sexta-feira, 24 de abril de 2015

Relançamento do CD "Miscelânea Recife"


Relançamento do CD "Miscelânea Recife" 

(Mistura do que existe para presente e futuro), de José Calvino 

Onde: Espaço Alegria - Recife-PE. 

abril/2015 

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Jesus


1 - Jesus  


Não pretendo escrever uma obra teológica ou tomar partido em conflitos religiosos. Creio a não intervenção da religião no Estado, ou seja, devem estar separados. Como exemplo de vida, já fui perseguido por ter o nome do reformador de espírito universal. Professores carolas diziam, principalmente um de história: “Foi o movimento que, dividindo os cristãos do Ocidente no século XVI, originou diversas novas igrejas chamadas protestantes, as quais não mais seguiriam o comando e a orientação do papa de Roma...”. Mas, jamais poderei ser privado de minha liberdade, pois estou escrevendo universalmente e com ousadia “Jesus”. Sem medo, sempre denunciei as injustiças sociais (Vide Liberdade de Expressão - pp.16-18). Além disso, sempre respeitei a fé cristã , até porque sempre convivi com pessoas simples e religiosas (pobres do nosso Brasil).

Com mais de 2000 anos da vinda de Jesus Cristo (Vide Hipocrisias - pp.19-22), iniciei este trabalho literário com trechos salteados do livreto (distribuídos gratuitamente),“Jesus”(Vide Fisionomia de Jesus – pp.23-24) , que Veio ao mundo sem ter Caído do céu, nem Vindo de outro planeta. Jesus teve como pai adotivo José...(Vide O nascimento de Jesus Cristo – O Novo Testamento: “Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão... Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe desposada com José, sem quem tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo... Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus.” e “Naqueles dias foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do Império para recensear-se... e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura porque não havia lugar para eles na hospedaria.” - pp., Mt 1:18-25 e Lc 2:1-7).

Ele era judeu, de nome Yeshu (em grego), que representava uma sigla I= Iésus (Jesus), Kh= Kristhós (Cristo), era uma abreviatura do nome hebreu Yoehoshua andava pelas terras do Oriente Médio pregando a paz num ambiente totalmente hostil: a Palestina era território dominado pelos romanos e os próprios judeus estavam divididos em facções religiosas. Algumas, extremistas como os zelotes, que pregavam a luta armada contra os invasores. Outras, como os fariseus citados na Bíblia, conviviam com o poder romano contanto que a vida religiosa não sofresse intervenção. Nestes dois milênios que se seguiram, o Oriente Médio não deixou de ser sempre um barril de pólvora.


De acordo com as Escrituras, tanto judias quanto cristãs, Jesus teria que ter nascido em outubro na Succah (Cabana), durante as festividades da Festa dos Tabernáculos (Sucott), quando os pastores ainda podiam estar apascentando nos campos com as ovelhas. Argumentam com fundamento, que em dezembro é época de inverno no Oriente Médio e que nem mesmo o pastor mais lunático estaria fora à noite gélida, em campos cobertos de neve (Vide
Carta de uma judia a um pastor, de Dalva Agne Lynch. Site oficial da autora: http://www.dalvalynch.net Idem, editorial Literário: Um blog que pensa – http://pbondaczuk.blogspot.com/, 24/dez/2012). Acredito que é preciso conhecer bem a terra onde ele nasceu, e o povo com quem ele viveu.


Dizendo-se filho de Deus (Vide Quem é Deus? – pp.25-30), não ficou alheio à vida da humanidade do seu tempo. Jesus era um homem inteligente, aplicava muito bem as palavras de amor e bondade (Vide Menino Jesus - pp.31-32), era um ser humano igual aos outros, nascido de relação entre um homem e uma mulher. Sobre a sexualidade de Jesus, tem crescido o número de pessoas que acham ter havido um relacionamento amoroso entre Jesus e Maria Madalena. Todos estudiosos que estudam (sic) a figura humana de Jesus sendo homem, alguma sexualidade, se não exerceu com mulheres, a exerceu com quem? Seria um anormal? Muitos o consideravam um louco, inclusive os próprios parentes. 

