1 - Jesus
Não pretendo escrever uma obra teológica ou tomar
partido em conflitos religiosos. Como exemplo de vida, já fui perseguido por
ter o nome do reformador de espírito universal. Professores carolas diziam,
principalmente um de história: “Foi o movimento que, dividindo os cristãos do
Ocidente no século XVI, originou diversas novas igrejas chamadas protestantes,
as quais não mais seguiriam o comando e a orientação do papa de Roma...”. Mas,
jamais poderei ser privado de minha liberdade, pois estou escrevendo
universalmente e com ousadia “Jesus”. Sem medo, sempre denunciei as injustiças
sociais (Vide Liberdade de Expressão - pp.). Além disso, sempre respeitei a fé
cristã , até porque sempre convivi com pessoas simples e religiosas (pobres do
nosso Brasil).
Com mais de 2000 anos da vinda de Jesus Cristo
(Vide Hipocrisias - pp.), iniciei este trabalho literário com trechos salteados
do livreto (distribuídos gratuitamente),“Jesus”(Vide Fisionomia de Jesus – p.)
, que Veio ao mundo sem ter Caído do céu, nem Vindo de outro planeta. Jesus
teve como pai adotivo José...(Vide O nascimento de Jesus Cristo, Mt 1:18-25 e
Lc 2:1-7).
Ele era judeu, de nome Yeshu (em grego), que representava
uma sigla I= Iésus (Jesus), Kh= Kristhós (Cristo), era uma abreviatura do nome
hebreu Yoehoshua andava pelas terras do Oriente Médio pregando a paz num
ambiente totalmente hostil: a Palestina era território dominado pelos romanos e
os próprios judeus estavam divididos em facções religiosas. Algumas,
extremistas como os zelotes, que pregavam a luta armada contra os invasores.
Outras, como os fariseus citados na Bíblia, conviviam com o poder romano
contanto que a vida religiosa não sofresse intervenção. Nestes dois milênios
que se seguiram, o Oriente Médio não deixou de ser sempre um barril de pólvora.
De acordo com as Escrituras, tanto judias quanto
cristãs, Jesus teria que ter nascido em outubro na Succah (Cabana), durante as
festividades da Festa dos Tabernáculos (Sucott), quando os pastores ainda
podiam estar apascentando nos campos com as ovelhas. Argumentam com fundamento,
que em dezembro é época de inverno no Oriente Médio e que nem mesmo o pastor
mais lunático estaria fora à noite gélida, em campos cobertos de neve (Vide
Carta de uma judia a um pastor, de Dalva Agne Lynch. Site oficial da autora:http://www.dalvalynch.net
Idem, editorial Literário: Um blog que pensa – http://pbondaczuk.blogspot.com/,
24/dez/2012).
Acredito que é preciso conhecer bem a terra onde ele nasceu, e o
povo com quem ele viveu.
Dizendo-se filho de Deus (Vide Quem é
Deus? – p.), não ficou alheio à vida da humanidade do seu tempo. Jesus era um
homem inteligente, aplicava muito bem as palavras de amor e bondade (Vide
Menino Jesus - p.), era um ser humano igual aos outros, nascido de relação
entre um homem e uma mulher. Sobre a sexualidade de Jesus, tem crescido o
número de pessoas que acham ter havido um relacionamento amoroso entre Jesus e
Maria Madalena. Todos estudiosos que estudam (sic) a figura humana de Jesus
sendo homem, alguma sexualidade, se não exerceu com mulheres, a exerceu com
quem? Seria um anormal? Muitos o consideravam um louco, inclusive os próprios
parentes.
Ele nasceu pobre, viveu no meio do povo,
propôs aos homens se amarem como irmãos e paz para todas as pessoas (No
Brasil, enquanto o governo não investir em saúde e educação, não haverá paz.).
