sexta-feira, 28 de junho de 2013

Indenizações para civis da 2ª Guerra Mundial



Indenizações para civis da 2ª Guerra Mundial


Por José Calvino 



Os remanescentes civis da II Guerra Mundial, nascidos no período 1939/1945 e que prestaram serviço militar ou não, estão reivindicando junto aos seus respectivos governantes indenizações em forma de pensões vitalícias. Tais litigantes argumentam que foram vítimas nos primeiros estágios de vidas (na infância) dos rigores do racionamento de gêneros alimentícios durante a guerra. Racionamento que atingia até o leite, alimento imprescindível à nutrição infantil. Pelo que, até hoje, aquelas populações atingidas carregam em si seqüelas irreversíveis para o resto da vida.

 Baseado nesse arrazoado fundamentam suas reivindicações em forma de pensões, devendo também o mesmo direito ser estendido às mulheres, nascidas no mesmo período. Até mesmo aqueles que nunca foram à guerra, muitos portadores de estigmas físicos ou psíquicos adquiridos pelo excessivo treinamento militar a que foram expostos naqueles tenebrosos dias. Eles acham que não provocaram a guerra; foram vítimas. Portanto, faz lembrar a perspicácia de Ernest Hemingway da vitória sobre a miséria em toda sua trajetória, principalmente no seu romance “O velho e o mar”.

 Tal assunto vem à baila para que afiramos o alto grau de cidadania daquele povo e o nosso; pois alguns cidadãos brasileiros, nascidos após  a 2ª Guerra Mundial, desdenham o pouco com que foram amparados nossos ex-combatentes (reconhecimento da pátria) pelo esforço de guerra, estrito cumprimento do dever militar, no que tais indivíduos parecem querer parodiar ilustração do tema favorito de Hemingway: a vitória na derrota.


Forte do Brum: ontem e hoje



Forte do Brum: ontem e hoje
Por José Calvino


Em 1630 deu-se início à construção de um forte no istmo de Olinda, ao norte e nas imediações do Forte de São Jorge, concluído depois pelos holandeses, que lhe impuseram o nome de Bruyne, alterado pela nossa gente para Brum.

No local onde está situado a fortificação, havia em 1595, um forte denominado de Bom Jesus. Em 1629 deu Matias de Albuquerque início a construção do Forte do Brum, sendo incumbido das obras de execução o engenheiro Diogo Paes, por cujo nome ficou conhecido o novo forte.

Ainda não estava concluída, quando foi tomada pelos holandeses em 1630, que terminaram a sua construção e deram-lhe o nome de Forte de Bruyne, em honra a John Bruyne, presidente do conselho político de Olinda. Da artilharia antiga da fortificação ainda restam 7 canhões holandeses, tendo 2 a data de 1623, 1 a de 1629, 4 sem data, todos com a marca da Companhia das Índias Ocidentais.

Esta Fortaleza é uma página viva da nossa história, a lembrar todo o valor dos que se empenharam na grande luta com os holandeses, sem esquecer os heróis dos movimentos de 1817 e 1824 (Confederação do Equador).
Situada ao norte do Recife, consta de um quadrado, com uma longa cortina para o lado do rio Beberibe. Importância estratégica do local pela entrada da barra, observar as pedras dos arrecifes para o lado do mar. Havia ainda uma capela dedicada a São João Batista de onde vem a designação em muitos documentos de Fortaleza de São João Batista do Brum.

Hoje o forte está bem conservado, sendo gerenciado pelo Comando da 7ª Região Militar/7ª Divisão de Exército. Está sendo muito visitado, entre os visitantes estão os estudantes de todos os níveis, ONGS, grupos da terceira idade, turistas nacionais e estrangeiros.

As visitas são de terça-feira a sexta-feira, das 09:00 hs às 16:30 hs. Sábados, domingos e feriados, das 14:00 hs às 17:00 hs. Inclusive o forte faz também locação para reuniões, casamentos, formaturas, aniversários... O Forte do Brum fica na Praça da Comunidade luso-brasileira, s/n, próximo à sede da Prefeitura Cidade do Recife, Cais do Apolo- Brum.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Sobre o Museu do Trem I




Sobre o Museu do Trem I


Por José Calvino

Há uma esperança para o Museu do Trem, no Recife, que estava num completo abandono. Constatei que já deram início pela restauração na centenária Estação Central do Recife. Segundo informações colhidas, seu acervo descrito  será transformado na Estação Central da Cultura . Lá estão fotografias do engenheiro Genaro Campello, do sociólogo e antropólogo Gilberto Freyre, do ex-colaborador do JC e ex- repórter fotográfico ferroviário José Alcindo de Souza.