Ele nasceu pobre, viveu no meio do povo,  propôs aos homens se amarem como irmãos e paz para todas as pessoas (No Brasil, enquanto o governo não investir em saúde e educação, não haverá paz.). Como assim? Para entenderem melhor, Ele disse: “Por serem todos filhos do mesmo pai.” Alguns seguiram-no, muitos se colocaram contra e foram a favor do império romano. A polícia era assumida diretamente pelo Comandante do Templo, sob as ordens do Grande Sacerdote. Essa mesma polícia o levou a ser crucificado (Vide O Novo Testamento: “Dali a dois dias era a páscoa e a festa dos pães asmos; e os principais sacerdotes e os escribas procuravam como o prenderiam, à traição, e o matariam... E logo, falava ele ainda, quando chegou Judas, um dos doze, e com ele, vinda da parte dos principais sacerdotes, escribas e anciãos, uma turba com espadas e cacetes...Então, deixando-o todos fugiram... Tendo Jesus acabado todos estes ensinamentos, disse a seus discípulos... Por aquele tempo ouviu o tetrarca Herodes a fama de Jesus... - pp. , Mc 14:43-50 – Mt 26:47). Mas, a igreja convenceu milhões de pessoas a acreditarem que ele ressuscitou. Pra mim isso é conversa pra boi dormir (Vide O Novo Testamento “Tendo chamado os seus doze discípulos, deu-lhes Jesus autoridade sobre espíritos imundos para os expelir, e para curar toda sorte de doenças e enfermidades... Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça daí... - pp. , Mt 10:8).

Até hoje muitos religiosos acreditam que Jesus está vivo (Vide Será o Fim do Mundo? – pp.33-34). Tenho certeza que alguns leitores estão perguntando: “Como vivia o povo?”; “Quem se relacionava com ele?”; “Quem estava no poder?”; “Havia religião?”,et cétera, (Vide Sobre cristologia - pp.36-38).


A Palestina era um país essencialmente agrícola e sua economia, sobretudo era mais voltada à agricultura (Vide O Novo Testamento “ Dias depois, entrou Jesus de novo em Cafarnaum, e logo correu que ele estava em casa... Ora, aconteceu atravessar Jesus, em dias de sábado, as searas, e os discípulos ao passar colhiam espigas... Voltou Jesus a ensinar à beira-mar. E reuniu-se numerosa multidão a ele, de modo que entrou num barco, onde se assentou afastando-se da praia. E todo o povo estava `beira-mar, na praia...mas os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições, concorrendo, sufocam a palavra, ficando ela infrutífera... Disse mais: A que assemelharemos o reino de Deus?, ou com que parábola o apresentaremos?...mas, uma vez semeada, cresce e só torna maior do que todas as hortaliças, e deita grandes ramos a ponto de as aves do céu poderem aninhar-se à sua sombra... - pp. , Mc 2: 23 – 4: 1-19 – 4: 30-32). Ah, e Jesus Cristo, que fez a água virar vinho (Vide O Novo Testamento – “Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galiléia, achando-se ali a mãe de Jesus...Tendo o mestre-sala provado a água transformada em vinho, não sabendo donde viera, se bem que o sabiam os serventes que haviam tirado a água, chamou o noivo...”   p. , João 2: 9) , na pecuária (Vide N.T. “Entrando Jesus num barco, passou para a outra banda, e foi para a sua própria cidade... E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades...Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara... Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo...Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas...”- p. , Mt 9:35-38 – 25:31-32), na pesca (O peixe era alimentação popular), no artesanato (Vide O Novo Testamento – “ Seis dias antes da páscoa, foi Jesus para Betânia, onde estava Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre os mortos... Então Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui precioso, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos; e encheu-se toda a casa com o perfume de bálsamo...” p. ,João 12:3), barcas e redes. Não havia indústrias como hoje, mas sim muitos artesãos autônomos. (Vide N.T. “Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus... Caminhando junto ao mar da Galiléia, viu os irmãos Simão e André, que lançavam a rede ao mar, porque eram pescadores... E logo os chamou. Deixando eles no barco a seu pai Zebedeu com os empregados, seguiram após Jesus... Naquele mesmo dia, saindo Jesus de casa, assentou-se à beira-mar... O reino dos céus é ainda semelhante a uma rede que, lançada ao mar, recolhe peixes de toda espécie... Aconteceu que, ao apertá-lo a multidão para ouvir a palavra de Deus, estava ele junto ao lago de Genesaré...Então fizeam sinais aos companheiros do outro barco, para que fossem ajudá-los. E foram e encheram ambos os barcos ao ponto de quase irem a pique... Tendo Jesus convocado os doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para efetuarem curas... Mas Jesus lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás, é apto para o reino de Deus...” p. , Mc 1: 16-20 – Mt 13:47 – Lc 5:1-7 – Lc 9:62) e tanques para espremer uvas ou azeite (Vide N.T. “E então se dirigiu a seus discípulos: A seara na verdade é grande, mas os trabalhadores são poucos...” - p. , Mt 9:37). Certas obras públicas, como a nova construção do templo de Jerusalém no tempo de Jesus reuniam vários operários (Vide O Novo Testamento – “Replicaram os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu, em três dias, o levantarás?...” p. , João 2:20).