Como assim? Para entenderem melhor, Ele disse: “Por serem todos filhos do mesmo
pai.” Alguns seguiram-no, muitos se colocaram contra e foram a favor do império
romano. A polícia era assumida diretamente pelo Comandante do Templo, sob as
ordens do Grande Sacerdote. Essa mesma polícia o levou a ser crucificado (Mc
14:43-50 – Mt 26:47). Mas, a igreja convenceu milhões de pessoas a acreditarem
que ele ressuscitou. Pra mim isso é conversa pra boi dormir (Vide Mt 10:8).
Até hoje muitos religiosos acreditam que Jesus está
vivo (Vide Será o Fim do Mundo? – p.). Tenho certeza que alguns leitores estão
perguntando: “Como vivia o povo?”; “Quem se relacionava com ele?”; “Quem estava
no poder?”; “Havia religião?”,et cétera, (Vide Sobre cristologia - pp.).
A Palestina era um país essencialmente agrícola e
sua economia, sobretudo era mais voltada à agricultura (Vide Mc 2: 23 – 4: 1-19
– 4: 30-32). Ah, e Jesus Cristo, que fez a água virar vinho (Vide João 2: 9) ,
na pecuária (Vide Mt 9:35-38 – 25:31-32), na pesca (O peixe era alimentação
popular), no artesanato (Vide João 12:3), barcas e redes. Não havia indústrias
como hoje, mas sim muitos artesãos autônomos (Vide Mc 1: 16-20 – Mt 13:47 – Lc
5:1-7 – Lc 9:62) e tanques para espremer uvas ou azeite (Vide Mt 9:37). Certas
obras públicas, como a nova construção do templo de Jerusalém no tempo de Jesus
reuniam vários operários (Vide João 2:20).
Os produtos circulavam com muitas dificuldades para
o comércio. A Palestina não era uma região diretamente marítima e as demais
eram montanhosas. Apesar disso, nas aldeias trocava-se um produto por
outro. Existiam feiras livres nas cidades, principalmente nas maiores
como a Galiléia, onde se desenvolvia um certo comércio internacional;
para isso se usavam várias moedas de diversos países (Vide Lc 15: 8 – 20: 24).
Nos povoados os impostos eram de diversos tipos.
Para os romanos se cobrava ¼ das colheitas, logo vendidas e trocadas em moeda.
O pedágio era sobre transporte de mercadorias, taxas de alfândega... Grandes
somas partiam de Jerusalém para Roma. Em Roma, uma categoria se beneficiava às
custas das províncias coloniais com a Palestina. O povo tinha apenas o
suficiente para sobreviver e com tantos impostos a pagar, a miséria se tornava
ainda mais pesada para muitos sem condições de satisfazer suas necessidades mais
vitais. A cobrança se fazia através de funcionários chamados Publicanos que
atuavam em todos os níveis (Vide Mt 9: 9-13 – Lc 18: 11).
Os responsáveis pelas cobranças ficavam com suas
comissões e os furtos eram freqüentes, principalmente em altos escalões, e
praticamente sem controle. A corrupção era grande e isso tudo levou o povo a
desprezar e marginalizar toda a categoria dos publicanos (Vide Lc 16: 6-7).
O Templo era o centro do poder
econômico e onde todos os impostos eram centralizados. Uma verdadeira fonte de
empregos: vendedores de bois, ovelhas e pombas, com diversos cambistas
explorando o público ( Vide João 2: 13-20).Então, quando Jesus falava do templo
a ser destruído, ameaçava a estrutura econômica na sua base, tendo sido esse um
dos motivos de sua condenação ( Vide Mt 26:61).
A situação econômica de Jesus era semelhante à do
povo da Galiléia, por fazer parte da vida econômica dos camponeses, pescadores
e das donas de casa. Os pescadores, sobretudo, eram seus discípulos, o Peixe
também era o desenho usado pelos primeiros cristãos como forma de se
identificarem numa época em que se declarar seguidor de Jesus significava ser
devorado por leões. O desenho do peixe tinha uma mensagem mais cifrada em
grego, escreve-se ikhtys. A realidade dos desempregados mostra como se
relacionam os ricos proprietários. Assim Jesus mostra que conhece perfeitamente
a situação econômica da classe trabalhadora explorada (Vide Mt 18: 23-34 – 13:
54-55).
