casas de bilhares, quando vimos um jovem estacionar o carro em fila dupla. Dirigimo-nos pra o local, e eu lhe pedi que arrumasse devidamente o automóvel, ou então que fosse embora – ao que ele respondeu inopinadamente com insultos. Ao sairmos do carro de radiopatrulha e nos aproximarmos do homem, a multidão exaltada começou a nos rodear. Ele continuava a nos insultar e se recusando a retirar o carro. Então, tivemos que prendê-lo. Quando o trouxemos para a viatura da polícia, a turma nos cercou completamente. Na confusão que se seguiu, uma mulher histérica me abriu o coldre e tentou sacar meu revólver. De súbito, eu estava lutando pra salvar minha vida. Recordo a sensação de verdadeiro terror que senti ao premir o botão do armeiro onde se encontravam nossas armas. Até então, eu sempre tinha defendido a opinião de que não devia ser permitido aos policiais o uso de armas, pelo aspecto agressivo que denotavam, mas as circunstâncias daquele momento fizeram mudar meu ponto de vista, porque agora era minha vida que estava em perigo. Senti certo amargor quando, logo na noite seguinte, voltei a ver já em liberdade o indivíduo que tinha provocado aquele quase motim – e mais amargurado fiquei quando ele foi julgado e, confessando-se culpado, condenaram-no a uma pena leve por ‘violação da ordem’.
VÍTIMAS SILENCIOSAS
Dentre todas as trágicas vítimas do crime que vi durante seis meses, uma se destaca. No centro da cidade, num edifício de apartamento, vivia um homem idoso que tinha um cão. Era motorista de ônibus, aposentado. Encontrava-o quase sempre na mesma esquina, quando me dirigia para o serviço, e por vezes me acompanhava durante alguns quarteirões. Certa noite, fomos chamados por causa de um tiroteio numa rua perto do edifício. Quando chegamos, o velho estava estendido de costas no meio de uma grande poça de sangue. Fora atingido no peito por uma bala e, em agonia, me sussurrou que três adolescentes o tinham interceptado e lhe pediram dinheiro. Quando viram que tinha tão pouco, dispararam e o abandonaram na rua. Em breve, comecei a sentir os efeitos daquela tensão diária a que estava sujeito. Fiquei doente e cansado de ser ofendido e atacado por criminosos que depois seriam quase sempre julgados por juízes benevolentes e por jurados dispostos a concederem aos delinqüentes uma ‘nova oportunidade’. Como professor de criminologia, eu disponha do tempo que queria para tomar decisões difíceis. Como policial, no entanto, era forçado a fazer escolhas críticas em questão de segundos (prender ou não prender, perseguir ou não perseguir), sempre com a incômoda certeza de que outros, aqueles que tinham tempo para analisar e pensar, estariam prontos para julgar e condenar aquilo que eu fizera ou aquilo que não tinha feito.
Como policial, muitas vezes fui forçado a resolver problemas humanos incomparavelmente mais difíceis do que aqueles que enfrentara para solucionar assuntos correcionais ou de sanidade mental: rixas familiares, neuroses, reações coletivas perigosas de grandes multidões, criminosos. Até então, estivera afastado de toda espécie de miséria humana que faz parte do dia-a-dia da vida de um policial.
BONDADE EM UNIFORME
Freqüentemente, fiquei espantado com os sentimentos de humanidade e compaixão que pareciam caracterizar muitos dos meus colegas agentes da polícia. Conceitos que eu considerava estereotipados eram, muitas vezes, desmantidos por atos de bondade: um jovem policial fazendo respiração boca a boca num imundo mendigo, um veterano grisalho levando sacos de doces para as crianças dos guetos, um agente oferecendo à uma família abandonada dinheiro que provavelmente não voltaria a reaver.
Em consequencia de tudo isso, cheguei à humilhante conclusão de que tinha uma capacidade bastante limitada para suportar toda a tensão a que estava sujeito. Recordo em particular, certa noite em que o longo e difícil turno terminaria com uma perseguição a um carro roubado. Quando largamos o serviço, eu me sentia cansado e nervoso. Com meu colega, estava me dirigindo para um restaurante a fim de comer qualquer coisa, quando ouvimos o som de vidros se quebrando, proveniente de uma igreja próxima, vimos dois adolescentes cabeludos fugindo do local. Conseguimos interceptá-los e pedi a um deles que se identificasse. Ele me olhou com desprezo, xingou e me virou as costas com intenção de se afastar. Não me lembro do que senti. Só sei que eu agarrei pela camisa, colei seu nariz bem no meu e rosnei: ‘Estou falando com você, seu cretino!’
Então, meu colega me tocou no ombro, e ouvi sua reconfortante voz me chamando à razão: ‘Calma, companheiro!’ larguei o adolescente e fiquei em silêncio durante alguns segundos. Depois, me recordei de uma das minhas lições, na qual dissera aos alunos: ‘O sujeito que não é capaz de manter completo domínio sobre suas emoções em todas as circunstâncias não serve para policial’.
DESAFIO COMPLICADO
Muitas vezes perguntara a mim próprio: ‘Por que um homem quer ser policial?’ Ninguém está interessado em dar conselhos a uma família com problemas às três da madrugada de um domingo, ou entrar às escuras num edifício que foi assaltado, ou em presenciar dia após dia a pobreza, os desequilíbrios mentais, as tragédias humanas.

O que faz um policial suportar o desrespeito, as restrições legais, as longas horas de serviço com baixo salário, o risco de ser assassinado ou ferido?
A única resposta que posso dar é baseada apenas na minha curta experiência como policial. Todas as coisas eu voltava para casa com um sentimento de satisfação e ter contribuído com algo para a sociedade - coisa que nenhuma outra tarefa me tinha dado até então. Todo agente da polícia deve compreender que sua aptidão para fazer cumprir a lei, com a autoridade que ele representa, é a única ‘ponte’ entre a civilização e o submundo dos fora da lei. De certo modo, essa convicção faz com que todo o resto (o desrespeito, o perigo, os aborrecimentos) mereça que se façam quaisquer sacrifícios.”

* O artigo “De professor a policial”, foi publicado na página 84 de seleções do Reader’s Digest do mês de março de 1975. Tomo VIII, nº 46.

Foto – Quartel da Polícia do Exército, Cabanga-Recife, 1960. Na foto, aparecem soldados da PE e, ao centro em pé, com capacete (assinalado), o soldado apelidado por “Barruada”, abatido pela Polícia do Exército, no golpe militar de 1964. Próximo, aparece o autor, o terceiro da direita para a esquerda, idem de capacete. Os demais estão de gorros de pala.

Nota do autor: No Recife, o regime fez as suas primeiras vítimas: os estudantes Ivan Rocha Aguiar e Jonas José de Albuquerque Barros (mortos) e um ferido, não identificado!



Carnaval & Literatura


Carnaval & Literatura

Por José Calvino

Os carnavalescos brincam
No Carnaval sambando e frevando.

Há três anos que não brinco
Da solidão me aproveito:
Lendo e escrevendo.



domingo, 16 de abril de 2017

Pontos de encontro do Recife de antigamente


Pontos de encontro do Recife de antigamente

 Por José Calvino
 

Os pontos de encontro da cidade do Recife tinham muito a ver com a vida noturna do bairro do Recife, área popularmente conhecida como Zona (baixo meretrício), assim chamada por se tratar de uma zona portuária (Vide p. 27 do livro de minha autoria: “Miscelânea Recife”- ed. 2001 e Boemia do Recife de antigamente, publicado no Literário na coluna “Observações e reminiscências”, 01/06/2010).
Era no Recife onde se viam cadeiras nas calçadas e as famílias a conversarem até tarde da noite. Recife do “Quem me quer?”, onde os jovens iam namorar, a Festa da Mocidade, freqüentada pela nata da sociedade. O Tobogã funcionava como grande atração, destinada à recreação das crianças, o Parque Xangai, com auto-pista, Tira Prosa, Roda Gigante, Trem Fantasma, Stands de Tiro ao Alvo, etc. O alto-falante rodando antigos sucessos como: “Conceição”, na voz de Cauby e “De Cigarro em Cigarro”, na voz de Nora Ney, também nos cabarés e nos parques de diversões eram cantadas por Nelson Gonçalves, Ângela Maria, Silvio Caldas, Dalva de Oliveira, Bienvenido Granda “El Bigote que Canta”, este último cantando “Señora”, eram os mais favoritos da época. Nos bairros periféricos o então tradicional “de alguém para alguém”, o qual transcrevo um trecho da cena do diálogo teatral, p. 56 do teatro Trem & Trens: “ GLÓRIA (Calçada, recordativa) – Meu velho, eu não me esqueço quando você mandava anunciar ‘na festa’, para mim, aquela poesia, que o locutor (com sua linguagem própria) dizia (rindo) ‘pétlas’, em vez de pétalas e ‘ovário’, no lugar de orvalho.
CARLOS (Calçada, imitando o locutor) – “Atenção, atenção, Glorinha. Abra o seu coração, como as pétlas de rosa para receber as gotas de ovário, que caem nesta noite linda, em que nos amamos para sempre, e escuta esta página musical...”
A FECIM no Parque da Jaqueira, trazia as novidades internacionais e nacionais na área do Comércio e das Indústrias.
Na Zona e alhures do grande Recife, a boemia tinha outros locais, outros pontos de encontro, alguns bares no centro da cidade fizeram a história, destacavam-se: Savoy, Botijinha e Uirapuru, na Matias de Albuquerque; Cabana e Torre de Londres, no Parque 13 de Maio; Star, na Conde da Boa Vista; o Lero-Lero ao lado direito do Diário de Pernambuco; Brahma Chope, O Flutuante, O Buraco de Otília, funcionava num casebre na Rua da Aurora, o casebre foi demolido, o Restaurante/Bar ficou funcionando na mesma rua numa casa que já foi residência de um espanhol.
Nos bairros do Pina e Boa Viagem da orla marítima, tinha o Maximes, o Pra Vocês, o Cassino Americano (anos 40), viveu os seus melhores momentos no auge da II Guerra Mundial, era freqüentado por militares norte-americanos. Quando terminou o conflito, continuou com o jogo proibido e alugava quartos as prostitutas da Rua do Jaú (então baixo meretrício do Pina). No Hotel Boa Viagem, o seu restaurante era freqüentado por altas figuras da sociedade. Existia o bar e restaurante Veleiro, um point na época, situado no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Casa Navio, construída pelo empresário Adelmar da Costa Carvalho, em 1940. Era cartão postal, motivo de ter sido filmado pela Metro Golden Meyer de Hollywood para figurar em um filme. Pois com toda pompa na história do Recife, em nome da especulação imobiliária e do descaso com o passado histórico, foi demolida em 1981 para dar lugar a mais um espigão da Avenida Boa Viagem. Boa Viagem nos anos 50/60 deu o seu primeiro impulso com a construção dos edifícios Califórnia, Acaiaca e do famoso Holliday.
Nos bairros distantes da orla marítima tinha também alguns que ficaram na história:
O Caldinho de Água Fria, que ficava no bairro do mesmo nome cujo dono era seu João (falecido). Ele colava nas paredes inúmeros cartões de visita dos freqüentadores e servia pessoalmente a cana e o caldinho (Ele & Ela) colocando no caldinho de feijão o que ele chamava o barro da transamazônica
(Patê de galinha), Pirauira (raiz que tira o cheiro da aguardente ingerida) e sangue da mulher amada (Ketchup).
Existia também o Baependi, um boteco de madeira, localizado na rua da Harmonia em Casa Amarela. O nome muitos acreditavam que era em homenagem ao Marquês de Baependi. Outros achavam que se originou do navio Baependi, que segundo a história foi torpedeado por submarinos alemães em 18 de agosto de 1942. Era no “Baependi”, onde os falecidos poetas Godoy e Adalto recitavam “A Flor do Maracujá”. Godoy declamava dramatizando a lenda sertaneja. Adalto também recitava a de Fagundes Varela.
O Cantinho da Dalva, esse foi muito freqüentado por jovens no início da década de 70. Ficava na Avenida Beberibe. O dono era Mário, fã da cantora Dalva de Oliveira e lá havia tudo que lembrasse a cantora (fotos, recortes de jornais das reportagens, etc). O travesti conhecido como Elza Show, travestido de Elza Soares, cantava músicas com uma voz bem feminina. Hoje Elza Show sempre é convidado a cantar nas festas patrocinado não sei por quem!
É bom lembrar que existiam outros pontos de encontro, os cafés como a Sertã, localizada na esquina da Rua da Palma com a Av. Guararapes, no térreo do edifício do mesmo nome, onde era o Cinema Trianon. Lá se discutia mais política, com opiniões diversas nos debates políticos de fins de tarde. O Nicola, este último próximo ao bar Savoy, lá discutia-se qual o time bom, time ruim, jogador bom, jogador ruim; gols e perde gols, gol da vitória, gol do empate. Apostas e mais apostas, revoltas e mais revoltas... A Galeria do Maltado, fundada em 1928 pelo imigrante cubano Edélio Lago, pai de Antônio Gomes, que administrou-a até fechar. Era o leite maltado mais famoso do Recife. A Galeria não tinha portas e era aberta 24 horas. Nos anos 50/60, após uma bebedeira, tirava-se a ressaca com gasosa conhecida por “Koch” e, finalmente, as Sorveterias ( Vide “Recife das sorveterias”, publicado no Literário em, 01/05/2010).
O Recife sempre é retratado nos meus livros, os leitores encontrarão com mais detalhes sobre a cidade, lendo-os, principalmente o “Miscelânea Recife” (Mistura do que existe para presente e futuro). Muito obrigado.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Historieta