Os produtos circulavam com muitas dificuldades para o comércio. A Palestina não era uma região diretamente marítima e as demais eram montanhosas. Apesar disso, nas aldeias  trocava-se um produto por outro. Existiam feiras livres nas cidades, principalmente nas maiores  como a Galiléia, onde se desenvolvia um certo comércio internacional; para isso se usavam várias moedas de diversos países (Vide O Novo Testamento – “Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para o ouvir... Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la?... Aconteceu que, num daqueles dias, entrando Jesus a ensinar o povo no templo e a evangelizar, sobrevieram os principais sacerdotes e os escribas, juntamente com os anciãos... Mostrai-me um denário. De quem é a efígie e a inscrição? Prontamente disseram: De César. Então lhes recomendou Jesus...”p. , Lc 15: 8 – 20: 24).

Nos povoados os impostos eram de diversos tipos. Para os romanos se cobrava ¼ das colheitas, logo vendidas e trocadas em moeda. O pedágio era sobre transporte de mercadorias, taxas de alfândega... Grandes somas partiam de Jerusalém para Roma. Em Roma, uma categoria se beneficiava às custas das províncias coloniais com a Palestina. O povo tinha apenas o suficiente para sobreviver e com tantos impostos a pagar, a miséria se tornava ainda mais pesada para muitos sem condições de satisfazer suas necessidades mais vitais. A cobrança se fazia através de funcionários chamados Publicanos que atuavam em todos os níveis (Vide O Novo Testamento “Portanto Jesus dali, viu um homem, chamado  Mateus, sentado na coletoria, e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu...Ide , porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não holocaustos; pois não vim chamar juntos, e, sim, pecadores [ao arrependimento]... Disse-lhe Jesus uma parábola, sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer... O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano...” - p. , Mt 9: 9-13 – Lc 18: 11).

Os responsáveis pelas cobranças ficavam com suas comissões e os furtos eram freqüentes, principalmente em altos escalões, e praticamente sem controle. A corrupção era grande e isso tudo levou o povo a desprezar e marginalizar toda a categoria dos publicanos (Vide O Novo Testamento “Disse Jesus também aos discípulos: Havia um homem rico que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como quem esstava a defraudar os seus bens... Respondeu ele: Cem cados de azeite. Então disse: Toma a tua conta, assenta-te depressa e escreve cinqüenta. Depois perguntou a outro: Tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo. Disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta...” - p. , Lc 16: 6-7).

O Templo era o centro do poder econômico e onde todos os impostos eram centralizados. Uma verdadeira fonte de empregos: vendedores de bois, ovelhas e pombas, com diversos cambistas explorando o público ( Vide N. T. “- p. ,João 2: 13-20).Então, quando Jesus falava do templo a ser destruído, ameaçava a estrutura econômica na sua base, tendo sido esse um dos motivos de sua condenação ( Vide O Novo Testamento “Tendo Jesus acabado todo estes ensinamentos, disse a seus discípulos...Este disse: Posso destruir o santuário de Deus e reedificá-lo em três dias...” - p. , Mt 26:61).