O povo ia ao encontro de Jesus, à beira mar ou em
qualquer lugar onde ele estivesse (Vide Mc 3:8 – Lc 6:6-11). O Novo Testamento
usa diversas vezes as palavras Povo e Multidão. Isso mostra o quanto Jesus se
identificava com o povo. Jesus foi criticado por sua intimidade no contato com
os marginalizados. Os Fariseus diziam: “Por que ele come com os pecadores?” E
quando faziam esta pergunta Jesus respondia: “Não são os que têm saúde que
precisam de médico, mas sim os doentes.” (Vide Mc 2:15-17 – Mt 9: 11-12).
Jesus sempre manifestou seu afeto para com as
crianças (Vide Mt 11: 16-17 – Mc 10: 14).
Mulheres e crianças eram excluídas da vida social,
igualmente aos deficientes visual, auditivo, mentais e escravos (Vide Lc 17:
14).Ele ficava aborrecido de ver o povo disperso, perdido, explorado e
desorganizado ( Mt 17: 24-27).
Jesus quebra os tabus: Fala a sós com uma mulher
Samaritana (Vide João 4: 27).
Jesus se faz acompanhar por um grupo de mulheres
junto com os discípulos (Vide Lc 8:1-3). Elas, sozinhas, estão presentes em Seu
Calvário (Vide Mc 15: 40-41) e serão as primeiras testemunhas da ressurreição.
Naquele tempo o testemunho de uma mulher não valia nada, pesa na boa fé a
veracidade do acontecimento (Vide Lc 24: 1-11).
(...)
Peço licença agora aos leitores para esse lembrete:
História do dinheiro da então República dos Estados Unidos do Brasil. Em 1942
foi lançada no Brasil a nota de Cr$ 10,00 (dez cruzeiros), que trazia em
destaque a imagem do caudilho gaúcho Getúlio Vargas.
-> Dinheiro do Brasil: várias mudanças de nomes
e valores no decorrer da história. .
Jesus reconhece que os impostos exigidos por
estrangeiros são demonstração de abuso e injustiça (Vide Mt 17: 24-27)!
Devemos pagar imposto a César ou não? Os Fariseus
fizeram essa pergunta a Jesus, com intenção de provocá-lo. Claro, as vozes da
administração estrangeira seguiam pressionando por todos os meios. Para isso,
Jesus muito perspicazmente pediu aos Fariseus uma moeda e perguntou: “De quem é
a imagem e a inscrição da moeda?”- “de César”, responderam-lhe. Era uma imagem
proibida aos judeus. Um deles, retirando do seu bolso uma tal moeda, estava em
contradição com a Lei que pretendia defender.
Jesus então, com certa ironia disse: “Pois bem,
devolvam a César o que é de César.” (Vide Lc 20: 20-26). Será que não poderia
Jesus dizer também: “Devolvam ao povo o que é dele?”
Jesus adotou uma atitude crítica em relação aos
abusos do poder pela classe dominante (Mc 12: 1-12). A critica de Jesus se
dirige então aos responsáveis pela nação judia: “O dono da plantação destruirá
os vinhateiros e dará a vinha a outros.”
A autoridade de Jesus como um ser social era
baseada na confiança que o povo lhe tinha, e por isso a classe dominante tinha
medo de mexer com ele. Jesus fez com que esse povo, com seus líderes, se
organizassem e resolvessem seus problemas (Vide Mc 15: 6-15 – Mc 6: 33-44).
Jesus morreu por dois motivos:
1 – Religioso: Foi acusado de blasfêmia porque,
sendo homem, se fez igual a Deus, e assim tirava dos Sacerdotes a última
palavra sobre a Religião;
2 – Político: Jesus caiu numa armadilha. O sinédrio
queria acabar com ele, porque se sentia ameaçado em sua autoridade. Por outro
lado, os zelotes queriam uma mudança política imediata. Apesar de não concordar
com os zelotes, o sinédrio conseguiu jogar o povo contra Jesus na hora da
Paixão. Pode ser que por isso Barrabás, o zelote, preso por sua ação
terrorista, apareceu ao povo como tendo mais condições que Jesus para encabeçar
uma libertação nacionalista (Vide Mc 15: 6-15. Idem, Sobre cristologia - p.).