Constam também licenças de trem, passes livres de serviço (ida e volta), gabinete do telegrafista com aparelho telegráfico e o alfabeto com Código Morse, desenhos de lápis cera/papel de Gilberto Freyre e de Marly Motta, óleos sobre tela (1970) e de Anneliese Tulliola, óleo/eucatex. Além de muitas peças e instrumentos históricos com mais de cem anos.

Livros diversos, inclusive alguns de minha autoria, como O ferroviário, Trem Fantasma, Trem & Trens (teatro). Há um prato de ágata de 1872, adquirido em antiquário em Londres, onde nasceu a idéia da estrada de ferro Great Western para transporte do açúcar em Pernambuco.

O Museu do Trem fica na centenária Estação Central do Recife, Praça Visconde de Mauá s/n, bairro de São José, próximo à Estação do Metrô.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

O maior xexeiro no País do futebol




O maior xexeiro no País do futebol

Por José Calvino



Primeiro é uma consideração
(eu respeito)
as massas precisam aprender.

Vamos pra frente
(eu entendo)
que se alastra, que será resolvido
as idéias claras a respeito.

Será ignorância?
(eu tenho pena)
calma que silencia.

Minha arma é a caneta
minha tranqüilidade permanece
sem obrigação...
a uma ação, ou comportamento.

Não é de hoje
não cabia.
Deveria.



A poesia acima não é caso isolado, os problemas existem e são reivindicações dos trabalhadores de modo geral.  O nosso povo não está preparado para revolucionar, até porque uma boa parte dos nossos intelectuais vivem politicamente e culturalmente em cima dos muros, esperando uma oportunidade para mamar nas tetas do governo. Os brasileiros já se preparam para receber o maior evento do futebol mundial e o teste está sendo com a Copa das Confederações. Não me permite silenciar, não adianta marchar (agora é dançar). Gastaram milhões com estádios de Primeiro Mundo. No entanto, o governo não cumpre as decisões judiciais e simplesmente, despreza ou menospreza. Já dizia Nelson Rodrigues, o Brasil é um país de chuteiras. Mas, para os xexeiros, principalmente o Governo, com conivência da Justiça. Segue, em resumo, algumas publicações de minha autoria:

 “(...) Em 2003 o Tribunal de Justiça pediu intervenção federal em Pernambuco e a prisão em flagrante do secretário de Administração,  pelo descumprimento de uma decisão judicial de 2001, que ordenava o pagamento de gratificação a 86 PMs inativos. Agora o governo do Estado e o presidente da Funape não pagaram a multa diária de um mandado judicial, caracterizando crime por desobediência das decisões do juiz da 7ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública da Capital e do então desembargador Jones Figueredo. Os processos arrastam-se por anos.”

“(...) Mais uma piada sem graça: o Tribunal de Justiça deu 72 horas para o secretário de administração, pagar gratificação de incentivo militar a 50 PMs. Ora, este filme é antigo. Fosse o Brasil um país sério, haveria intervenção no Estado, por descumprimento de ordem judicial. Basta lembrar que em agosto de 2005 a Justiça determinou que o diretor-presidente da Funape pagasse a referida gratificação sob pena de uma multa diária de R$ 500,00 (quinhentos reais)  em caso de descumprimento. Até hoje ainda não foi paga.”


"(...) Uma funcionária da Justiça chamou a polícia para um cidadão que vem ouvindo a mesma informação referente a uma dívida que o governo estadual vem devendo há anos. Ela irritou-se somente porque o cidadão falou alto a verdade. O famigerado aviso 'Desacatar funcionário público no exercicio da função ou em razão dela'. Deveriam saber que tanto o servidor pode ser injuriado pelo cidadão, quanto  o cidadão pode ser injuriado pelo servidor. Todos nós sabemos que tem muitos funcionários folgados e preguiçosos transmitindo mentiras sobre  morosidade da justiça, que age com conivência com o governo. Na minha opinião, todos nós devemos praticar o respeito mútuo, não importa qual a função." 


