terça-feira, 26 de maio de 2015

Guardanapo

                                     
                                                   Foto: Firmino Caetano Júnior


Guardanapo
Por José Calvino


A palavra que dá o título a esta crônica é originada do francês garde-nappe, é uma peça usada à mesa... Bem, foi num restaurante em Casa Amarela com a minha amiga psicóloga Dilma Carrasqueira e o meu amigo da velha guarda Azambujanra, que demos muitas risadas ao usarmos os guardanapos. Na ocasião, muitas reminiscências foram contadas. Conversar com Azambujanra é chorar de rir, só mesmo conferindo, ele com suas observações sobre o comportamento do nosso povo.

Perante a lei, ao menos, todos nós somos iguais, mas será mesmo? Não acredito que no nosso Brasil se tenha uma educação básica que nos prepare para vivermos felizes da vida. Observo sempre que a maioria dos que nascem neste país não tem preparo para viver dignamente, e não tem sequer o primário. Continuo dizendo que a culpa é do governo. Por que, do contrário, será que os meninos e meninas teriam culpa? Claro que não. Atualmente assistimos no mesmo bairro policiais militares praticarem arbitrariedade e truculência. Cadê o respeito à Declaração Universal de Direitos Humanos? Sinceramente, eu sou a favor da desmilitarização da Polícia Militar, evitando assim a perpetuação do sistema ditatorial no Brasil. Relembramos que nos (anos 50) existia um guarda de nome Napoleão Bonaparte, mais conhecido por “Napo”, quando muitos dizem que a polícia era respeitada. O guarda Napo, por exemplo, era um homem magro, alto, branco e estava sempre de farda.  Nas folgas, vestia terno branco, gravata e chapéu Prada e era respeitado. Mas, hoje o nosso guarda não seria respeitado, por que? Como eu já disse na crônica intitulada “Desemprego”: “(...) com uma juventude desinformada e se drogando (alcoolismo e outros vícios), quase todos fora da realidade.” Não irei contar casos demais, até porque já presenciei jovens  cheirando “Loló” publicamente, se dopando e fico preocupado com a situação do nosso Brasil. Finalizando, pergunto: Será que desse jeito, nos dias de hoje iriam respeitar o guarda Napo?


terça-feira, 19 de maio de 2015

Falta de energia elétrica


Falta de energia elétrica


Por José Calvino


Num pequeno bairro, ironicamente chamado de Novos Rumos, recentemente faltou energia elétrica por aproximadamente quatro horas. Com isso, consumidores, comerciantes e a população como um todo arcaram com grandes prejuízos, além do diário desconforto que vive aquele povo. Os pequenos comerciantes ficaram preocupados com o estrago dos alimentos perecíveis. Mas, o meu amigo Azambujanra, como sempre espirituoso , tentou até o impossível e o possível para dar continuidade ao comércio de vendas. Tendo o mesmo no seu acervo três balanças: uma que os então donos das vendas pesava nas velhas “Filizola”, a outra com dois pratos em equilíbrio: de um lado pesos de ferro e no outro mercadoria. A terceira era manual (antigamente usada pelos vendedores de macaxeira, etc), esta suspensa com o dedo indicador da mão esquerda e com a mão direita colocava ou tirava conforme  a setinha que marcava o peso desejado pela freguesia. Bom, com permissão de um dos donos de mercado, ele pegou um caderno de anotações e começou a dar aulas às moças dos caixas, que já estavam acostumadas com a nova tecnologia  de registrar pelo computador com leitura pelo código de barras, pesar mercadorias, cartão de crédito, soma total discriminados... Azambujanra, recordando os velhos tempos, iniciou as suas aulas assim:

 “Minhas queridas, eu sei que vocês estão achando um mau negócio, é claro, não se compara com o meu tempo (anos 50), quando vocês não sonhavam nem nascer. O que vou ensinar é simples, basta saber matemática, sobretudo as quatro operações de conta, vamos lá? Primeiro, os clientes fazem as compras como se não estivesse faltando energia elétrica e as mercadorias que são normalmente pesadas na hora serão pesadas nas balanças citadas. Segundo, os clientes ao se dirigirem aos caixas vocês irão anotando os preços das mercadorias, com ajuda, é claro, de alguns funcionários,  somando o total em dinheiro para fins de prestação de contas... Eu sei que assim é muito mais trabalhoso. Mas, antes que me perguntem quanto ao pagamento pelo cartão de crédito, este quem possui pode passar nas máquinas móveis já carregadas, que duram umas horas, o espaço de tempo em que tudo deverá se resolver normalmente. Alguma dúvida?

- E nós vamos trabalhar à noite no escuro? – perguntou uma dos caixas.

- Vocês poderiam acender os candeeiros, mais eles não mais existem, então o jeito é acender velas – disse Azambujanra sorrindo.

Quem lê esta crônica (valendo para todo Brasil), e por coincidência for pequeno comerciante, não terá alguns prejuízos que poderiam ser causados nas possíveis faltas de energia elétrica. A meu ver foi gratificante a vivacidade do amigão e agradável companheiro de longas datas.




OBRAS DE REFERÊNCIA


O escritor Francisco Foot Hardman, em seu livro "Trem Fantasma", fez referência a várias obras que tem a ferrovia como tema, inclusive "O ferroviário", de minha autoria.




Peripical


Peripical

Por José Calvino


Após cinqüenta anos,
lembro-me quando
cantava, cantava:
Cal, Cal, Cal
Peripical, Cal, Cal
A dona Parolita...
As que não estão presentes
não mais as vejo,
seria rumba?
Tranquilo, apenas canto:
Cal, Cal, Cal
Peripical...



quinta-feira, 14 de maio de 2015

Harmonia



Harmonia

Por José Calvino

A Maura Correia


Que bom se comunicar,
Conversas de paz e amor
Para toda a vida
Elevam  a felicidade
Fazem bem à vida
Que pode ser longa ou breve
E como é tão importante
Nos cuidarmos
Refletir sobre isso contigo.


Recife, 24/04/2015


quarta-feira, 13 de maio de 2015

Desemprego


Desemprego

Por José Calvino


É muito desanimador viver num país onde os partidos políticos reinam na politicagem e imperam os  apadrinhamentos. É notório que os três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) infelizmente há anos estão corrompidos e que os cidadãos estão reféns dos desmandos de quem deveria defender seus direitos.

 Jovens com curso superior estão desempregados e diminuem a cada dia  mais as chances de obterem seus empregos. E se falarmos nos que já passaram dos 40 anos a dificuldade se torna ainda maior, num país em que não se valoriza um bom currículo e a experiência adquirida ao longo dos anos, em detrimento da contratação de profissionais menos qualificados e inexperientes, que se submetem a baixos salários em uma concorrência cada dia mais desleal e desestimulante.

 Mas, isto suas excelências  não estão nem um pouco preocupados em solucionar, até porque todos nós sabemos, até hoje nenhum governo investiu decentemente na educação, saúde e emprego digno, resultando num povo alienado, que  vive de miséria, prostituição, jogos de azar..., com uma juventude desinformada e se drogando (alcoolismo e outros vícios), quase todos fora da realidade.

Quem ouve a voz dos oprimidos?
Quem ouve a voz dos injustiçados?
Quem ouve a voz dos trabalhadores?
Quem ouve a voz dos desempregados?

Nota – “Novos Rumos”, foi publicado no Fiteiro Cultural: Um blog cheio de observações e reminiscências – http://josecalvino.blogspot.com/

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