A situação econômica de Jesus era semelhante à do povo da Galiléia, por fazer parte da vida econômica dos camponeses, pescadores e das donas de casa. Os pescadores, sobretudo, eram seus discípulos, o Peixe também era o desenho usado pelos primeiros cristãos como forma de se identificarem numa época em que se declarar seguidor de Jesus significava ser devorado por leões. O desenho do peixe tinha uma mensagem mais cifrada em grego, escreve-se ikhtys. A realidade dos desempregados mostra como  se relacionam os ricos proprietários. Assim Jesus mostra que conhece perfeitamente a situação econômica da classe trabalhadora explorada (Vide O Novo Testamento “Naquela hora, aproximou-se de Jesus os discípulos, perguntando: Quem é, por ventura, o maior no reino dos céus?...Por isso o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos... E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida... E, chegando à sua terra, ensinava-os na sinagoga, de tal sorte que se maravilhavam, e diziam: Donde lhe vem esta sabedoria e poderes miraculosos? Não é este o filho do carpinteiro?, não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?...”   - p. ,  Mt 18: 23-34 – 13: 54-55).

O povo ia ao encontro de Jesus, à beira mar ou em qualquer lugar onde ele estivesse (Vide N. T. “De novo entrou Jesus na sinagoga, e estava ali um homem que tinha ressequida uma das mãos... de Jerusalém, da Iduméia, dalém do Jordão e dos arredores de Tiro e de Sidom uma grande multidão, sabendo quantas cousas Jesus fazia, veio ter com ele... Aconteceu que, num sábado, passando Jesus pelas  searas, os seus discípulos colhiam e comiam espigas, debulhando-as com as mãos...sucedeu que, em outro sábado, entrou ele na sinagoga e ensinava. Ora, achava-se ali um homem, cuja mão direita estava ressequida... Mas eles se encheram de furor e discutiam entre si quanto ao que fariam a Jesus...” - p. , Mc 3:8 – Lc 6:6-11). O Novo Testamento usa diversas vezes as palavras Povo e Multidão. Isso mostra o quanto Jesus se identificava com o povo. Jesus foi criticado por sua intimidade no contato com os marginalizados. Os Fariseus diziam: “Por que ele come com os pecadores?” E quando faziam esta pergunta Jesus respondia: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes.” (Vide N. T. “Achando-se Jesus à mesa na casa de Levi, estavam juntamente com ele e com seus discípulos muitos publicanos e pecadores; porque estes eram em grande número, e também o seguiam...Tendo Jesus ouvido isto, respondeu-lhes: Os sãos não precisam  de médico, e, sim os doentes; não vim chamar justos, e sim, pecadores...” - p. , Mc 2:15-17 – Mt 9: 11-12).

Jesus sempre manifestou seu afeto para com as crianças (Vide O Novo Testamento “ Mas, a quem hei de comparar esta geração? E semelhante a meninos que, sentados nas praças, gritam aos companheiros: Nós vos tocamos flauta, e não dançastes; entoamos lamentações, e não pranteastes... Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus...” - p. , Mt 11: 16-17 – Mc 10: 14).

Mulheres e crianças eram excluídas da vida social, igualmente aos deficientes visual, auditivo, mentais e escravos (Vide O Novo Testamento “Disse Jesus a seus discípulos: É inevitável que venham escândalos mas ai do homem pelo qual eles vem!... Ao vê-los disse-lhes Jesus: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. Aconteceu que, indo eles, foram purificados...” - p. , Lc 17: 14).Ele ficava aborrecido de ver o povo disperso, perdido, explorado e desorganizado ( Vide N. T. “Seis dias depois, toma Jesus consigo a Pedro e aos irmãos Tiago e João, e os leva, em prticular, a um alto monte... Tendo eles chegado a Cafarnaum, dirigiram-se a Pedro os que cobravam o imposto das duas dracmas, e perguntaram: Não paga o vosso Mestre as duas dracmas?...Mas, para que não os escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, e o primeiro peixe que fisgar, tira-o; e, abrindo-lhe a boca, acharás um estáter. Toma-o, e entega-lhes por mim e por ti...” - p. , Mt 17: 24-27).