“(...) As obras do PAC, sob a coordenação da Cehab, estão paralisadas, deixando calçadas quebradas e diversos buracos, causando transtornos aos moradores! Cadê o governador do Estado, que no momento só se preocupa em eleição para presidente? Quais medidas serão tomadas?”

“(...) Dois processos na Justiça sem cumprimento: um em agosto de 2005, a Justiça determinou que o diretor-presidente da Funape deveria cumprir mandado judicial num prazo de dez dias, sob pena de uma multa diária de R$ 500,00 em caso de descumprimento dessa ordem. O outro, desde agosto de 2010, a Justiça mandou a Companhia de Habitação e Obras (Cehab) e um condomínio concertarem calçadas quebradas, rachaduras na parede, vazamentos, etc, no prazo de 15 dias, sob pena de pagar multa diária de R$ 100,00. Até hoje nem conserto nem as multas foram pagas , caracterizando crime por desobediência por parte dos xexeiros (governo e condomínio). Cadê a lei a que se deve obedecer?”

E, nesse tempo todo, o Governo sempre recorrendo e o Tribunal de Justiça de Pernambuco, que  conivente com o mesmo, cinicamente decidiu:

“(...) De início, cumpre expor que a multa diária deve observar os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade em relação ao valor arbitrado, se assim, evitar o enriquecimento ilícito de uma das partes (...) No caso em questão, de fato, ficou constatado que a multa fixada em R$ 500,00 (quinhentos reais) por dia, acaba por ultrapassar em muito o valor de vários meses do pagamento da própria obrigação principal objeto da ação de conhecimento, quando realizamos o somatório dos dias descumpridos. Assim, a fixação da multa diária em R$ 500,00 poderá efetivamente resultar em um impacto financeiro desproporcional ao valor da obrigação principal para o Estado. Desta feita, coaduno com o entendimento do juízo de primeiro grau, considerando a multa de R$ 250,00 razoável...”

Enfim, os cálculos finais em sede de liquidação de sentença,  não coincidiram com os cálculos da contadora.  Agora, pasmem, só depois da Copa do Mundo, o processo está com o juiz para analisar   juntamente com o advogado do autor. Após as eleições 2014,  será que o governo permanecerá xexeiro no País do futebol?  



domingo, 16 de junho de 2013

"Moulin Rouge & Chanteclair"



“Moulin Rouge & Chanteclair”

Por José Calvino


Quando atravesso as pontes,
sinto saudades do Recife antigo,
das prostitutas de antigamente.
Elas sabiam se comunicar,
tanto quanto as mais bem formadas de hoje.
Rapaz!
Por que essa saudade?
Já estou velho!
- Será essa a verdade? –
(Só pode ser)!
Não vejo mais, rapaz!
Porra, farei novas amizades...


A poesia acima relembra a boemia do Recife de antigamente. Nos anos 50/60 a vida noturna no bairro da capital Mauricéia era nos bordéis, numa área popularmente conhecida como Zona (baixo meretrício), assim chamada por se tratar de uma zona portuária. Lá existiam diversas “pensões” (vide “Boemia do Recife de antigamente”, do livro Miscelânea Recife II, pp. 143-5), as mais famosas eram Moulin Rouge e Chanteclair, muito diferentes dos estilos do Moulin Rouge de Paris, que em português significa Moinho Vermelho e o Chanteclair que era o aportuguesamento da expressão francesa Chant Claire, que significa Canto Claro.
O Moulin Rouge foi demolido, dando lugar a um novo edifício. Elas foram as casas noturnas mais badaladas do Recife. O Chanteclair tinha mais atrações,  músicas ao vivo e desfiles, com profusão de luzes piscando. Ambas ainda vivenciaram um período de efervescência até a década de 70, quando a área portuária que rendeu fortunas satisfazendo a vida boêmia de muitos entrou em decadência.
Havia as patrulhas das Forças Armadas, sobretudo as do Exército e da  Marinha,  porque as brigas eram constantes entre marinheiros e soldados do Exército. Lembro-me que na entrada  do Moulin Rouge  havia na parede, com letras garrafais e em vermelho, um aviso PROIBIDO ENTRADA DE JAPONESES, porque estes estavam se envolvendo com as referidas brigas.
O Chanteclair era constituído por um conjunto de seis edifícios amarrados por um ornamento externo comum, distinguindo-se dos demais, aparentando  ser uma única construção de nível nacional. Naquele espaço, pretende-se (sic) implantar um centro cultural com oito salas de cinema e um café-concerto. Mas, a restauração até agora ainda não saiu do papel. Uma tristeza!