Historieta*

Paixão de Cristo


Era Semana Santa. Antigamente todos os anos no bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife, era armado o circo Tomara que não chova (por não ter empanada). O proprietário do circo havia dado, uns dias antes do espetáculo, uma pisa num rapaz, em razão do mesmo haver dado uma cantada em sua amante.
Mas o que aconteceu? O referido rapaz é contratado pelo diretor do espetáculo, junto aos demais desocupados para fazer o papel de soldado (os algozes de Jesus). Jesus carregava a cruz ao calvário, após colocarem a coroa de espinhos (feita de palha) na cabeça. Na hora em que os soldados chegavam a ele diziam: "Salve, rei dos judeus!; e davam-lhe falsas bofetadas, açoitando-o com sacos de estopa.
O rapaz inimigo, premeditadamente, colocou um "quiri" (pau) dentro do saco e danou pelo lombo do Cristo. Ao reconhecer o dito cujo, Jesus soltou a cruz e foi em cima do inimigo. Foi aí que começou a inesperada comédia. Brigando, Jesus leva desvantagem... e outras cacetadas foram dadas. Cristo então
corre, para alegria da platéia, que gritava: "Jesus frouxo!", "Jesus frouxo!".

* Gravado em disco – fev/2003.
Extraído dos livros “Miscelânea Recife”/“Trem Fantasma"

quinta-feira, 13 de abril de 2017

O que eu quero lhe informar

O que eu quero lhe informar



Sai de casa para beber e fumar.
É melhor sempre olhar pro mar,
Também é bom amar,
Fazer o bem e chamar
E à risca do povo aclamar
Que ao de tudo de bom provar
Algumas coisas só fazem é prejudicar.
Eu quero apenas lhes informar:
A bebida faz embebedar,
O fumo faz poluir o ar
E ambos só fazem drogar
Ou morrer mais depressa, continuar...

terça-feira, 11 de abril de 2017

Casa Amarela



 Casa Amarela

Por José Calvino




No passado,  Casa Amarela era considerada o bairro mais populoso do Recife, mas, lembro-me bem como a minha Casa Amarela era tranquila e animada! Com a reestruturação política, em 1988, o saudoso bairro perdeu toda sua área de morros..., exceto o Alto de Santa Isabel, acredito ser por  sua padroeira (vide (1)* “Casa Amarela”- III estrofe), enquanto os demais foram elevados à categoria de bairros. Sobretudo, destaco o Morro da Conceição e Alto José do Pinho, que sempre eclodiram em efervescência cultural. São movimentos independentes, verdadeiras riquezas culturais, com a participação de alguns de seus habitantes. Sem apoio dos órgãos competentes aos eventos locais, como consta nas crônicas, livros (livretes), CD’s, etc. Em 2015 surgiu  um projeto da Prefeitura do Recife em parceria com a Fundação Gilberto Freyre, que iria contemplar a Zona Norte no mapa turístico do Recife. Mas, até agora isto não saiu do papel. E, sem pessimismo, ao meu ver estão querendo é aparecer, pois a realidade deve ser dita face a qualquer propaganda enganosa. É o meu papel de escritor e de cronista social, defendendo a liberdade de opinião. Cadê os planos de escadas rolantes, pontilhões e outras obras? Pois estamos cansados de tantas promessas dos governos municipal, estadual e federal.

Enfim, termino esta crônica com a música Casa Amarela:

Casa Amarela
 I
Recife cidade linda
De uma natureza infinda
Do nordeste do meu Brasil
Tens um subúrbio afastado
Por Deus belo abençoado
Com tantas belezas mil:
II
Casa Amarela, ô,
Casa Amarela
Terra das morenas belas
Onde nasceu a minha ilusão

Casa Amarela
Não é por ser onde moro
É o lugar que eu adoro
Com todo o meu coração.
III
Tem na subida da ladeira
Uma santa padroeira
A virgem Santa Isabel  (1)*
Onde o sambista apaixonado
Faz seu samba ritmado
A saudação a Noel.

Onde o sambista ritmado,/ com seu pinho acompanhado,/ faz sua oração fiel.
(de minha autoria anos 60).




segunda-feira, 13 de março de 2017

Acorda Brasil



Acorda Brasil


Por José Calvino





Atenção, politiqueiros e maus governantes! Vocês terão a honra de ler minhas denúncias (que não são poucas).

Sempre ocorreu no país uma inversão de valores. No regime militar, muitos políticos, religiosos, etc, queriam militarizar-se, mas devido à idade, apelavam para os parentes ou amigos fardados. Época dos “araques”, alcagüetes, informantes e da “meganha”. Hoje, o país está muito longe de chegar à democracia digna deste nome.

A mídia, que se diz transmissora da linguagem da população, se expressa de forma muitas vezes hipócritas na publicidade, no cinema, na televisão, nos jornais, nas rádios, e até mesmo a música popular. Será que o povo gostou dos 20 anos de ditadura  militar? Porque, até onde sei, no regime militar os órgãos de imprensa seriam manipulados pelo sistema. E, em verdade, chegou a ponto de nosso povo dizer: 
“Só Jesus Cristo nos salva.”

Os órgãos de imprensa sempre se colocam como porta-voz da opinião pública, caracterizando um oligopólio de interesses particulares. Na justiça, por exemplo, tende a considerar a aceitação dos embargos. Por um aceno, em certos casos, pelas vantagens oferecidas em um trabalho investigativo não cumprem e fazem pouco caso das decisões judiciais e o prejudicado sempre é o trabalhador (o povo como um todo), e, nestes casos,  o juiz fica  sempre ao lado dos governantes e refém da mídia que, com o seu poder de persuasão, consegue influenciar em todos os aspectos a vida do ser humano. Em alguns casos, gerando na opinião pública clamores punitivos. Portanto, o momento histórico brasileiro precisa de uma alerta urgente. Acorda, Brasil!




domingo, 12 de março de 2017

JESUS 1 e 2


JESUS

Narração bíblica:

“Ninguém pode servir a dois senhores; pois ou há de aborrecer a um e amar ao outro, ou há de unir-se a um e desprezar ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos da vossa vida pelo que haveis de comer ou beber, nem do vosso corpo pelo que haveis de vestir; não é a vida mais que o alimento, e o corpo mais que o vestido? Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros, e vosso Pai celestial as alimenta; não valeis vós muito mais do que elas? Qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um cúbito à sua estatura? Por que andais ansiosos pelo que haveis de vestir? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam, contudo vos digo que nem Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. Se Deus, pois, assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? Assim não andeis ansiosos, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir? (Pois os gentios é que procuram todas estas coisas); porque vosso Pai celestial sabe que precisais de todas elas. Mas buscai primeiramente o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.”



 1 - Jesus  


Não pretendo escrever uma obra teológica ou tomar partido em conflitos religiosos. Creio a não intervenção da religião no Estado, ou seja, devem estar separados. Como exemplo de vida, já fui perseguido por ter o nome do reformador de espírito universal. Professores carolas diziam, principalmente um de história: “Foi o movimento que, dividindo os cristãos do Ocidente no século XVI, originou diversas novas igrejas chamadas protestantes, as quais não mais seguiriam o comando e a orientação do papa de Roma...”. Mas, jamais poderei ser privado de minha liberdade, pois estou escrevendo universalmente e com ousadia “Jesus”. Sem medo, sempre denunciei as injustiças sociais (Vide Liberdade de Expressão - pp.16-18). Além disso, sempre respeitei a fé cristã , até porque sempre convivi com pessoas simples e religiosas (pobres do nosso Brasil).

Com mais de 2000 anos da vinda de Jesus Cristo (Vide Hipocrisias - pp.19-22), iniciei este trabalho literário com trechos salteados do livreto (distribuídos gratuitamente),“Jesus”(Vide Fisionomia de Jesus – pp.23-24) , que Veio ao mundo sem ter Caído do céu, nem Vindo de outro planeta. Pesquisando  a Bíblia percebo que há diversas interpretações. Sinceramente, não acredito que foi assistido por uns animais irracionais que não podiam fazer nada e nem poluir a santificação do menino Jesus. Acredito que deveria ser da alçada dos seus pais, eles que teriam a obrigação de prestar essa assistência. Ora, vejamos: Jesus teve como pai adotivo José...(Vide O nascimento de Jesus Cristo – O Novo Testamento: “Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão... ”,   consta que  o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe desposada com José, sem quem tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo... Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus.” e “Naqueles dias foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do Império para recensear-se... e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura porque não havia lugar para eles na hospedaria.” - pp., Mt 1:18-25 e Lc 2:1-7).
Ele era judeu, de nome Yeshu (em grego), que representava uma sigla I= Iésus (Jesus), Kh= Kristhós (Cristo), era uma abreviatura do nome hebreu Yoehoshua andava pelas terras do Oriente Médio pregando a paz num ambiente totalmente hostil: a Palestina era território dominado pelos romanos e os próprios judeus estavam divididos em facções religiosas. Algumas, extremistas como os zelotes, que pregavam a luta armada contra os invasores. Outras, como os fariseus citados na Bíblia, conviviam com o poder romano contanto que a vida religiosa não sofresse intervenção. Nestes dois milênios que se seguiram, o Oriente Médio não deixou de ser sempre um barril de pólvora.