Jesus quebra os tabus: Fala a sós com uma mulher Samaritana (Vide O Novo Testamento “Quando, pois, o Senhor veio a saber que os fariseus tinham ouvido dizer que ele, Jesus, fazia e batizava mais discípulos que João... Neste ponto chegaram os seus discípulos e se admiraram de que estivesse falando com uma mulher; todavia nenhum lhe disse: Que perguntas?, ou: Por que falas com ela?...” - p. , João 4: 27).

Jesus se faz acompanhar por um grupo de mulheres junto com os discípulos (Vide N. T. “E Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Suzana e muitas outras, as quais lhe prestavam assistência com os seus bens...”- p. , Lc 8:1-3). Elas, sozinhas, estão presentes em Seu Calvário (Vide O Novo Testamento “Logo pela manhã entraram em conselho os principais sacerdotes com os anciãos, escribas e todo o Sinédrio; e amarrando a Jesus, levaram-no e o entregaram a Pilatos...Estavam também ali algumas mulheres, observando de longe; entre elas, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé; as quais, quando Jesus estava na Galiléia, o acompanhavam e serviam; e, além destas, muitas outras que haviam subido com ele para Jerusalém...”-  p. , Mc 15: 40-41) e serão as primeiras testemunhas da ressurreição. Naquele tempo o testemunho de uma mulher não valia nada, pesa na boa fé a veracidade do acontecimento (Vide N. T. “Mas, no primeiro dia da semana, alta madrugada, foram elas ao túmulo, levando os aromas que haviam preparado... Tais palavras lhes pareciam um como delírio, e não acreditaram nelas...”- p. , Lc 24: 1-11).

(...)

Peço licença agora aos leitores para esse lembrete: História do dinheiro da então República dos Estados Unidos do Brasil. Em 1942 foi lançada no Brasil a nota de Cr$ 10,00 (dez cruzeiros), que trazia em destaque a imagem do caudilho gaúcho Getúlio Vargas.

-> Dinheiro do Brasil: várias mudanças de nomes e valores no decorrer da história. .

Jesus reconhece que os impostos exigidos por estrangeiros são demonstração de abuso e injustiça (Vide O Novo Testamento “(...)”- p. , Mt 17: 24-27)!

Devemos pagar imposto a César ou não? Os Fariseus fizeram essa pergunta a Jesus, com intenção de provocá-lo. Claro, as vozes da administração estrangeira seguiam pressionando por todos os meios. Para isso, Jesus muito perspicazmente pediu aos Fariseus uma moeda e perguntou: “De quem é a imagem e a inscrição da moeda?”- “de César”, responderam-lhe. Era uma imagem proibida aos judeus. Um deles, retirando do seu bolso uma tal moeda, estava em contradição com a Lei que pretendia defender.

Jesus então, com certa ironia disse: “Pois bem, devolvam a César o que é de César.” (Vide O Novo Testamento “Observando-o, subornaram emissários que se fingiam de justos pra verem se o apanhavam em alguma palavra, a fim de entregá-lo à jurisdição e à autoridade do governador... Não puderam apanhá-lo em palavra alguma diante do povo; e, admirados da sua resposta, calaram-se...”- p. , Lc 20: 20-26). Será que não poderia Jesus dizer também: “Devolvam ao povo o que é dele?”

Jesus adotou uma atitude crítica em relação aos abusos do poder pela classe dominante (Vide N. T. “Depois entrou Jesus a falar-lhes por parábola: Um homem plantou uma vinha, cercou-a de uma sebe, construiu um lagar, edificou uma torre, arrendou-a a uns lavradores e ausentou-se do país...E procuravam prendê-lo, mas temiam o povo;porque compreenderam que contra eles proferia esta parábola. Então, desistindo, retiraram-se...”- p. ,Mc 12: 1-12). A critica de Jesus se dirige então aos responsáveis pela nação judia: “O dono da plantação destruirá os vinhateiros e dará a vinha a outros.”