sábado, 15 de junho de 2013

Perversa injustiça



Perversa injustiça



Por José Calvino



Denunciei em plena ditadura militar uma perversa injustiça à classe ferroviária, decorrente da sonegação de direitos adquiridos, isto é, o descumprimento (como sempre acontece no nosso Brasil) da execução do decreto-lei 4.345/64, que concedeu um aumento salarial da ordem de 110% e que até o presente muitos ferroviários aposentados, ex-ferroviários e pensionistas não receberam em forma de reajuste. Muitos já morreram e a extinta Rede Ferroviária Federal nunca soube explicar aos ferroviários dos Estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte, a sonegação do pagamento de Cr$ 1,7 bilhão de cruzeiros que os usurpados trabalhadores ganharam na justiça em 1991.

Tudo começou quando o então Presidente da República João Goulart concedeu através do Decreto-lei os já citados 110%, reduzidos a 46% após o golpe militar em 1964, caracterizando um flagrante desrespeito, bem como uma truculenta violência àquela categoria de trabalhadores, conhecida na época como a turma do “trem dos 110”. Vale salientar que faltou constar na relação as matrículas de vários ferroviários dos referidos Estados, como também de alguns colegas ex-ferroviários. Como prova de que trabalharam na época, os prejudicados apresentaram em setembro de 1991 as foto-cópias da CTPS nas folhas: contrato de trabalho, anotações, declarações, enfim todos os documentos comprobatório exigidos pelo então inoperante Sindicato dos Ferroviários de Pernambuco. A antiga pendência suscitou uma pequena reunião com fito de acelerar o cumprimento daquela lei. O conclave se realizou na frente (rampa) da antiga Estação Central do Recife, no dia 31/03/98, mas foi uma decepção porque poucos participaram. Faltaram várias lideranças sindicais e outras autoridades, dando margem à não solução do cruciante impasse, resultante de grave desídia administrativa.

Em nome de todos trabalhadores, esta crônica fica como um desabafo. Finalmente, retorno a dizer: com o governo é assim, mas, se fosse ao contrário, isto é, com os trabalhadores, a Justiça funcionava e a mesma não agiria com essa morosidade. Pergunto: Cadê a lei que se deve obedecer, a fim de que se mantenha a ordem e se alcancem os fins desejados?


Maria Fumaça





Maria Fumaça

Por José Calvino

Jogando lenha na fornalha
se encarregava o foguista,
o calor de dentro da locomotiva
esquentava o rosto do maquinista.

Apitando pela linha férrea,
os meus olhos aproximavam da estação.
Na passagem de Nível,
o piuí-piuí, era atenção.

Chegando na estação,
fiquei escoteira,
na esplanada manobrava
os trens de então.
Sonhando pelos trilhos desse trem,
no Museu do Trem,
Maria Fumaça na solidão,
espera pelo trem que não vem.


Recordando o passado

F
ito no presente

Fiquei escoteira

Sem sair da esplanada...

A todos eu quero que me vejam!

Nota: O autor se inspirou no abandono que se encontra o Museu do Trem do Recife.
Idem no livro "Trem Fantasma" (Estação Arrayal) p. 67 - 2005.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Questão de Valores



Questão de Valores*

Por José Calvino


Fumar, beber, sexo fácil...
tem gente desavisado
censurando quem lê um jornal,
olhando com desdém para o livro,
é o preconceito contra a cultura.
Faço um apelo aos que governam
vamos investir na educação,
vamos cultuar o nosso povo,
vamos comparar essa falsa cultura
com a Questão de Valores de muita gente.
Vamos ver o nível cultural de nossa televisão
com alguns programas medíocres.
Todos nós temos consciência
ou não,
Questão de Valores.