De acordo com as Escrituras, tanto judias quanto cristãs, Jesus teria que ter nascido em outubro na Succah (Cabana), durante as festividades da Festa dos Tabernáculos (Sucott), quando os pastores ainda podiam estar apascentando nos campos com as ovelhas. Argumentam com fundamento, que em dezembro é época de inverno no Oriente Médio e que nem mesmo o pastor mais lunático estaria fora à noite gélida, em campos cobertos de neve (Vide
Carta de uma judia a um pastor, de Dalva Agne Lynch. Idem, editorial Literário: Um blog que pensa,24/dez/2012). Acredito que é preciso conhecer bem a terra onde ele nasceu, e o povo com quem ele viveu. Cadê o então Imperador romano César Augusto?,tenho momentos de revolta contra muitos (ricos ou metidos) que relegam ao plano inferior no meio social. Muitos sem pudor,  triunfaram e ainda triunfam  com os apadrinhamentos políticos dos poderosos... 




Dizendo-se filho de Deus (Vide Quem é Deus? – pp.25-30), não ficou alheio à vida da humanidade do seu tempo. “E terão de saber que o meu nome é Jeová” (Vide Jeremias 16:21).

Então, os textos dão a entender que esse Deus foi criado pelo homem como todos os demais deuses de antigamente, sendo o das religiões uma verdadeira fantasia. Pesquisando  a Bíblia percebo que há diversas interpretações de documentos antigos, verdadeiras superstições religiosas. O nome de Deus, por exemplo, aparece diversas vezes citado pela boca de homens que dizem representá-lo ou mesmo serem próximos ao Todo Poderoso. Então eu questiono: quem conferiu a estas pessoas tais poderes?, quem atesta a veracidade dessas afirmações? Não serão blefes?  (Vide “Eu sou Jeová. Esse é o meu nome” – p.). No Forum Desembargador Rodolfo Aureliano – TJPE - Uma testemunha disse que não podia mentir porque era Testemunha de Jeová! Não é uma graça? (Vide “Testemunha de Jeová” – p. ).

Jesus era um homem inteligente, aplicava muito bem as palavras de amor e bondade (Vide Menino Jesus - pp.31-32), era um ser humano igual aos outros, nascido de relação entre um homem e uma mulher (Vide Um bom ladrão – pp.). Sobre a sexualidade de Jesus, tem crescido o número de pessoas que acham ter havido um relacionamento amoroso entre Jesus e Maria Madalena. Todos estudiosos que estudam (sic) a figura humana de Jesus sendo homem, alguma sexualidade, se não exerceu com mulheres, a exerceu com quem? Seria um anormal? Muitos o consideravam um louco, inclusive os próprios parentes. 

Ele nasceu pobre, viveu no meio do povo,  propôs aos homens se amarem como irmãos e paz para todas as pessoas (No Brasil, enquanto o governo não investir em saúde e educação, não haverá paz.). Como assim? ( Vide ABC II – pp.). Para entenderem melhor, Ele disse: “Por serem todos filhos do mesmo pai.” Alguns seguiram-no, muitos se colocaram contra e foram a favor do império romano. A polícia era assumida diretamente pelo Comandante do Templo, sob as ordens do Grande Sacerdote. Essa mesma polícia o levou a ser crucificado (Vide O Novo Testamento: “Dali a dois dias era a páscoa e a festa dos pães asmos; e os principais sacerdotes e os escribas procuravam como o prenderiam, à traição, e o matariam... E logo, falava ele ainda, quando chegou Judas, um dos doze, e com ele, vinda da parte dos principais sacerdotes, escribas e anciãos, uma turba com espadas e cacetes...Então, deixando-o todos fugiram... Tendo Jesus acabado todos estes ensinamentos, disse a seus discípulos... Por aquele tempo ouviu o tetrarca Herodes a fama de Jesus... - pp. , Mc 14:43-50 – Mt 26:47). Mas, a igreja convenceu milhões de pessoas a acreditarem que ele ressuscitou (Vide Só Pensamento – p.32). Pra mim isso é conversa pra boi dormir (Vide O Novo Testamento .
 “Tendo chamado os seus doze discípulos, deu-lhes Jesus autoridade sobre espíritos imundos para os expelir, e para curar toda sorte de doenças e enfermidades... Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça daí... - pp. , Mt 10:8).

Até hoje muitos religiosos acreditam que Jesus está vivo (Vide Será o Fim do Mundo? – pp.33-34). Tenho certeza que alguns leitores estão perguntando: “Como vivia o povo?”; “Quem se relacionava com ele?”; “Quem estava no poder?”; “Havia religião?”,et cétera, (Vide Sobre cristologia - pp.36-38).

A Palestina era um país essencialmente agrícola e sua economia, sobretudo era mais voltada à agricultura (Vide O Novo Testamento “ Dias depois, entrou Jesus de novo em Cafarnaum, e logo correu que ele estava em casa... Ora, aconteceu atravessar Jesus, em dias de sábado, as searas, e os discípulos ao passar colhiam espigas... Voltou Jesus a ensinar à beira-mar. E reuniu-se numerosa multidão a ele, de modo que entrou num barco, onde se assentou afastando-se da praia. E todo o povo estava `beira-mar, na praia...mas os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições, concorrendo, sufocam a palavra, ficando ela infrutífera... Disse mais: A que assemelharemos o reino de Deus?, ou com que parábola o apresentaremos?...mas, uma vez semeada, cresce e só torna maior do que todas as hortaliças, e deita grandes ramos a ponto de as aves do céu poderem aninhar-se à sua sombra... - pp. , Mc 2: 23 – 4: 1-19 – 4: 30-32). Ah, e Jesus Cristo, que fez a água virar vinho (Vide O Novo Testamento – “Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galiléia, achando-se ali a mãe de Jesus...Tendo o mestre-sala provado a água transformada em vinho, não sabendo donde viera, se bem que o sabiam os serventes que haviam tirado a água, chamou o noivo...”   p. , João 2: 9) , na pecuária (Vide N.T. “Entrando Jesus num barco, passou para a outra banda, e foi para a sua própria cidade... E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades...Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara... Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo...Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas...”- p. , Mt 9:35-38 – 25:31-32), na pesca (O peixe era alimentação popular), no artesanato (Vide O Novo Testamento – “ Seis dias antes da páscoa, foi Jesus para Betânia, onde estava Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre os mortos... Então Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui precioso, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos; e encheu-se toda a casa com o perfume de bálsamo...” p. ,João 12:3), barcas e redes. Não havia indústrias como hoje, mas sim muitos artesãos autônomos. (Vide N.T. “Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus... Caminhando junto ao mar da Galiléia, viu os irmãos Simão e André, que lançavam a rede ao mar, porque eram pescadores... E logo os chamou. Deixando eles no barco a seu pai Zebedeu com os empregados, seguiram após Jesus... Naquele mesmo dia, saindo Jesus de casa, assentou-se à beira-mar... O reino dos céus é ainda semelhante a uma rede que, lançada ao mar, recolhe peixes de toda espécie... Aconteceu que, ao apertá-lo a multidão para ouvir a palavra de Deus, estava ele junto ao lago de Genesaré...Então fizeam sinais aos companheiros do outro barco, para que fossem ajudá-los. E foram e encheram ambos os barcos ao ponto de quase irem a pique... Tendo Jesus convocado os doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para efetuarem curas... Mas Jesus lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás, é apto para o reino de Deus...” p. , Mc 1: 16-20 – Mt 13:47 – Lc 5:1-7 – Lc 9:62) e tanques para espremer uvas ou azeite (Vide N.T. “E então se dirigiu a seus discípulos: A seara na verdade é grande, mas os trabalhadores são poucos...” - p. , Mt 9:37). Certas obras públicas, como a nova construção do templo de Jerusalém no tempo de Jesus reuniam vários operários (Vide O Novo Testamento – “Replicaram os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu, em três dias, o levantarás?...” p. , João 2:20).

Os produtos circulavam com muitas dificuldades para o comércio. A Palestina não era uma região diretamente marítima e as demais eram montanhosas. Apesar disso, nas aldeias  trocava-se um produto por outro. Existiam feiras livres nas cidades, principalmente nas maiores  como a Galiléia, onde se desenvolvia um certo comércio internacional; para isso se usavam várias moedas de diversos países (Vide O Novo Testamento – “Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para o ouvir... Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la?... Aconteceu que, num daqueles dias, entrando Jesus a ensinar o povo no templo e a evangelizar, sobrevieram os principais sacerdotes e os escribas, juntamente com os anciãos... Mostrai-me um denário. De quem é a efígie e a inscrição? Prontamente disseram: De César. Então lhes recomendou Jesus...”p. , Lc 15: 8 – 20: 24).

Nos povoados os impostos eram de diversos tipos. Para os romanos se cobrava ¼ das colheitas, logo vendidas e trocadas em moeda. O pedágio era sobre transporte de mercadorias, taxas de alfândega... Grandes somas partiam de Jerusalém para Roma. Em Roma, uma categoria se beneficiava às custas das províncias coloniais com a Palestina. O povo tinha apenas o suficiente para sobreviver e com tantos impostos a pagar, a miséria se tornava ainda mais pesada para muitos sem condições de satisfazer suas necessidades mais vitais. A cobrança se fazia através de funcionários chamados Publicanos que atuavam em todos os níveis (Vide O Novo Testamento “Portanto Jesus dali, viu um homem, chamado  Mateus, sentado na coletoria, e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu...Ide , porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não holocaustos; pois não vim chamar juntos, e, sim, pecadores [ao arrependimento]... Disse-lhe Jesus uma parábola, sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer... O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano...” - p. , Mt 9: 9-13 – Lc 18: 11).

Os responsáveis pelas cobranças ficavam com suas comissões e os furtos eram freqüentes, principalmente em altos escalões, e praticamente sem controle. A corrupção era grande e isso tudo levou o povo a desprezar e marginalizar toda a categoria dos publicanos (Vide O Novo Testamento “Disse Jesus também aos discípulos: Havia um homem rico que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como quem esstava a defraudar os seus bens... Respondeu ele: Cem cados de azeite. Então disse: Toma a tua conta, assenta-te depressa e escreve cinqüenta. Depois perguntou a outro: Tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo. Disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta...” - p. , Lc 16: 6-7).

