sexta-feira, 12 de julho de 2013

Alto José do Pinho




Alto José do Pinho


Por José Calvino



“Onde o sambista ritmado
Com seu pinho acompanhado
Faz sua oração fiel”



A maioria dos meus amigos leitores de Casa Amarela, considerado o maior bairro do grande Recife, leram os meus livros, sobretudo os que falam sobre “Reminiscências de minha Casa Amarela”. Sábado, 05 do corrente mês, em conversa com alguns amigos, Selva, Marcílio Lins e Wilson do Morro, falamos sobre quem foi José do Pinho? Ninguém até hoje não sabe. Falamos nos  habitantes e um fator importante para ocupação destes nos arredores da Av. Norte foi a Feira de Casa Amarela. Muitos feirantes vieram do interior do Estado e passaram a morar nos morros, como também a Fábrica de Tecidos Othon, mais conhecida por Fábrica da Macaxeira. As casas eram de taipa e capim, com luz de candeeiro.

Mas, eu estava mais interessado mesmo era em saber quem foi José do Pinho? Então, resolvemos subir o Alto e conversar com Carlinhos (amigo de infância) e Marcos Simão, presidente da Associação dos Amigos do Alto José do Pinho. Conversa vai, conversa vem, contei um acontecido no Alto (anos 50), quando um desordeiro disse aos policiais da Rádio Patrulha: “Me ganha, vem, me ganha, pra ver uma coisa!” E nada do nome Zé do Pinho. Aí foi quando eu “engoli a corda” cantando “Casa Amarela”, cuja terceira estrofe acima, de minha autoria, no verso  fala na palavra “pinho”, do livro “Miscelânea Recife”, p. 113 – Ed. esgotada. Marcos Simão lembrou então da versão que gentilmente nos presenteou com o livro “Aqui do Alto a história é outra”, excelente aliás, para o que se propõe, um trabalho realizado de pesquisas com a narrativa dos moradores do Alto José do Pinho. O nome do bairro encontra-se relacionado a uma figura enigmática (...) há diversas versões e nenhuma delas pode-se definir como verdade factual. Ele virou uma espécie de lenda, de muitas lendas...

Contam os moradores, que o nome foi dado graças a um  proprietário de terras  que cobrava os aluguéis , de nome José, que andava com um violão feito da madeira pinho. Era dono de uma troça carnavalesca, de nome “Inté Meio Dia”, com sede no bairro de Casa Amarela. Realmente, eu conheci (anos 50) esta troça, mas o seu presidente era Reinaldo Alvim (falecido).

Na minha opinião a versão mais plausível é referente a um antigo  boêmio violonista de nome José, que vivia de farras fazendo serenatas e que fabricava violões feitos com madeira pinho. Daí então ficou conhecido por José do Pinho e as suas visitas diziam subir o Alto José do Pinho. Até 1974 o Alto pertencia ao bairro de Casa Amarela. Em 1988, com a reestruturação dos bairros do Recife, o lugar foi elevado à categoria de bairro.


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