Brasil, repercussão internacional
Por José Calvino
“Três coisas devem ser feitas por um
juiz:
Ouvir atentamente, considerar sobriamente
e decidir imparcialmente.” (Sócrates)
Alguns amigos e amigas comentavam entre
si:
- Discordar do ponto de vista de outrem
é gratificante e faz parte do processo democrático, contanto que o desacordo, o
contra-argumento, ocorra de maneira respeitosa e isento de violências.
- Na internet mesmo, protestam, emitem
opiniões, compartilham, et cétera, et cétera. Entretanto, é difícil quando a
intolerância e a revolta de alguns se sobrepõem à cordialidade e ao respeito à
opinião de outrem, somente pelo fato de discordarem de pontos de vista dos
nossos.
- O jornal The New York Times publicou
em editorial, que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff provocaria sérios
danos à democracia brasileira, que se fortaleceu notavelmente nos últimos
trinta anos.
- Me convidaram para participar da
passeata dos que querem a renúncia da presidente Dilma do poder, realizada no
domingo dezesseis. Eu poderia ir se fosse para retirar todos os politiqueiros
do Brasil, assim como de uma boa parte da nossa população que há anos se
conluia com os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, os três corrompidos,
tornando os cidadãos de bem reféns dos
desmandos de quem deveria defender seus
direitos... – Nesse momento foi entrecortado por Azambujanra:
- É isso aí, quando eu era soldado do
Exército, um cabo motorista convocou
três colegas para desembarcarem do caminhão uma grande quantidade de latas de
manteiga na casa de um general. Naquele tempo, anos sessenta, já havia general
ladrão!
- E ainda tem gente que quer a volta da
ditadura militar. Avalie!
- Teve um general do Exército que disse
que “Se um único civil sofrer ameaça no domingo, as Forças Armadas tomará
providências”. Aí eu pergunto: No período da ditadura militar eles agiram como?
Cadê a imparcialidade?
- Gente, não sou comunista, mas é bom relembrar
que nos anos de 1936 a 1945, fez crescer a dedicação do povo quando houve o
isolamento carcerário do então líder Luís Carlos Prestes, e quando o levaram à
presença dos ministros do Supremo Tribunal Militar. Antes de subir as
escadarias do Tribunal, os policiais que o acompanhavam agiram com violência
espancando-o até sangrar. Os juízes e espectadores, pasmados, viram o sangue
escorrer da face do líder. Uma cena que fez com que juízes e espectadores
sentirem, de perto, o ambiente degradante que viviam. Sangrando, os juízes
sentiram-se constrangidos em cassar-lhe
a palavra de defesa oral. Em 1945, anistiado deixa a prisão. Foi quando pode
conversar diretamente com o povo, ficando conhecido como o lendário Cavaleiro
da Esperança. Hoje quais são os nossos
heróis? E quem é esse ou essa que faria um trabalho
melhor?
- E não foi somente o jornal americano
a defender a permanência da presidente Dilma, a agência de notícias France Press repercutiu as manifestações, abrindo
o texto com uma alerta: “Cuidado com os desejos porque podem se tornar realidade”!
- Alguns políticos não pensam em servir,
mas em se servir!
- Principalmente os religiosos
alienados do nosso Brasil.
- Já estão comparando Dilma com o então caudilho gaúcho Getúlio Vargas e Jânio Quadros, que praticou uma política econômica e uma política externa que desagradou profundamente os políticos..., setores das Forças Armadas e outros seguimentos sociais: oposição das elites conservadores e dos militares. No poder, proibiu as brigas de galo e o uso de lança-perfume, criando assim impopularidade com apostadores e carnavalescos viciados em apostas e porres!!! Só mesmo quem não lê e não conhece a história, não é mesmo?
- O que incomoda é o silêncio das
autoridades.
- Já dizia o famoso Martin Luther King: “O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética. O que me preocupa é o silêncio dos bons.”
Essas anotações acima, algumas delas eu
procurei colocar no bloco que a minha querida filha Maria do Carmo me
presenteou este ano no dia dos pais. Este presente me incentivou e reforçou o
que ela me disse: “Em 2015 continue lutando pela literatura com a mesma força
dos anos anteriores”.
“Sartre (escritor francês) carregava um
bloco de anotações no bolso para onde ia e anotava suas ideias em cafés, bares,
restaurantes... era chamado o bloco de MOLESKINE. Hoje em dia alguns escritores
na Europa toda usam esses pequenos cadernos...”
Enfim, transcrevo o que Jean-Paul
Sartre dizia:
“Eu posso sempre escolher, mas devo estar ciente de que,
se não escolher, assim mesmo estarei.”
se não escolher, assim mesmo estarei.”
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