O Templo era o centro do poder econômico e onde todos os impostos eram centralizados. Uma verdadeira fonte de empregos: vendedores de bois, ovelhas e pombas, com diversos cambistas explorando o público ( Vide N. T. “- p. ,João 2: 13-20).Então, quando Jesus falava do templo a ser destruído, ameaçava a estrutura econômica na sua base, tendo sido esse um dos motivos de sua condenação ( Vide O Novo Testamento “Tendo Jesus acabado todo estes ensinamentos, disse a seus discípulos...Este disse: Posso destruir o santuário de Deus e reedificá-lo em três dias...” - p. , Mt 26:61).

A situação econômica de Jesus era semelhante à do povo da Galiléia, por fazer parte da vida econômica dos camponeses, pescadores e das donas de casa. Os pescadores, sobretudo, eram seus discípulos, o Peixe também era o desenho usado pelos primeiros cristãos como forma de se identificarem numa época em que se declarar seguidor de Jesus significava ser devorado por leões. O desenho do peixe tinha uma mensagem mais cifrada em grego, escreve-se ikhtys. A realidade dos desempregados mostra como  se relacionam os ricos proprietários. Assim Jesus mostra que conhece perfeitamente a situação econômica da classe trabalhadora explorada (Vide O Novo Testamento “Naquela hora, aproximou-se de Jesus os discípulos, perguntando: Quem é, por ventura, o maior no reino dos céus?...Por isso o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos... E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida... E, chegando à sua terra, ensinava-os na sinagoga, de tal sorte que se maravilhavam, e diziam: Donde lhe vem esta sabedoria e poderes miraculosos? Não é este o filho do carpinteiro?, não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?...”   - p. ,  Mt 18: 23-34 – 13: 54-55).

O povo ia ao encontro de Jesus, à beira mar ou em qualquer lugar onde ele estivesse (Vide N. T. “De novo entrou Jesus na sinagoga, e estava ali um homem que tinha ressequida uma das mãos... de Jerusalém, da Iduméia, dalém do Jordão e dos arredores de Tiro e de Sidom uma grande multidão, sabendo quantas cousas Jesus fazia, veio ter com ele... Aconteceu que, num sábado, passando Jesus pelas  searas, os seus discípulos colhiam e comiam espigas, debulhando-as com as mãos...sucedeu que, em outro sábado, entrou ele na sinagoga e ensinava. Ora, achava-se ali um homem, cuja mão direita estava ressequida... Mas eles se encheram de furor e discutiam entre si quanto ao que fariam a Jesus...” - p. , Mc 3:8 – Lc 6:6-11). O Novo Testamento usa diversas vezes as palavras Povo e Multidão. Isso mostra o quanto Jesus se identificava com o povo. Jesus foi criticado por sua intimidade no contato com os marginalizados. Os Fariseus diziam: “Por que ele come com os pecadores?” E quando faziam esta pergunta Jesus respondia: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes.” (Vide N. T. “Achando-se Jesus à mesa na casa de Levi, estavam juntamente com ele e com seus discípulos muitos publicanos e pecadores; porque estes eram em grande número, e também o seguiam...Tendo Jesus ouvido isto, respondeu-lhes: Os sãos não precisam  de médico, e, sim os doentes; não vim chamar justos, e sim, pecadores...” - p. , Mc 2:15-17 – Mt 9: 11-12).

Jesus sempre manifestou seu afeto para com as crianças (Vide O Novo Testamento “ Mas, a quem hei de comparar esta geração? E semelhante a meninos que, sentados nas praças, gritam aos companheiros: Nós vos tocamos flauta, e não dançastes; entoamos lamentações, e não pranteastes... Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus...” - p. , Mt 11: 16-17 – Mc 10: 14).

Mulheres e crianças eram excluídas da vida social, igualmente aos deficientes visual, auditivo, mentais e escravos (Vide O Novo Testamento “Disse Jesus a seus discípulos: É inevitável que venham escândalos mas ai do homem pelo qual eles vem!... Ao vê-los disse-lhes Jesus: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. Aconteceu que, indo eles, foram purificados...” - p. , Lc 17: 14).Ele ficava aborrecido de ver o povo disperso, perdido, explorado e desorganizado ( Vide N. T. “Seis dias depois, toma Jesus consigo a Pedro e aos irmãos Tiago e João, e os leva, em particular, a um alto monte... Tendo eles chegado a Cafarnaum, dirigiram-se a Pedro os que cobravam o imposto das duas dracmas, e perguntaram: Não paga o vosso Mestre as duas dracmas?...Mas, para que não os escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, e o primeiro peixe que fisgar, tira-o; e, abrindo-lhe a boca, acharás um estáter. Toma-o, e entega-lhes por mim e por ti...” - p. , Mt 17: 24-27).


Jesus quebra os tabus: Fala a sós com uma mulher Samaritana (Vide O Novo Testamento “Quando, pois, o Senhor veio a saber que os fariseus tinham ouvido dizer que ele, Jesus, fazia e batizava mais discípulos que João... Neste ponto chegaram os seus discípulos e se admiraram de que estivesse falando com uma mulher; todavia nenhum lhe disse: Que perguntas?, ou: Por que falas com ela?...” - p. , João 4: 27).

Jesus se faz acompanhar por um grupo de mulheres junto com os discípulos (Vide N. T. “E Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Suzana e muitas outras, as quais lhe prestavam assistência com os seus bens...”- p. , Lc 8:1-3). Elas, sozinhas, estão presentes em Seu Calvário (Vide O Novo Testamento “Logo pela manhã entraram em conselho os principais sacerdotes com os anciãos, escribas e todo o Sinédrio; e amarrando a Jesus, levaram-no e o entregaram a Pilatos...Estavam também ali algumas mulheres, observando de longe; entre elas, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé; as quais, quando Jesus estava na Galiléia, o acompanhavam e serviam; e, além destas, muitas outras que haviam subido com ele para Jerusalém...”-  p. , Mc 15: 40-41) e serão as primeiras testemunhas da ressurreição. Naquele tempo o testemunho de uma mulher não valia nada, pesa na boa fé a veracidade do acontecimento (Vide N. T. “Mas, no primeiro dia da semana, alta madrugada, foram elas ao túmulo, levando os aromas que haviam preparado... Tais palavras lhes pareciam um como delírio, e não acreditaram nelas...”- p. , Lc 24: 1-11).

(...)

Peço licença agora aos leitores para esse lembrete: História do dinheiro da então República dos Estados Unidos do Brasil. Em 1942 foi lançada no Brasil a nota de Cr$ 10,00 (dez cruzeiros), que trazia em destaque a imagem do caudilho gaúcho Getúlio Vargas.

-> Dinheiro do Brasil: várias mudanças de nomes e valores no decorrer da história. .

Jesus reconhece que os impostos exigidos por estrangeiros são demonstração de abuso e injustiça (Vide O Novo Testamento “(...)”- p. , Mt 17: 24-27)!

Devemos pagar imposto a César ou não? Os Fariseus fizeram essa pergunta a Jesus, com intenção de provocá-lo. Claro, as vozes da administração estrangeira seguiam pressionando por todos os meios. Para isso, Jesus muito perspicazmente pediu aos Fariseus uma moeda e perguntou: “De quem é a imagem e a inscrição da moeda?”- “de César”, responderam-lhe. Era uma imagem proibida aos judeus. Um deles, retirando do seu bolso uma tal moeda, estava em contradição com a Lei que pretendia defender.

Jesus então, com certa ironia disse: “Pois bem, devolvam a César o que é de César.” (Vide O Novo Testamento “Observando-o, subornaram emissários que se fingiam de justos pra verem se o apanhavam em alguma palavra, a fim de entregá-lo à jurisdição e à autoridade do governador... Não puderam apanhá-lo em palavra alguma diante do povo; e, admirados da sua resposta, calaram-se...”- p. , Lc 20: 20-26). Será que não poderia Jesus dizer também: “Devolvam ao povo o que é dele?”

Jesus adotou uma atitude crítica em relação aos abusos do poder pela classe dominante (Vide N. T. “Depois entrou Jesus a falar-lhes por parábola: Um homem plantou uma vinha, cercou-a de uma sebe, construiu um lagar, edificou uma torre, arrendou-a a uns lavradores e ausentou-se do país...E procuravam prendê-lo, mas temiam o povo;porque compreenderam que contra eles proferia esta parábola. Então, desistindo, retiraram-se...”- p. ,Mc 12: 1-12). A critica de Jesus se dirige então aos responsáveis pela nação judia: “O dono da plantação destruirá os vinhateiros e dará a vinha a outros.”

A autoridade de Jesus como um ser social era baseada na confiança que o povo lhe tinha, e por isso a classe dominante tinha medo de mexer com ele. Jesus fez com que esse povo, com seus líderes, se organizassem e resolvessem seus problemas (Vide “Muitos, porém, os viram partir e, reconhecendo-os, correram para lá., a pé, de todas cidades, e chegaram antes deles...Os que comeram dos pães eram cinco mil homens...”- p. , Mc 15: 6-15 – Mc 6: 33-44).

Jesus morreu por dois motivos:

1 – Religioso: Foi acusado de blasfêmia porque, sendo homem, se fez igual a Deus (Vide Verdade & Mentira/Verdades & Mentiras – pp.35-36), e assim tirava dos Sacerdotes a última palavra sobre a Religião;

2 – Político: Jesus caiu numa armadilha. O sinédrio queria acabar com ele, porque se sentia ameaçado em sua autoridade. Por outro lado, os zelotes queriam uma mudança política imediata. Apesar de não concordar com os zelotes, o sinédrio conseguiu jogar o povo contra Jesus na hora da Paixão. Pode ser que por isso Barrabás, o zelote, preso por sua ação terrorista, apareceu ao povo como tendo mais condições que Jesus para encabeçar uma libertação nacionalista (Vide O Novo Testamento “(...)”- p. , Mc 15: 6-15. Idem, Sobre cristologia - pp.36-8). 

Crucificaram Jesus, em zombaria, os soldados romanos trançaram uma coroa de espinhos e a colocaram na cabeça de Jesus. Foi humilhado por dizer ser filho de Deus e rei dos judeus. A autoridade de Jesus como um ser social era baseada na confiança que o povo lhe tinha, a classe dominante tinha medo de mexer com ele. Jesus fez com que esse povo, com seus líderes, se organizassem e resolvessem os seus problemas (Vide Mc 15: 6-15 – Mc 6: 33-44). Muitos se colocaram contra e foram a favor do império romano.

 (Vide Sepulcro caiado – p.) e jogavam na Arena os cristãos aos leões. O Império de Roma que via uma nova mentalidade e ideologia reacionária criaram a Igreja Católica Apostólica Romana.

Cito agora algumas parábolas contadas por Jesus: As Casas (Vide O Novo Testamento - p. , Mt 7: 24-29) “ Quem ouve estas minhas palavras e as obedece é comparado a um homem inteligente que construiu a sua casa sobre a rocha. Choveu, houve enchentes com ventania e ela não caiu porque foi construída sobre a rocha. Quem não obedece é como um homem ignorante que construiu a sua casa sobre a areia. Choveu, houve enchentes com ventania e ela caiu, sendo grande a sua destruição.”
Quando Jesus acabou de falar, as multidões estavam admiradas com os seus ensinamentos. Porque ele ensinava com autoridade e não como os professores da Lei. (Vide O nome de Deus em vão! – pp.39-40).



