“Moulin Rouge
& Chanteclair”
Por José Calvino
Quando atravesso as pontes,
sinto saudades do Recife antigo,
das prostitutas de antigamente.
Elas sabiam se comunicar,
tanto quanto as mais bem formadas de hoje.
Rapaz!
Por que essa saudade?
Já estou velho!
- Será essa a verdade? –
(Só pode ser)!
Não vejo mais, rapaz!
Porra, farei novas amizades...
A poesia acima
relembra a boemia do Recife de antigamente. Nos anos 50/60 a vida noturna no
bairro da capital Mauricéia era nos bordéis, numa área popularmente conhecida
como Zona (baixo meretrício), assim chamada por se tratar de uma zona
portuária. Lá existiam diversas “pensões” (vide “Boemia do Recife de
antigamente”, do livro Miscelânea Recife II, pp. 143-5), as mais famosas eram
Moulin Rouge e Chanteclair, muito diferentes dos estilos do Moulin Rouge de
Paris, que em português significa Moinho Vermelho e o Chanteclair que era o
aportuguesamento da expressão francesa Chant Claire, que significa Canto Claro.
O Moulin Rouge
foi demolido, dando lugar a um novo edifício. Elas foram as casas noturnas mais
badaladas do Recife. O Chanteclair tinha mais atrações, músicas ao vivo e desfiles, com profusão de
luzes piscando. Ambas ainda vivenciaram um período de efervescência até a
década de 70, quando a área portuária que rendeu fortunas satisfazendo a vida
boêmia de muitos entrou em decadência.
Havia as
patrulhas das Forças Armadas, sobretudo as do Exército e da Marinha,
porque as brigas eram constantes entre marinheiros e soldados do
Exército. Lembro-me que na entrada do
Moulin Rouge havia na parede, com letras
garrafais e em vermelho, um aviso PROIBIDO ENTRADA DE JAPONESES, porque estes
estavam se envolvendo com as referidas brigas.
O Chanteclair era
constituído por um conjunto de seis edifícios amarrados por um ornamento
externo comum, distinguindo-se dos demais, aparentando ser uma única construção de nível nacional.
Naquele espaço, pretende-se (sic) implantar um centro cultural com oito salas
de cinema e um café-concerto. Mas, a restauração até agora ainda não saiu do
papel. Uma tristeza!
saudades de 1958 quando entri no molim ruoge pela vez
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ResponderExcluirTHe Chanteclair wasn't the best place in the zona, that was for Tony's, down the street towards the port. Second best was O Gato Negro. I arrived in Recife in 1973 and was introduced to the scene there. Wild, it was like a Felini movie. Wished I had filmed then.
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