quarta-feira, 25 de abril de 2012

Ariano Suassuna

                 
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Ariano Suassuna*


Ultimamente, tenho lido alguns comentários sobre o dramaturgo Ariano Suassuna, ex-secretário de Cultura, neste segundo governo de Eduardo Campos à frente do Governo de Pernambuco, assumindo o cargo de secretário-chefe da Secretaria Especial de Assessoria do Governador. Mais uma secretaria que serve como cabide de emprego. Que Ariano Suassuna é uma personalidade importante no país no campo da literatura, isso não podemos negar, mas como se diz socialista, que sonha com o socialismo na América do Sul, já chegou a dizer que não aceitaria exercer cargo político porque estava precisando escrever um romance. Entretanto, aceitou esse cargo, onde não faz nada e que só lhe serve mesmo para satisfazer interesses políticos ou de amigos, dando emprego a seus apadrinhados, entrando assim no rol dos que não dispensam o dinheiro da viúva!

Todos nós sabemos que Ariano foi muito criticado por ter assumido uma secretaria no auge da ditadura militar. Em 1968, Caetano Veloso, espelhando-se no movimento que ocorria em Paris e nos slogans grafitados pelos muros que diziam : “É proibido proibir”. No mesmo ano, o então presidente militar Costa e Silva decretou o Ato Institucional número 5 (AI-5), que deu plenos poderes ao governo. Sinceramente, sempre achei válido, importante, o governo federal, através do Ministério da Educação (MEC) investir na autodisciplina a fim de possibilitar a educação da vontade, do desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do povo. Os educadores deveriam fazer com que os jovens estudantes soubessem o que é proibido e o permitido. O então professor Ariano Suassuna dizia: “Que havia uma condenação moral para determinados atos... Crime é crime. É proibido”. Porque então proibir, em vez de educar? Concordo plenamente com o “É proibido proibir”.

Ariano quando secretário de Cultura criticou também o autor da música Pra te conquistar. É de conhecimento público que Ariano não gosta de rock e de outras coisas. O saudoso Chico Ciência, por exemplo, como Ariano o tratava ironicamente, fora vítima do secretário de Cultura. Suassuna, nunca se manifestou em prol das realizações locais, baseadas nos livros dos autores nordestinos. Ele preocupa-se apenas com ações assistencialistas como fez, por exemplo, na Ilha de Deus (antigamente conhecida como Ilha sem Deus, no livro de minha autoria O grande comandante, é chamada Ilha dos pescadores de Deus), entregando R$ 10 a um ilhéu nas encenações de suas peças teatrais (Armorial/Aula-espetáculo). Já foi vaiado em 1998 em plena apresentação de sua peça A Pedra do Reino e fortemente criticado pelos especialistas locais e do Sul do País, durante abertura do 1º Festival Recife do Teatro Nacional. O senhor Ariano deveria respeitar os nossos artistas seja de onde for. Será que ele só respeita os artistas da TV Globo?

O Sport Club do Recife foi homenageado em 16/06/08, pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, no Salão Nobre do Palácio do Campo das Princesas.
Sob o título Parcialidade do secretário de Cultura (Publicado no Meu JC em, 17/06/2008), o então secretário de Cultura, Ariano Suassuna, torcedor símbolo do Sport, discursou arrancando aplausos, e depois todos presentes cantaram os parabéns, pois foi o dia do seu aniversário (81 anos).

O governador Eduardo Campos, que mesmo sendo alvirrubro (Náutico), se comportou apenas como chefe de Estado, ao conceder ao presidente do Sport a medalha da Ordem do Mérito dos Guararapes, a mais alta comenda do governo do Estado, falou: “O Sport deu uma demonstração do espírito guerreiro do pernambucano”. Ariano, emocionado e querendo ser engraçado perante o governador, mais uma vez pisa na bola ao dizer com gozação: “Se eu fosse juiz, todas as vezes que o Corinthians pegasse na bola eu apitava impedimento!”

Como secretário de Estado vem agindo muito mal. O senhor Ariano deveria respeitar os torcedores de outros clubes. Não sou torcedor do Corinthians, mas não admito desrespeito aos demais, principalmente vindo de um representante da nossa cultura.



* Extraído do livro "Fiteiro Cultural", pp. 197-99. Ed. do Autor, 2011.

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