Liberdade de Expressão

“... Mas o desespero é tamanho, que
quando sonhei, pensei que estavam
mijando petróleo.”

Joseph Ratzinger (o papa Bento XVI) renunciou ao papado declarando que o fazia “pelo bem da igreja”, mas será que não foi por ter dito ao clero que “estariam instrumentalizando Deus”? Me veio à memória o caso do padre Vito Miracapillo expulso do Brasil por vários motivos, entre eles por questionar a “não independência do povo”, quando em 1980 recusou-se a celebrar a missa de 7 de setembro. Na ditadura militar teve padres enquadrados na Lei de Segurança Nacional, que envolveu Estado & Igreja, povo e autoridades civis e militares. O ex-padre Reginaldo Veloso, por exemplo, autor do hino “Vito, Vito, Vitória”, em homenagem ao padre italiano, no ano de 1989, foi suspenso das funções sacerdotais pelo então arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho. Ex-Pároco do Morro da Conceição, Reginaldo foi punido por não seguir o pensamento da igreja no estilo romano, mais centralizada em sua hierarquia e que orientava que padres não se envolvessem politicamente. Em solidariedade ao religioso, os fiéis tomaram a chave da igreja cantando:

“ A chave, a chave, a chave eu não dou, a chave é de Pedro que é pescador...”

E foi preciso a polícia intervir, uma vergonha! Na verdade, até hoje não vejo organização nenhuma que lute pelo estado laico e pela separação efetiva entre governo e religião.

Quando publiquei o meu terceiro livro “ O Cristo Mulato”(1982) ele não agradou, é claro, nem ao governo militar, nem à igreja. Nele, eu mencionava: “(...) Se o povo soubesse a força que tem, ah! Só bastaria a metade daquele povo que acompanha o Clube Carnavalesco ‘O Galo da Madrugada’, que sai do Recife nos carnavais arrebanhando uma multidão incalculável, para se rebelar contra este desgoverno...” Fiz também diversos trabalhos no ITER (Instituto de Teologia do Recife), extinto em setembro de 1989, por decisão do Vaticano! O instituto foi acusado, pelos setores mais conservadores da Igreja, de adotar a linha marxista e era voltado à formação com base na Teologia da Libertação. O ITER foi criado em 1968, não agradando à “Santa Inquisição”.

Não pretendo aqui escrever uma obra teológica ou tomar partido em conflitos religiosos, mas jamais poderei ser privado de minha liberdade, pois estou escrevendo universalmente com ousadia “Jesus”. Sem medo, sempre denunciei as injustiças sociais.

Em 2013, houve um evento promovido nacionalmente pela Sociedade Livres Pensadores, em Olinda, pregando a maior integração entre os que vivem o livre pensamento, o respeito, a liberdade de expressão, etc. Com entrada franca, aproveitei o ensejo e fui distribuir gratuitamente 50 livretes da dita obra. Pasmem com o que aconteceu! Na ocasião, fui impedido de exercer meu direito democrático de divulgar meu trabalho por ateus ignorantes e preconceituosos igualmente ou talvez pior do que alguns grupos religiosos. A decepção foi grande. E ainda dizem que são discriminados. Eu, hein?!

Hipocrisias


O dia 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, foram     desfechados   pela  organização   terrorista Al-Qaeda e entraram para a história da humanidade. Dois   aviões   que cruzaram   Manhattan,  em Nova Iorque, naquela  manhã  atingiram   o   complexo do World Trade Center, onde estavam 17 mil pessoas. Outra aeronave despencou meia hora depois sobre a sede  do Pentágono  e  um  quarto   avião  caiu   na Pensilvânia.  Mais  de  3  mil   pessoas   morreram, incluindo os 19 terroristas.  O que ocorreu nesse dia me fez reler o que há mais de 100 anos o escritor Tolstoi escreveu em seu livro “O Reino de Deus Está em Vós”, mostrando que: " A hipocrisia geral penetrou a tal ponto no corpo e na alma de todas as classes da sociedade atual que nada mais pode indignar quem quer que seja. Não é à toa que a hipocrisia, em seu sentido próprio, significa representar um papel: e representar um papel, qualquer que seja, é sempre possível. Fatos como estes: ver os representantes de Cristo  abençoar  os assassinos  que  se enfileiram, armados contra seus irmãos, apresentando os fuzis para a bênção; ver os padres de todos os credos cristãos participarem, necessariamente, como carrascos, das execuções capitais; reconhecerem, com sua presença, que o homicídio é conciliável com o cristianismo (um pastor assistiu à experiência da execução pela eletricidade), nenhum   destes   fatos surpreende mais ninguém... mais do que podem fazê-lo centenas e milhares de homicídios cometidos por ignorantes e muitas vezes sob o ímpeto da paixão” (Ver Obras Completas de Jukovski, Vassili Andreivitch; célebre poeta russo).

 Hipocrisia*


Com mais de 2000 anos da vinda de Jesus Cristo a este planeta, nos passando a mensagem de dias melhores. Alicerçado através dos seus ensinamentos de amor e bondade, todavia conseguimos eleger o dia do seu aniversário, como o dia universal da hipocrisia . A humanidade desvirtuou todos os ensinamentos cristãos com as suas angústias e conseqüentemente suas ambições e intolerâncias, independentemente de raças, credos e etnias. A nação mais rica e protestante do planeta, edifica as suas vontades e verdades, alheia à miserabilidade de bilhões de seres humanos do planeta terra. Fazendo com que o livro sagrado e suas palavras, tornassem utópicas e irreais. Em nenhum momento os Estados Unidos demonstraram interesses que não fossem de sua valia e serventia. Com a chegada do Natal, este mesmo gigante consegue fazer um festival de hipocrisia, aos quatro cantos do planeta, com festividades gigantescas como decorações luxuosas, filmes invocando a presença do bom velhinho (Papai Noel), resgatando e incentivando sonhos de consumo e prevalecendo a vitória do bem sobre o mal. Assim, aprendemos através de sua presença massiva a considerá-los como perfeccionístas e com senso de justiça, imbuídos na pseudo dignidade de seus atos, mesmo que isso demonstre uma total hipocrisia (...)
A sociedade, como um todo, absorve toda essa hipocrisia com a distribuição de presentes e sorrisos hipócritas no rosto das pessoas. São mensagens falsas de carinho e incentivos! Deseja-se aquilo que não são condizentes à raça humana, tão destruída pelas mazelas que povoam nossas personalidades egoístas e falsas. Latente ao comportamento das pessoas em relação às outras, tão longe e infinitamente irreversível dos ensinamentos bíblicos . Podemos assim, eleger as festividades de final de ano, como o dia mais hipócrita de todos os tempos. Eis que chega o ano novo, as grandes cidades fazem shows pirotécnicos com o colorido no céu, pessoas literalmente embriagadas confraternizam-se com falsos abraços e beijos. No dia seguinte, vamos computar as vítimas de violência, brigas e acidentes. Demonstrando assim, que é um dia atrás do outro com uma noite no meio, sem mudanças e esperanças. Do lado da natureza, vamos deslumbrar terremotos, furacões, tufões e enchentes. Assim a humanidade edificou os seus desígnios, cultivando a intolerância na falta de amor ao próximo, sendo medíocres e literalmente hipócritas, elegendo estas festividades no pseudo intuito de uma melhor relação entre os seres humanos, tendo o disparate do desejo de um Feliz Ano Novo!!!



* Texto extraído (em resumo) do livro: "Miscelânea Recife II"-
Ed. 2012 - pp. 196-7

Fisionomia de Jesus 



Tenho recebido vários telefonemas dos leitores pedindo que fale sobre Jesus Cristo. Então resolvi transcrever, em resumo, um depoimento sobre a expressão fisionômica de Jesus através de uma carta escrita pelo senador Públio Lentulus na Judéia ao César romano, Tibério César, imperador de 14 a 37, que se refere a Jesus Cristo, que naquela época nas terras da Palestina, principiava as suas prédicas.
“Soube, ó César, que desejavas ter conhecimento do que passo a dizer-te: há aqui um homem chamado Jesus Cristo, a quem o povo chama profeta e os seus discípulos afirmam ser o filho de Deus, Criador do céu e da terra. Realmente, ó César, todos os dias chegam notícias das maravilhas deste Cristo. Para dizer-te em poucas palavras, Ele ressuscita os mortos, cura doentes e surpreende toda Jerusalém. Belo e de aspecto insinuante, é uma figura tão majestosa, que todos o amam irresistivelmente. Sua fisionomia, de uma beleza incomparável, revela meiguice e ao mesmo tempo tal dignidade que ao olhar-se para Ele cada qual se sente obrigado a amá-lo e a temê-lo ao mesmo tempo. O cabelo dele, até a altura das orelhas, é da cor das searas quando maduras, e daí até aos ombros é loiro muito claro e brilhante. É apartado ao meio por uma risca ao uso dos nazarenos. A barba é da cor do cabelo e não muito larga e também dividida ao meio. O olhar é profundo e grave; as pupilas parecem os raios do sol. Ninguém pode fitar-lhe o rosto deslumbrante. Ele é o mais belo homem que imaginar se pode e muito semelhante à sua mãe, a mais formosa figura de mulher que até hoje apareceu nesta terra. As mãos e os braços são duma grande beleza. Faz-se amigo de todos e mostra-se alegre. Quando repreende, apavora. Quando adverte, chora. Toda a gente acha a conversação dele muito agradável e sedutora (...). Nunca estudou, mas é senhor de todas as ciências. Anda com a cabeça descoberta e quase descalço (...) Muitos judeus o têm por divino e crêem nele. Também muitos o acusam a mim, dizendo, ó César, que Ele é contra tua Majestade, porque afirma que reis e vassalos são todos iguais diante de Deus...”.
 

Quem é Deus?*


No Farol da Mata foram presas diversas pessoas, banqueiros de jogo de azar, cambistas, inclusive o escritor que criticava a revolução, dizendo ter sido um golpe militar. A polícia apreendeu diversos panfletos que estavam sendo distribuídos em praça pública, um deles era sobre a divindade de Deus. Os guardas municipais arrancavam as propagandas coladas nos postes, muros, prédios da Prefeitura... O povo se revoltava com a prisão do escritor. Chamavam o prefeito de quizila, o delegado de polícia de alcoviteiro, o cônego de pedófilo. Estava igual ao Estado Novo de Getúlio Vargas. Existia a censura oficial através do então DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda).

Novamente os muros foram pichados e panfletos foram colados até na Igreja. As beatas diziam “ser o fim do mundo fazer aquilo na casa de Deus”... Os carolas se benziam, fazendo o sinal-da-cruz: “O escritor é ateu, Deus me livre querer negócio com ele. Tenho filhos pra criar...” “Minha Nossa Senhora, por que prenderam o escritor?” “Eles prendem quem não faz mal ao povo, por isso nos vem a dúvida: aonde iremos nós? quem é Deus?


Quem é Deus?


