terça-feira, 19 de maio de 2015

Falta de energia elétrica


Falta de energia elétrica


Por José Calvino


Num pequeno bairro, ironicamente chamado de Novos Rumos, recentemente faltou energia elétrica por aproximadamente quatro horas. Com isso, consumidores, comerciantes e a população como um todo arcaram com grandes prejuízos, além do diário desconforto que vive aquele povo. Os pequenos comerciantes ficaram preocupados com o estrago dos alimentos perecíveis. Mas, o meu amigo Azambujanra, como sempre espirituoso , tentou até o impossível e o possível para dar continuidade ao comércio de vendas. Tendo o mesmo no seu acervo três balanças: uma que os então donos das vendas pesava nas velhas “Filizola”, a outra com dois pratos em equilíbrio: de um lado pesos de ferro e no outro mercadoria. A terceira era manual (antigamente usada pelos vendedores de macaxeira, etc), esta suspensa com o dedo indicador da mão esquerda e com a mão direita colocava ou tirava conforme  a setinha que marcava o peso desejado pela freguesia. Bom, com permissão de um dos donos de mercado, ele pegou um caderno de anotações e começou a dar aulas às moças dos caixas, que já estavam acostumadas com a nova tecnologia  de registrar pelo computador com leitura pelo código de barras, pesar mercadorias, cartão de crédito, soma total discriminados... Azambujanra, recordando os velhos tempos, iniciou as suas aulas assim:

 “Minhas queridas, eu sei que vocês estão achando um mau negócio, é claro, não se compara com o meu tempo (anos 50), quando vocês não sonhavam nem nascer. O que vou ensinar é simples, basta saber matemática, sobretudo as quatro operações de conta, vamos lá? Primeiro, os clientes fazem as compras como se não estivesse faltando energia elétrica e as mercadorias que são normalmente pesadas na hora serão pesadas nas balanças citadas. Segundo, os clientes ao se dirigirem aos caixas vocês irão anotando os preços das mercadorias, com ajuda, é claro, de alguns funcionários,  somando o total em dinheiro para fins de prestação de contas... Eu sei que assim é muito mais trabalhoso. Mas, antes que me perguntem quanto ao pagamento pelo cartão de crédito, este quem possui pode passar nas máquinas móveis já carregadas, que duram umas horas, o espaço de tempo em que tudo deverá se resolver normalmente. Alguma dúvida?

- E nós vamos trabalhar à noite no escuro? – perguntou uma dos caixas.

- Vocês poderiam acender os candeeiros, mais eles não mais existem, então o jeito é acender velas – disse Azambujanra sorrindo.

Quem lê esta crônica (valendo para todo Brasil), e por coincidência for pequeno comerciante, não terá alguns prejuízos que poderiam ser causados nas possíveis faltas de energia elétrica. A meu ver foi gratificante a vivacidade do amigão e agradável companheiro de longas datas.




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