A autoridade de Jesus como um ser social era baseada na confiança que o povo lhe tinha, e por isso a classe dominante tinha medo de mexer com ele. Jesus fez com que esse povo, com seus líderes, se organizassem e resolvessem seus problemas (Vide “Muitos, porém, os viram partir e, reconhecendo-os, correram para lá., a pé, de todas cidades, e chegaram antes deles...Os que comeram dos pães eram cinco mil homens...”- p. , Mc 15: 6-15 – Mc 6: 33-44).

Jesus morreu por dois motivos:

1 – Religioso: Foi acusado de blasfêmia porque, sendo homem, se fez igual a Deus (Vide Verdade & Mentira – p.35), e assim tirava dos Sacerdotes a última palavra sobre a Religião;

2 – Político: Jesus caiu numa armadilha. O sinédrio queria acabar com ele, porque se sentia ameaçado em sua autoridade. Por outro lado, os zelotes queriam uma mudança política imediata. Apesar de não concordar com os zelotes, o sinédrio conseguiu jogar o povo contra Jesus na hora da Paixão. Pode ser que por isso Barrabás, o zelote, preso por sua ação terrorista, apareceu ao povo como tendo mais condições que Jesus para encabeçar uma libertação nacionalista (Vide O Novo Testamento “(...)”- p. , Mc 15: 6-15. Idem, Sobre cristologia - pp.36-8).

Crucificaram Jesus (Vide Sepulcro caiado - p.) e jogavam na Arena os cristãos aos leões. O Império de Roma que via uma nova mentalidade e ideologia reacionária criaram a Igreja Católica Apostólica Romana.

Cito agora algumas parábolas contadas por Jesus: As Casas (Vide O Novo Testamento - p. , Mt 7: 24-29) “ Quem ouve estas minhas palavras e as obedece é comparado a um homem inteligente que construiu a sua casa sobre a rocha. Choveu, houve enchentes com ventania e ela não caiu porque foi construída sobre a rocha. Quem não obedece é como um homem ignorante que construiu a sua casa sobre a areia. Choveu, houve enchentes com ventania e ela caiu, sendo grande a sua destruição.”
Quando Jesus acabou de falar, as multidões estavam admiradas com os seus ensinamentos. Porque ele ensinava com autoridade e não como os professores da Lei. (Vide O nome de Deus em vão! – pp.39-40).

Termino este trabalho com a primeira Epístola de João 4: 20-21:
                                                               
“Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.

Ora, temos da parte dele este mandamento, que aquele que ama a Deus, ame também a seu irmão.”




2 – Jesus


O meu nome é Jesus Amilov, filho de Onivlakovitch Amilov de Jesus, o meu pai sempre
dizia que Jesus era um louco em dizer que era filho de Deus, um Deus criado pelo homem. Eu venho copiando somente as boas ações do meu xará, tais quais suas  palavras de amor e bondade, sem essa de “graças a Deus”! Nunca ficarei como um cordeirinho, apenas para agradar grupos de alienados religiosos ou não. A natureza difere do Deus pregado pelas religiões, e quem pode nos  fazer acreditar na existência de um Deus criado pelo homem? Os próprios religiosos se contradizem. Os dogmas proíbem falar do lado humano de Jesus Cristo, mas eu falo, mesmo sabendo que isso não agrada aos alienantes religiosos, irreligiosos e até mesmo aos ateus. Claro que a manipulação das igrejas primitivas, bem como as igrejas Católica e Evangélicas, têm como base a criação do mito Jesus. Por exemplo: Um caso que aconteceu na ditadura militar de 1964 em Pernambuco-Brasil, quando da deposição de Arraes e o bárbaro espancamento de Gregório Bezerra, este que foi amarrado e, quase em passeata (sou testemunha que o povo caminhava calado atrás do cortejo militar do Exército), levaram-no em direção à Praça de Casa Forte para ser enforcado em plena praça pública, por ordem do então major Villocq. O trucidamento foi impedido graças à madre superiora do colégio Sagrada Família, que telefonou para o Bispo Dom Lamartine e o mesmo se comunicou imediatamente com o QG do IV Exército, pedindo clemência ao General Justino Alves, argumentando que não era possível que a cidade assistisse, passivamente, ao enforcamento. Se o enforcassem, ele também não seria um mito?
Alguns irreligiosos me consideram um deísta, tal como Voltaire que afirmou: “acredito no Deus que criou os homens, não acredito é no deus que os homens criaram”. Bom, como escritor e livre-pensador, leio livros religiosos, etc, para reflexão filosófica espiritualista (arte ou ciências).  