Apesar dos avanços da humanidade, continuamos a indagar e questionar a presença de um ser superior entre nós. Não conseguimos avançar um milímetro em toda esta incógnita universal. Pregamos e acreditamos em dogmas e leis que não são mais condizentes com o conhecimento humano em relação ao universo e sua evolução. Continuamos a pregar o cristianismo das cruzadas, que em sua época conduziu o homem à idade das trevas. Sendo estas as verdades divulgadas e aceitas.
Um atraso de centenas de anos, onde o simples discordar implicava em um tribunal de inquisição, assim a doutrina cristã através dos homens desvirtuou os ensinamentos de Jesus Cristo. O jogo do poder da igreja atropelou a tudo e a todos, jogando-nos às suas pseudosofias, fazendo-nos acreditar que ter fé era obrigação de todos.
No início da humanidade, com os medos e o desconhecimento dos fenômenos naturais, aliados à falta de uma estrutura jurídica estabelecida, encontraram um terreno fértil para apregoar-se as leis fundamentais, para a propagação de um conceito religioso, criando Deuses mitológicos, politeístas e com poderes inconcebíveis aos mortais.
O desenvolvimento através dos séculos e milênios mudou alguns desses dogmas. Mas ainda assistimos o proliferar de inúmeras seitas, crenças e religiões (os chamados no Brasil nos anos 50 de Nova Seita), sempre no embasamento da presença do divino entre nós, muitas vezes fugindo a uma linha da razão e da lógica.
Temos um Deus que é a nossa imagem e semelhança, em um trono divino e com poderes sobre as forças do universo, cercado de uma hierarquia dos santos, anjos, querubins e espíritos de luz. Esses conceitos, divulgados através da humanidade, persistem até os dias atuais.
Evoluímos no campo científico, passamos a conhecer com maior profundidade o universo e sua mágica na existência do infinito. E, mesmo assim, não passamos a conhecer a nossa realidade no âmbito do universo.
São bilhões de galáxias, trilhões de planetas e uma infinidade de sistemas solares.
Apesar de tudo isso, continuamos a questionar, Quem é Deus? Muitas são as atribuições a ele concebidas. Os nossos infortúnios e suas graças são predeterminadas e ditadas, não obstante as tantas injustiças cometidas à raça humana, temos terremotos, enchentes, guerras e grandes catástrofes. Sempre atribuímos esse poder decisório a Deus.
Assim, a fé se fez presente ao longo da história universal, independente de crenças ou de correntes a seguir: O dedo de Deus, nos conduz e dita-nos as suas leis e vontades, sempre apregoando as suas bondades. Fazendo-nos temer ousar em discordar. Acreditar sem ver? Esse é o verdadeiro jogo da fé. Os registros das manifestações divinas foram amplamente divulgados através das crenças religiosas.
Assim, os homens narraram e descreveram o que eles acreditavam ser o contato do divino com os mortais. No mar morto alguns pergaminhos encontrados falam com exatidão sobre esse fascinante contato entre os homens e a linguagem divina. De Buda a Cristo e ao profeta Maomé, as religiões criaram raízes e foram amplamente aceitas, não obstante a todo desconhecimento da nossa existência. A morte? Essa fascinante e desconhecida incógnita, independente de credo, nos aproxima da presença de Deus. Para que isso ocorra, temos que seguir mesmo que obrigatoriamente os seus ensinamentos. A eterna busca da paz celeste nos obriga a aceitar como verdade absoluta os seus ensinamentos.
Deus é amor. Essa é a virtude decantada ao longo de nossa existência. Foi assim que aprendemos a deslumbrar essa luz.
Todavia nos agigantamos no aprendizado da intolerância e da insensatez, marcas registradas dos seres humanos de ambos os hemisférios. As religiões de nada serviram para edificarmos um aprendizado melhor e pregamos palavras soltas, relatadas em livros sagrados. Apesar de todo nosso desconhecimento em relação à onipresença e à onipotência, divina, não conseguimos entender o sacrifício imposto a Jesus Cristo, que teve a sua presença marcada na bondade e no verdadeiro amor. Conseguimos desvirtuar todos os seus ensinamentos, não colhendo o fruto daquilo que propôs a sua vinda a este planeta. Não absorvemos um só milímetro de suas verdades. Continuamos a não entender este fantástico mundo em que vivemos, e, com toda religiosidade, continuamos a não saber Quem é Deus?
Aprendemos ao longo dos séculos que a figura abstrata do criador é quem tem os poderes sobre os destinos e desígnios. E que é dele a sua bondade, sua misericórdia e o seu perdão. Tanto nos abençoa como pode nos jogar uma eterna maldição.
Um Deus sem misericórdia e impiedoso, capaz de amaldiçoar uma geração inteira, fazendo que descendentes paguem pelos pecados dos seus antepassados.
Aprendemos que com sua bondade infinita ele é capaz de abençoar os seus escolhidos! Demonstrando assim uma parcialidade nos destinos dos filhos de ambos os hemisférios, tendo alguns a vida alicerçada na plenitude da felicidade, na estrutura familiar e com qualidade de vida boa. Outros são eternamente subjugados e espoliados, jogados à própria sorte, sem a interferência, nem a misericórdia do divino.
Todos os fatos ligados aos fenômenos naturais ou não, são atribuições de suas vontades: as grandes catástrofes, os desastres, as epidemias e os fenômenos naturais, ou seja, nada neste universo funciona sem o seu consentimento, nos fazendo acreditar que há muito as forças maléficas encontram-se inertes sem precisar atuar, pois o destino do planeta encontra-se só nas mãos de Deus. Mesmo que isto se traduza em uma infindável injustiça, só nos restando a opção de acreditar sem relutar, sem o direito a questionar e indagar: Quem é Deus?
Assim a humanidade edificou as suas verdades, distanciando-se sobre a real razão de nossa existência, a nossa presença e qual a função da vida no planeta terra. Aonde iremos nós? Quem é Deus?

* Capítulo XVIII do livro "Drogas & Crimes", ed. do autor (2003) - pp. 60-4.
Gravado em disco, mar 2003.



“Eu sou Jeová. Esse é o meu nome”



Pesquisando  a Bíblia percebo que há diversas interpretações de documentos antigos, verdadeiras superstições religiosas. O nome de Deus, por exemplo, aparece diversas vezes citado pela boca de homens que dizem representá-lo ou mesmo serem próximos ao Todo Poderoso. Então eu questiono: quem conferiu a estas pessoas tais poderes?, quem atesta a veracidade dessas afirmações? Não serão blefes? Até mesmo porque Jesus disse em sua oração: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome (Vide Isaías 42:8).

Então, se acreditamos nessas palavras, se Deus está nos céus, não viria à terra falar com pobres mortais.
O “Dilúvio”, para mim é outro exemplo dentre as lendas pré-históricas. “Como se foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas. Os filhos de Deus desceram e tiveram relações sexuais com as filhas dos homens...nasceram gigantes semideuses... Jeová notou que a maldade humana se alastrava por todo o planeta terra então haja água!” (Vide Gên 6: 2).
  
 “Os Manuscritos do Mar Morto”, encontrados nas cavernas do Quamran, ali colocados pelos Essênios, a fim de preservá-los  de não serem destruídos pelos romanos. Os pergaminhos foram rigorosamente bem estudados e analisados por paleontólogos.

Então, os textos dão a entender que esse Deus foi criado pelo homem como todos os demais deuses de antigamente, sendo o das religiões uma verdadeira fantasia. “E terão de saber que o meu nome é Jeová” (Vide Jeremias 16:21).

“Testemunha de Jeová”


Chamaram para ser testemunha,
calar-me? Quis jorrar fortalezas.
Mas, com força e sem fraquezas,
não fui uma falsa testemunha.

Não haverá justiça com hipócritas,
Nem assim  falar em paz...
Fracasso? Jamais!
Pelo menos, revogue os hipócritas.

Que semeiem justiça,
não pelo simples prazer de julgar.
Pois uma das testemunhas foi ser:
“testemunha de Jeová”.

Nota – No Forum Desembargador Rodolfo Aureliano – TJPE - Uma testemunha disse que não podia mentir porque era Testemunha de Jeová! Não é uma graça?


Menino Jesus




O poeta, que há anos se encontra na prática do Espiritismo, pegou um livro que alguém havia deixado na igreja do Bom Jesus. Lendo-o fervorosamente se viu logo curado de uma grande angústia espiritual e, a partir de então, passou a refletir se aquilo realmente não funcionaria mesmo. Enquanto folheava suas páginas  encontrou uma história que contava que em Praga foram tantos os prodígios realizados pelo Menino Deus, que daí se originou a devoção sob o título de “Menino Jesus de Praga”. O poeta conhecia a lenda que se tornou tão grandemente maravilhosa, e não acreditava tanto assim no poder da oração. E também porque não sentia certa admiração pelas religiões, principalmente quando muitos nas suas alienações pregam o evangelho...
Mas, não era por isso que o poeta não iria acreditar que o Menino Jesus tinha por hábito pregar o evangelho entre os doutores, que ouviam-no perturbados, diante de tanta sabedoria e presença de espírito.

- Por que uma criança podia saber tanto? – perguntou a si mesmo.

Por fim, sabia que existe um trecho que é fundamental aos católicos: o poder da fé como a única salvação: “Espero com confiança alcançar Vossa santa graça. Amo-vos com todo meu coração e com todas as forças da minha alma. Pesa-me de Vos ter ofendido e proponho nunca mais tornar a Vos ofender. De agora em diante, quero Vos servir com toda fidelidade e por amor de Vós, amar ao meu próximo como a mim mesmo”.

Eis a questão que penaliza a humanidade “amar ao próximo como a si mesmo”, desde a sua criação. Jesus soube amar até mesmo os seus inimigos. A humanidade deveria ser uma grande e harmoniosa família. Na igreja da Harmonia, cantavam a oração de São Francisco de Assis:
“(...) consolar, que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
É perdoando que se é perdoado,
E é morrendo que se vive para a vida eterna!”

“Um bom ladrão


Um bom religioso, desses que incontestavelmente, se vem revelando um verdadeiro ladrão que se diz: “ama  a Deus”, não leu a primeira Epístola de João 4: 20-21:

“Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.

Ora, temos da parte dele este mandamento, que aquele que ama a Deus, ame também a seu irmão.”

 Todos nós deveríamos saber que  Jesus era um homem inteligente, que aplicava muito bem as palavras de amor e bondade, era um ser humano igual aos outros, nascido de relação entre um homem e uma mulher. Ele nasceu pobre, viveu no meio do povo, ele propôs aos homens se amarem como irmãos e paz para todas as pessoas (No Brasil, enquanto o governo não investir em saúde e educação, não haverá paz.).

Com todo o coração  e espírito, sem fingimentos ou pieguismos, sem julgar-se um teólogo que não se reveste de hipocrisias e de mentiras como certos politiqueiros da pior espécie que cultuamos nocivos ensinamentos  não respeitando a cidadania da ingente maioria do povo brasileiro. Por isso, prefiro um ímpio honesto, a milhões de religiosos hipócritas que vivem mergulhados no ventre da avareza e do orgulho. 

