O Solitário do Cais
O Solitário do Cais*
Por José Calvino de Andrade Lima
Fantasmagórico eu ando
de corpo inteiro
as pessoas ridicularizam
grito & corro
quebrando o silêncio
é madrugada
bebi muito & vomito
sou um visionário
& meu grito ninguém ouve
não corro da polícia
nem tenho malícia:
mas sou alguém
viva o meu país...(!)
o mundo vibra
ouvindo o meu canto
& pronto.
*Personagem do livro “O Pai do Chupa” p.62 - ed. 1995.
O Pai do Chupa que versa sobre a existência da personagem que dá nome à obra. A figura fantasmagórica do Pai do Chupa, preocupou por longo tempo o povo recifense...Sua trêfega existência - quase um fauno - intrigava a todos, tanto por seus hábitos sedentários, como por sua lúgubre aparência; um espantalho humano... vagueava diuturnamente pelos arredores do Chupa, sempre solitário, verdadeiro ermitão. Ao romantizar a vida do personagem dei-lhe uma nova roupagem, tramando uma estória amorosa, mas atraente à leitura...
ResponderExcluirDe fato, biografar um personagem sem muita influência social, notabilizando-se apenas por sua excentricidade, um anacoreta-urbanita? seria produzir trabalho enfadonho, sem razoável perspectiva literária.
Obrigado pela leitura da poesia.