Já fui impedido de exercer meu direito democrático de divulgar meu trabalho por ateus ignorantes e preconceituosos...

Povo:

- Esse porra, é lá Jesus?
- Um lascado desse, Jesus voltou...
- Dizem que ele é sobrinho do grande Kalvinovitch, mais conhecido por “Cristo Mulato”.
- Cristo Mulato escreveu o seu livro com o pseudônimo de  Kalvinovitch Amilov!
– Ele era um homem bom.
– Sofreu muito por nós.
– Ele amava o nosso Brasil.

ALTO FALANTE (Voz de homem) – “Então, se alguém vos disser: Eis aqui o cristo!, ou: Ei-lo ali! Não acrediteis; pois surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos”. (MC – 13:21 e 22)

– Vocês ouviram? Ele era um falso profeta!
– Ele nunca disse ser o Cristo Jesus, ele gostava mais que o chamassem de Kalvinovitch.
- Era doido mesmo! Falar mal do governo em praça pública.
– E ele nunca enganou ninguém, e morreu defendendo esta pátria realmente há muito tempo mal governada!

MENINOS (Num só coro) – “Cristo morreu”!

– É o destino de todos nós.
– País de sofrimento  ingrato!
– País dos corruptos, como são grandes os escândalos...
– Continuaremos a luta... Aqueles dois majores da polícia provocaram tudo isto! Digo os nomes deles, sem medo de errar...
– Nem diga, que me causa nojo os nomes desses imbecis. Não merecem sair no livro de grande porte. Saindo, é promoção pra eles. Está no prelo o segundo livro de Kalvinovitch. Sairá lá para outubro ou novembro. Não sai agora por causa destas propagandas políticas. As editoras gráficas estão cheias de serviço.
- E o teatro, vamos terminar?
–  Vamos, sim. Kalvinovitch fez tudo direitinho, e pede para você dar prosseguimento aos seus trabalhos com o resultado do novo governo! ele escreveu pouco sobre os CRISTOS brasileiros.
– Eu já li os manuscritos dele. São ótimos... eu sou suspeito... O seu quociente de inteligência (QI) era muito elevado e...
– Ele escreveu até o mês passado. – dizia o padre.
– O meu dever será cumprido.
– Sim, você está pensando bem. Dê continuidade, mesmo. O nosso povo tem que assistir a esta peça. É de lei.
– Eu estou esperando as eleições para presidente da República e vamos ver quem será eleito, se vai ou não fazer um bom governo.
– Deus ouvirá as nossas súplicas. Aguardaremos. – dizia uma beata.
– Irei, agora mesmo, buscar o teatro de Kalvinovitch e dar uma pressa no romance. Época de campanha política é parada, é fogo esta gente...
– É isto aí. Depois, você me entregue.
– Tchau, gente.
- A Copa do Mundo este ano será em casa, pois este é o País do Futebol. A presidente já disse que torceu pelo Brasil mesmo presa em plena ditadura militar.
- É disso que o povo gosta, quem não se lembra quando o Brasil foi eleito sede da Copa do Mundo 2014?, ninguém protestou. Estarei relendo, após a Copa, o poema de Carlos Drummond de Andrade “E agora, José?”


Nota – Alguns trechos extraídos da peça teatral
 “O Cristo Mulato”, ed. 1994, foram encontrados na mochila de Kalvinovitch apenas são lidos pelos personagens (Onivlakovitch e Berenice).


Recife (Casa Amarela) – Pernambuco – Brasil,
outubro, 2013 / dezembro, 2014.






sexta-feira, 10 de abril de 2015

Livro ainda é o melhor presente








                        LIVRO AINDA É O MELHOR PRESENTE

1 - O FERROVIÁRIO90 pp. É o enfoque da vida do trabalhador, o seu dia-a-dia e as crises sociais e familiares geradas pelos conflitos econômicos da categoria.