É notório que os três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) há anos estão corrompidos e que os cidadãos estão reféns dos desmandos de quem deveria defender seus direitos. Um absurdo!

Por estes e outros motivos, não sirvo para enaltecer os ladrões de paletós e gravatas que manipula pessoas supersticiosas e incultas!!!

Enfim, termino esta crônica com a poesia intitulada “Entregue a Deus”:


Eu vou dizer
Muitos usam o nome de
Deus em vão.
Quem já não leu
Aqueles adesivos nos vidros
Traseiros dos carros?
“Deus me deu de presente”,
“Esse carro é propriedade de Jesus”,
“Esse veículo é guiado por Deus”,
“Deus é fiel...”

Um bem ou mal:
“Deus tá vendo!”
Não paga o que deve:
“Deus lhe pague!”
Pedindo esmola:
“Deus te abençoe!”
Fazer um pedido:
“Se Deus quiser!”
Pedido alcançado:
“Graças a Deus!”

De um perigo eminente:
“Deus me salvou!”
Correndo tudo às mil maravilhas:
“Deus é pai...”


*Nota – Acreditem se quiser: Na Bíblia o nome do “bom ladrão”, não aparece. Ele expressa a crença de que Jesus “virá no Reino de Deus”, e este pede que, nesse dia, Jesus se lembre dele.

 A B C II   

Aos Religiosos(as)
                                 
A, a, de Amor (Amar como Jesus amou)...
B, b, de Bom (Bom Jesus)...
C, c, de Casa (Casa residencial ou comercial)...
D, d, de Deus ( Deua Todo-Poderoso)...
E, e, de Escola (Ensina as crianças)...
F, f,  de  Filosofia (Amor à sabedoria)...
G, g, de Geração (Geração Nova que fará diferença em nossa sociedade)...
H, h, de Hora (Hora de estudar)...
I,   i, de Igreja (É uma instituição religiosa cristã que deve ser separada do Estado)...
J, j,  de José (Nome próprio, muito usado na região Nordeste) ...
L, l,  de  Livro (Como é bom ler)...
M, m,de Mãe (Devemos agradecer nossas mães pelo amor, carinho)...
N, n,  de Natal (Capital do Estado do Rio Grande do Norte)...
O, o,  de Oração (A Bíblia fala sobre a oração)...
P, p, de Pai (Devemos agradecer nossos pais pelo amor, carinho, etc)...
Q, q, de Que (Quem, qual coisa?)...
R, r,  de Rádio (Ouvir música, etc)...
S, s, de  Salada (Saladas de frutas, receitas diversas)...
T, t,  de  Tela (Recordações dos quadros negros e verdes. Hoje nas salas de aulas usa-se uma tela branca para escrever com caneta “Pilot”)...
U, u, de  Uva (Uma das frutas mais popular do mundo)...
V, v,  de  Ver (Verbo Ver)...
X, x,  de  Xadrez (É um jogo) ...
Z, z,  de   Zero (Um número usado para representar nulo)...

                                         
Nota - Em nosso país Brasil), a história da alfabetização é desde o final do século XIX, vêm-se estudando o relacionamento com antigos e novos ensinamentos, principalmente, a dificuldade de nossas crianças em aprender a ler e a escrever, especialmente nas escolas públicas.
Houve uma reforma ortográfica que mudou no nossso alfabeto com o novo acordo: a volta do “K”, do “W” e do “Y” usam-se nos casos especiais originários de outros idiomas e seus derivados...
 
 Só Pensamento



A igreja convenceu milhões de pessoas
a acreditarem que Jesus ressuscitou.
Mas, como acreditar se estamos
chegando ao clímax da decadência?
Antigamente os descrentes
eram queimados na fogueira.
Será que toda unanimidade é inteligente?
E há os livres pensadores.
Pois que sejam iluminados!







Será o fim do mundo?



Estando com umas amigas, uma delas lendo Feriadão em Olinda ( “Fiteiro Cultural”, p. 119): Praia de Olinda/Encontrei com as meninas/ Elas disseram:/ ‘Finalmente nos encontramos’/ Elas me reconheceram/ Eu que já havia quase desistido/ Com elas pude mostrar ainda.../ (unidas)/ Mas ao que pude até recordar/ (amando)/ Na praia de Olinda. Fomos ao Marola Bar, na Beira Mar de Olinda. Lá, ouvimos o famoso frevo do mestre Capiba, Trombone de prata, na voz de Expedito Baracho (sua primeira gravação na voz do próprio Expedito, na década de 60): “Ouvi dizer que o mundo vai-se acabar,/ Que tudo vai pra cucuia,/ O sol não mais brilhará./ Mas se me derem/ Um bombo e uma mulata,/ E um trombone de prata,/ O frevo bom viverá....”
As lembranças me fazem transportar no tempo e fazer vir à memória que, em dezembro de 2009, fiz um comentário sobre “ O fim do mundo em 2012”, escrito por Bráulio Tavares. A referida crônica foi publicada no jornal da Paraíba e postada num blog... (Por motivos óbvios não citarei o nome) e deve ter sido retirada por causa de uma polêmica sobre o poema pornográfico: “POEMA DA BUCETA CABELUDA”, escrito pelo mesmo poeta..., mas essa é outra história.
As afirmações para o fim do mundo, previsto para 2012, segundo os religiosos parece não ser em vão. O suposto médico e estudioso de alquimia e astrologia, Michel de Nostredame (Nostradamus), relatou em suas centúrias o fim do mundo para essa data . Juízo Final, Apocalipse. Para muitas pessoas, é uma verdadeira lenda. Mas, na crônica o poeta cita John Kappenman, da empresa Meta Tech: “Grandes correntes elétricas circulam em nossa rede, vindo da Terra através de conexões-terra em grandes transformadores. Precisamos disso por razões de segurança, mas as conexões-terra proporcionam entradas para cargas que podem danificar a rede”. Eu concordo mais com o que o poeta Bráulio Tavares diz: “ O fim do mundo, entretanto, pode ocorrer de uma maneira mais indireta, sem custar uma vida humana sequer. Pode ser apenas uma catástrofe tecnológica, que faça nossas comunicações entrarem em colapso. E a economia. E a governabilidade das nações. E a produção de alimentos, que, ao fim e ao cabo, é quem define o limite entre a vida e a morte para bilhões de pessoas.”
Finalizando esta crônica, até porque não sou cientista, estou ainda curtindo Trombone de prata:
Ouvi dizer que o mundo vai-se acabar,
(...)Pode acabar a vergonha,
Pode acabar o petróleo,
Pode acabar tudo enfim,
Mas deixem o frevo pra mim.

Verdade & Mentira


Sofre, como todo mundo sofre!
Cabe-nos estar organizados para viver bem
Aproveitando a vida como pudermos
Para melhorar a nossa performance.

Bem ou mal, vamos levando a vida
No entanto, sem prejudicar o próximo
Por isso Jesus, por querer o bem da humanidade,
Agiu com verdades e mentiras.

O tempo passa, os poderosos vivem da mentira
(Descaradamente)
Em nome de Jesus, que dizia ser filho de Deus.

Sem saber nada da Mãe Natureza,
Estaria falando a verdade ou a mentira?
- Ah, pobres de nós, religiosos, irreligiosos e ateus!


Recife, 31 de dezembro /2014.



Verdades & Mentiras de Jesus





Sofre, como todo mundo sofre!
Cabe-nos estar organizados para viver bem
Aproveitando a vida como pudermos
Para melhorar a nossa performance.

Bem ou mal, vamos levando a vida
No entanto, sem prejudicar o próximo
Por isso Jesus, por querer o bem da humanidade,
Agiu com verdades e mentiras.

O tempo passa, os poderosos vivem da mentira
(Descaradamente)
Em nome de Jesus, que dizia ser filho de Deus.

Sem saber nada da Mãe Natureza,
Estaria falando a verdade ou a mentira?
-Ah, pobres de nós, religiosos, irreligiosos e ateus!


 A poesia acima foi publicada na 1ª edição do livro “Jesus”, p.35 – Ed. esgotada. O objetivo desta crônica é mostrar o que digo no início:“Não pretendo escrever uma obra teológica ou tomar partido em conflitos religiosos. Como exemplo de vida, já fui perseguido por ter o nome do reformador de espírito universal... Foi o movimento que, dividindo os cristãos do Ocidente no século XVI, originou diversas novas igrejas chamadas protestantes, as quais não mais seguiriam o comando e a orientação do papa de Roma... Mas, jamais poderei ser privado de minha liberdade, pois estou escrevendo universalmente com ousadia “Jesus”. Sem medo, sempre denunciei as injustiças sociais. Além disso, sempre respeitei a fé cristã , até porque sempre convivi com pessoas simples e religiosas (pobres do nosso Brasil). Alguns leitores que me conhecem pessoalmente, sabem do meu comportamento como ser humano. Quando menino, a minha mãe que dizia ser da Igreja Católica Apostólica Romana, contava uma história que em Praga foram tantos os prodígios realizados pelo Menino Deus, que daí se originou a devoção sob o título de “Menino Jesus de Praga”. A lenda se tornou tão grandemente maravilhosa, mas eu sinceramente, não acreditava tanto assim no poder da oração. E também  não sentia certa admiração pelas religiões, principalmente quando muitos nas suas alienações pregam o evangelho...  a questão que penaliza a humanidade “amar ao próximo como a si mesmo”, desde a sua criação. Jesus soube amar até mesmo os seus inimigos. A humanidade deveria ser uma grande e harmoniosa família. Na igreja da Harmonia, em Casa Amarela (anos 50), sempre cantavam a oração de São Francisco de Assis:

“(...) consolar, que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
É perdoando que se é perdoado,
E é morrendo que se vive para a vida eterna!”

Um dos seus ensinamentos era assistir a missa aos domingos e orar o Pai Nosso, fazer ao dormir o sinal da Santa Cruz (esse eu faço automaticamente até hoje): “Pelo sinal da Santa Cruz, livrai-nos, Deus, nosso Senhor, dos nossos inimigos. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém”

Fazer o sinal da Santa Cruz, e no final dizer: “Amem”, mas eu fico analisando que tem gente tão carente que postam e compartilham tanta besteira no facebook, ainda por cima pedindo o “amém”! A minha mãe evitava responder as minhas perguntas, que constam no referido livro em forma de crônicas e poemas: “Liberdade de Expressão”, “Hipocrisias”, “Hipocrisia”, “Fisionomia de Jesus”, “Quem é Deus?”, “Menino Jesus”, “Será o Fim do Mundo?”, “Verdade & Mentira”, “Sobre cristologia”, “O nome de Deus em vão” e Teatro.

Sobre cristologia

Entendendo cristologia como a reflexão que, partindo da realidade de Jesus Cristo e de fé, nos remete para a nossa realidade, digo que a cristologia da sublime abstração, que é ver o Cristo Sublime, como também Espiritual, não se compromete com os pobres e se torna muito alienante, pois Jesus Cristo tomou partido pelos pobres; como também a conferência Latino-Americana em Puebla.