*Este poema faz parte do livro “Trem Fantasma” (Estação Arrayal), PP. 52-3 – Ed. 2005.


sábado, 8 de junho de 2013

"Não & Sim"




“Não & Sim”


Por José Calvino


Dizer não
com gestos e palavras.
Meneio de cabeça,
vaivém do dedo indicador...
Mais das vezes,
o não é o sim,
e o sim é o não.
O não pode ser
pacífico ou revolucionário.
Há uma análise bem comum
Uma reação à violência,
à supressão das liberdades,
ao desrespeito à cidadania...
Enfim,
Não à esmola,
é o sim ao emprego digno.
Não à violência,
é o sim da paz.
Não à ignorância,
é o sim da educação.

A poesia acima analisa o não em que um fato se situa. Embora cada caso seja um caso, entre o “não” e o “sim”, é preciso se analisar bem. Eu mesmo, sempre achei que a melhor escolha é a sensatez. De acordo com a psicologia, existem pessoas que não sabem dizer não e aí o sim realmente fica difícil como acontece sempre em alguns casos. Nos anos 50, por exemplo, era costume os católicos darem esmolas a pessoas necessitadas. Quando o esmoler (normalmente os carolas e beatas) não dava esmola aos mendigos sempre se justificavam dizendo: “Perdoe devoto”, “O padre avisou que a esmola da missa era para as missões”, “Graças a Deus eu dou esmola aos pobres, ninguém sabe o dia de amanhã!”

Sinceramente, nunca concordei com a tal da esmola como dizia o personagem central do livro O Cristo Mulato: “(...) Nunca devemos passar indiferentes pela miséria, nem pedir esmolas. De esmola nós já vivemos e não temos condições de dá-las com salário de fome...”

O não ao Bolsa Família, a meu ver é o sim ao emprego digno. Uma sugestão para ensinar os jovens Educação Moral e Cívica (EMC), contudo não ser como a ex-disciplina Organização Social e Política do Brasil (OSPB) que era um símbolo do regime militar nas escolas e faculdades. OSPB saiu do currículo com o fim da ditadura militar, há mais de 20 anos. Na disciplina Educação Moral e Cívica os estudantes aprendem os conceitos de filosofia, cidadania e a respeitar a pátria para que o Brasil exerça a verdadeira democracia.


quinta-feira, 6 de junho de 2013

Chuva



Chuva

Por José Calvino


A forte chuva de sexta-feira (17/05/13) foi tanta que inundou a minha rua e algumas transversais do bairro de Campo Grande=Recife. Devido ao grande número de entupimentos nas galerias subterrâneas, destinadas a escoar as águas da chuva, muitas casas foram inundadas e até o momento a Secretaria de Políticas Sociais não priorizou os serviços dentro do orçamento participativo da Prefeitura Cidade do Recife, nisso atendo-me apenas às promessas das campanhas eleitorais.
Incomodado com as queixas de moradores sobre o estado em que se encontram algumas ruas, um vereador chama os reclamantes de “despeitados”. Segundo ele, essas pessoas não são eleitores seus. O politiqueiro afirma estar fazendo muito pelas ruas do bairro, que ganhou iluminação a vapor de sódio graças ao seu prestígio, garantindo ainda que, com sua “recondução apoteótica” à Câmara, vai conseguir, este ano, o calçamento das ruas.
Revoltado, o poeta escreve sua poesia:


Está chovendo tanto,
que já inundou a minha rua.
Água caindo das nuvens,
eu até que não ganhei a rua.

Eu que me encontrava puto da vida,
e agora a calmaria e a tempestade,
Poeta me aconselhou:
Só nos resta ganhar a vida.

Naquele momento ocorreu-me uma inspiração feliz, que encerro com a poesia:


 VIVER

Só com poesia
essa caminhada sua
a chuva molhando
as flores, as árvores...
À vida é jovem e poética
é como o espírito que renova.
Viver
esta vida nova.
Cheguei do Caminho.
Estou feliz!
Vale a pena viver!






terça-feira, 4 de junho de 2013

Maçã do Agreste



Maçã do Agreste*



Por José Calvino



Meu coração palpitava
Quando via sua fotografia
Do coração flechado de amor
Uma sensação de arrependimento
Eu sofria
Você é minha maçã do Agreste
Não vou mais te deixar
Como um “cabra da peste”
Não vou plagiar
O “Morango do Nordeste”




*Folha de Pernambuco– Caderno Programa, p. 3 - 30/06/2000.
Extraído do livro: “Miscelânea Recife” – p. 115 – Ed. 2001.