2 - O GRANDE COMANDANTE111 pp. Aborda toda a rede paralela do poder; seus conflitos e organização. Lança a questão principal: Quem comanda a tudo?

3 – O CRISTO MULATO126 pp. Trata da problemática racial: seus preconceitos e relações em uma sociedade discriminatória.

4 - AONDE IREMOS NÓS?127 pp. Questionamentos sobre o destino da sociedade, do ser humano no dia-a-dia de sua existência, sobretudo em suas contradições. A abordagem da identidade do homem e da mulher, suas dificuldades com relação às questões ligadas ao sexo. Toda a trama se desenvolve em torno de um eixo principal, o hermafroditismo. Daí por diante, todos os personagens seguem suas trajetórias de vida, envolvidos nos problemas da condição humana propriamente dita. Calvino não se prende* nesse romance, como era de se esperar, apenas ao tema central, enriquecendo todo o trabalho com a abordagem de outros assuntos polêmicos.

5 - TREM & TRENS80 pp. O teatro de Calvino, enfeixa um ótimo trabalho, sintetizado na força de comunicação que revela, enfocando com primazia o aspecto social e o econômico em que se debate a grande massa de trabalhadores em ferrovias e por extensão*todo o trabalhador de um modo geral, pela ávida execução do poderoso patrão.

6 - O CRISTO MULATO(Aumentado) - Teatro homônimo do romance do autor.


7 - O PAI DO CHUPA82 pp. Versa sobre a existência da personagem que dá nome à obra. A figura fantasmagórica do Pai do Chupa, preocupou por longo tempo o povo recifense, especialmente os habitantes do bairro de São José. Calvino, ao romantizar a vida do personagem, dá-lhe uma nova roupagem, tramando uma estória amorosa, mais atraente à leitura, sem, contudo, escambar a verdade...O autor coloca, neste livro, informações a respeito do local,suas lendas e peculiaridades que foram fruto de uma extensa pesquisa sobre o tema.

8 - MISCELÂNEA RECIFE - (Mistura do que existe para presente e futuro) – 136 pp. Trata-se de uma série de publicações veiculadas pela imprensa, nas quais Calvino lança um olhar clínico sobre o Recife, sua beleza e seus problemas. É uma visão humana, pessoal, sem caráter técnico ou acadêmico, da Veneza Pernambucana.

9 - DROGAS & CRIMES105 pp. Romance/2003.

10 - TREM FANTASMA - (Contos poéticos e humorísticos) – 72 pp. Algumas poesias deste livro foram publicadas com charges na Folha de Pernambuco.

11 - OS PACIENTES DO DOUTOR FRÓIDE106 pp. Romance/2007.

12   -  FITEIRO CULTURAL - 2011 - ( Crônicas & Poesias) - 318 pp. 

13   -  JESUS -2013/2015. Em 2013, houve um evento promovido nacionalmente pela Sociedade Livres Pensadores, em Olinda-PE, pregando a maior integração entre os que vivem o livre pensamento, o respeito, a liberdade de expressão, etc. Com entrada franca, aproveitei o ensejo e fui distribuir gratuitamente 50 livretes da dita obra. Pasmem com o que aconteceu! Na ocasião, fui impedido de exercer meu direito democrático de divulgar meu trabalho por ateus ignorantes e preconceituosos igualmente ou talvez pior do que alguns grupos religiosos. Relançamento jan/abr/2015. Edição independente.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Relançamento do livro "Jesus"



Relançamento do livro "Jesus", de José Calvino -

Onde: Bancas Globo e Guararapes - Av. Guararapes, s/n 

em frente aos Correios - Recife-PE. Edição independente -

jan/abr/2015 - R$ 15,00 -

quarta-feira, 1 de abril de 2015

De Mão Beijada


De Mão Beijada

Por José Calvino


Aos setenta anos,
cinqüenta anos de casada,
sou forçado a falar
o que disseste sobre mim.

Levava consigo a ignorância
para adquirir uma pensão.
Canta a partir de agora
como uma infeliz a fazer...

Então ao deixar contente,
sorrindo em si como sabida,
assim se mede a decepção
que lhe dei de mão beijada.

Recife, 01 de abril de 2015