Essa cristologia, que é representada pelos  
grupos carismáticos, pentecostais, folcolares etc, esquece-se do Jesus histórico e lembra o Jesus amor. Isto se torna abstração, porque esquece a realidade do povo de hoje e porque não se compromete com o pobre. Esta cristologia é comparada ainda quando dita assim: Cristo é o poder, seria de socializar o poder temporal. Dizer que o poder dos políticos vem de Deus, isto é alienante.
O que mais me chama a atenção é a pluralidade da Igreja (dos grupos) na época de Jesus, assim como também o sinédrio. Os grupos que eram os fariseus (judeus que seguiam as leis de Moisés e se achavam puros. Povo de moral perfeita e por isso eram admirados); os saduceus (eram a aristocracia. Deste grupo saíam muitos sacerdotes que faziam parte do sinédrio. Eles faziam o jogo do Império Romano e acabavam com os movimentos contra o Império, não acreditavam na ressurreição); os essênios (eram os monges radicais que viviam fora da sociedade. Eles viviam uma vida perfeita na comunidade); os herodianos (seguiam a política de Herodes); os zelotes (vinham das camadas mais baixa da sociedade, eram guerrilheiros contrários radicalmente ao Império Romano).

Analisando o ontem e o hoje, dizemos que esta pluralidade na Igreja é representada, atualmente, pelos grupos: jovens, vicentinos, carismáticos, folcolares, que tinham as tendências diferentes em relação ao trabalho na Igreja de hoje. No que concerne ao sinédrio (notamos esse, tribunal de judeus), sendo manipulado pelo Império Romano em conjunto com algumas pessoas de um grupo, como os saduceus.Jesus, ensinando a alguns saduceus, disse: "Tomai cuidado com os mestres da lei que gostam de circular por aí com roupas vistosas, de receber saudações nas praças, de ocupar as primeiras cadeiras nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes, e devoram os bens das viúvas encobrindo tudo isso com longas orações: serão julgados com o maior rigor!" MC 12:38, 39 et 40.Analisando este texto, dizemos que os mestres da lei na antiguidade da Igreja eram os escribas, que hoje na nossa sociedade política (e não religiosa) são os políticos (os deputados, os senadores, os vereadores e os políticos indiretos). Com estes escribas, politiqueiros de hoje devem tomar cuidados: são demagogos, andam elegantes, usam a religião para ganhar votos do povo e jamais beneficiá-los. Essas viúvas do texto para nós são os pobres, são os índios, que são roubados e expulsos das terras pela lei dos escribas-políticos, que os grande tubarões - usam contra esses pobres coitados. Fugindo um pouco do texto, mas estando nele de maneira crítica, concluo com a parte do Sermão da Montanha, que diz: "Felizes os famintos e sedentos de justiça porque serão saciados."

Sepulcro caiado


Viver em um país do futebol?
Prisões, assassinatos, assaltos, eleições,
corrupções, desempregos, cemitérios dos vivos...
catacumbas em culto nos dias de finado.

Outras caiadas ou coloridas
de terra e flores diversas.
Uma beleza por fora estão
e por dentro em estado
de decomposição.

Lá fora os grevistas lançavam
um manifesto esclarecendo
as razões da greve à população.
Não há uma união nem amor ao próximo.
Cuja permissão do sistema
da polícia e da justiça
se mostram incapazes de resolver.

O Brasil é um grande sepulcro caiado,
como aquela citação bíblica
que agradou aos guardas que ficaram
tomando conta onde Jesus foi sepultado.






O nome de Deus em vão! 




Eu vou dizer
Muitos usam o nome de
Deus em vão.
Quem já não leu
Aqueles adesivos nos vidros
Traseiros dos carros?
“Deus me deu de presente”,
“Esse carro é propriedade de Jesus”,
“Esse veículo é guiado por Deus”,
“Deus é fiel...”

Um bem ou mal:
“Deus tá vendo!”
Não paga o que deve:
“Deus lhe pague!”
Pedindo esmola:
“Deus te abençoe!”
Fazer um pedido:
“Se Deus quiser!”
Pedido alcançado:
“Graças a Deus!”

De um perigo eminente:
“Deus me salvou!”
Correndo tudo às mil maravilhas:
“Deus é pai...” 


Termino este trabalho (1-Jesus), com a primeira Epístola de João 4: 20-21:
                                                               
“Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.

Ora, temos da parte dele este mandamento, que aquele que ama a Deus, ame também a seu irmão.”


2 – Jesus


O meu nome é Jesus Amilov, filho de Onivlakovitch Amilov de Jesus, o meu pai sempre
dizia que Jesus era um louco em dizer que era filho de Deus, um Deus criado pelo homem. Eu venho copiando somente as boas ações do meu xará, tais quais suas  palavras de amor e bondade, sem essa de “graças a Deus”! Nunca ficarei como um cordeirinho, apenas para agradar grupos de alienados religiosos ou não. A natureza difere do Deus pregado pelas religiões, e quem pode nos  fazer acreditar na existência de um Deus criado pelo homem? Os próprios religiosos se contradizem. Os dogmas proíbem falar do lado humano de Jesus Cristo, mas eu falo, mesmo sabendo que isso não agrada aos alienantes religiosos, irreligiosos e até mesmo aos ateus. Claro que a manipulação das igrejas primitivas, bem como as igrejas Católica e Evangélicas, têm como base a criação do mito Jesus. Por exemplo: Um caso que aconteceu na ditadura militar de 1964 em Pernambuco-Brasil, quando da deposição de Arraes e o bárbaro espancamento de Gregório Bezerra, este que foi amarrado e, quase em passeata (sou testemunha que o povo caminhava calado atrás do cortejo militar do Exército), levaram-no em direção à Praça de Casa Forte (bairro do mesmo nome em Recife-PE), para ser enforcado em plena praça pública, por ordem do então major Villocq. O trucidamento foi impedido graças à madre superiora do colégio Sagrada Família, que telefonou para o Bispo Dom Lamartine e o mesmo se comunicou imediatamente com o QG do IV Exército, pedindo clemência ao General Justino Alves, argumentando que não era possível que a cidade assistisse, passivamente, ao enforcamento. Se o enforcassem, ele também não seria um mito?
Alguns irreligiosos me consideram um deísta, tal como Voltaire que afirmou: “acredito no Deus que criou os homens, não acredito é no deus que os homens criaram”. Bom, como escritor e livre-pensador, leio livros religiosos, etc, para reflexão filosófica espiritualista (arte ou ciências).  

Já fui impedido de exercer meu direito democrático de divulgar meu trabalho por ateus ignorantes e preconceituosos...

Povo:

- Esse porra, é lá Jesus?
- Um lascado desse, Jesus voltou...
- Dizem que ele é sobrinho do grande Kalvinovitch, mais conhecido por “Cristo Mulato”.
- Cristo Mulato escreveu o seu livro com o pseudônimo de  Kalvinovitch Amilov!
– Ele era um homem bom.
– Sofreu muito por nós.
– Ele amava o nosso Brasil.
- Ele era poeta e escreveu para umas ladras que viviam  furtando:

Mulher ladra


Tinha o olhar onerado
de colher disputando zangada
mas era caridosa 
e maravilhosa.
A mão leve costumeira, pronta
de beijos e abraços,
os dedos dos pés furtando
a carteira.
Nua era bem feita, 
de chamar atenção.
Se denunciar as autoras daquelas façanhas... geralmente as vítimas não denunciam!





Ah, minha amiga


Fizeste-me reviver
até porque continuo
na minha simplicidade,
na luta literária
com brincadeiras sadias
sobretudo com mais EXPERIÊNCIA.
Ah, minha amiga
eu daqui te desejo
a oração de São Francisco:
“(...) que eu procure mais consolar que ser consolado, compreender que ser compreendido, amar que ser amado. Pois é dando, que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a vida eterna!”

- E as crônicas? Olha uma delas:

Por que Deus?



Vi uma moça perguntando: por que Deus? Apesar dos avanços da humanidade, a moça continuou a indagar e  questionar a presença de um ser superior entre nós.

Religiosos, irreligiosos ou até mesmo ateus usam o nome de Deus em vão. São coniventes com a real razão de nossa existência, a nossa presença e qual a função da vida no planeta Terra.

Para entender essa gente, somente s’ eu morrer? Porque, Deus? 
 

ALTO FALANTE (Voz de homem) – “Então, se alguém vos disser: Eis aqui o cristo!, ou: Ei-lo ali! Não acrediteis; pois surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos”. (MC – 13:21 e 22)

– Vocês ouviram? Ele era um falso profeta!
– Ele nunca disse ser o Cristo Jesus, ele gostava mais que o chamassem de Kalvinovitch.
- Era doido mesmo! Falar mal do governo em praça pública.
– E ele nunca enganou ninguém, e morreu defendendo esta pátria realmente há muito tempo mal governada!

MENINOS (Num só coro) – “Cristo morreu”!

– É o destino de todos nós.
– País de sofrimento  ingrato!
– País dos corruptos, como são grandes os escândalos...
– Continuaremos a luta... Aqueles dois majores da polícia provocaram tudo isto! Digo os nomes deles, sem medo de errar...
– Nem diga, que me causa nojo os nomes desses imbecis. Não merecem sair no livro de grande porte. Saindo, é promoção pra eles. Está no prelo o segundo livro de Kalvinovitch. Sairá lá para outubro ou novembro. Não sai agora por causa destas propagandas políticas. As editoras gráficas estão cheias de serviço.
- E o teatro, vamos terminar?
–  Vamos, sim. Kalvinovitch fez tudo direitinho, e pede para você dar prosseguimento aos seus trabalhos com o resultado do novo governo! ele escreveu pouco sobre os CRISTOS brasileiros.
– Eu já li os manuscritos dele. São ótimos... eu sou suspeito... O seu quociente de inteligência (QI) era muito elevado e...
– Ele escreveu até o mês passado. – dizia o padre.
– O meu dever será cumprido.
– Sim, você está pensando bem. Dê continuidade, mesmo. O nosso povo tem que assistir a esta peça. É de lei.
– Eu estou esperando as eleições para presidente da República e vamos ver quem será eleito, se vai ou não fazer um bom governo.
– Deus ouvirá as nossas súplicas. Aguardaremos. – dizia uma beata.
– Irei, agora mesmo, buscar o teatro de Kalvinovitch e dar uma pressa no romance. Época de campanha política é parada, é fogo esta gente...
– É isto aí. Depois, você me entregue.
– Tchau, gente.
- A Copa do Mundo este ano será em casa, pois este é o País do Futebol. A presidente já disse que torceu pelo Brasil mesmo presa em plena ditadura militar.
- É disso que o povo gosta, quem não se lembra quando o Brasil foi eleito sede da Copa do Mundo 2014?, ninguém protestou. Estarei relendo, após a Copa, o poema de Carlos Drummond de Andrade “E agora, José?”


Nota – Alguns trechos extraídos da peça teatral
 “O Cristo Mulato”, ed. 1994, foram encontrados na mochila de Kalvinovitch apenas são lidos pelos personagens (Onivlakovitch e Berenice).


Recife (Casa Amarela) – Pernambuco – Brasil,
outubro, 2013 / dezembro, 2014/ janeiro 2016.