Crucificaram Jesus (Vide Sepulcro caiado - p.) e jogavam na Arena os cristãos
aos leões. O Império de Roma que via uma nova mentalidade e ideologia
reacionária criaram a Igreja Católica Apostólica Romana.
Cito agora algumas parábolas contadas por Jesus: As
Casas (Vide Mt 7: 24-29) “ Quem ouve estas minhas palavras e as obedece é
comparado a um homem inteligente que construiu a sua casa sobre a rocha.
Choveu, houve enchentes com ventania e ela não caiu porque foi construída sobre
a rocha. Quem não obedece é como um homem ignorante que construiu a sua casa
sobre a areia. Choveu, houve enchentes com ventania e ela caiu, sendo grande a
sua destruição.”
Quando Jesus acabou de falar, as multidões estavam
admiradas com os seus ensinamentos. Porque ele ensinava com autoridade e não
como os professores da Lei. (Vide O nome de Deus em vão! – p.).
Liberdade
de Expressão
“...
Mas o desespero é tamanho, que
quando
sonhei, pensei que estavam
mijando
petróleo.”
Joseph Ratzinger (o papa Bento XVI)
renunciou ao papado declarando que o fazia “pelo bem da igreja”, mas será que
não foi por ter dito ao clero que “estariam instrumentalizando Deus”? Me veio à
memória o caso do padre Vito Miracapillo expulso do Brasil por vários motivos,
entre eles por questionar a “não independência do povo”, quando em 1980
recusou-se a celebrar a missa de 7 de setembro. Na ditadura militar teve padres
enquadrados na Lei de Segurança Nacional, que envolveu Estado & Igreja,
povo e autoridades civis e militares. O ex-padre Reginaldo Veloso, por exemplo,
autor do hino “Vito, Vito, Vitória”, em homenagem ao padre italiano, no ano de
1989, foi suspenso das funções sacerdotais pelo então arcebispo de Olinda e
Recife, dom José Cardoso Sobrinho. Ex-Pároco do Morro da Conceição, Reginaldo
foi punido por não seguir o pensamento da igreja no estilo romano, mais
centralizada em sua hierarquia e que orientava que padres não se envolvessem
politicamente. Em solidariedade ao religioso, os fiéis tomaram a chave da igreja
cantando:
“ A chave, a chave, a chave eu não dou, a chave é de Pedro que é
pescador...”
E foi preciso a polícia intervir, uma vergonha! Na verdade, até hoje não
vejo organização nenhuma que lute pelo estado laico e pela separação efetiva
entre governo e religião.
Quando publiquei o meu terceiro livro “ O Cristo Mulato”(1982) ele não
agradou, é claro, nem ao governo militar, nem à igreja. Nele, eu mencionava:
“(...) Se o povo soubesse a força que tem, ah! Só bastaria a metade daquele
povo que acompanha o Clube Carnavalesco ‘O Galo da Madrugada’, que sai do
Recife nos carnavais arrebanhando uma multidão incalculável, para se rebelar
contra este desgoverno...” Fiz também diversos trabalhos no ITER (Instituto de
Teologia do Recife), extinto em setembro de 1989, por decisão do Vaticano! O
instituto foi acusado, pelos setores mais conservadores da Igreja, de adotar a
linha marxista e era voltado à formação com base na Teologia da Libertação. O
ITER foi criado em 1968, não agradando à “Santa Inquisição”.
Não pretendo aqui escrever uma obra teológica ou tomar partido em
conflitos religiosos, mas jamais poderei ser privado de minha liberdade, pois
estou escrevendo universalmente com ousadia “Jesus”. Sem medo, sempre denunciei
as injustiças sociais.
Domingo, 17 do corrente, houve um evento promovido nacionalmente pela
Sociedade Livres Pensadores, em Olinda, pregando a maior integração entre os
que vivem o livre pensamento, o respeito, a liberdade de expressão, etc. Com
entrada franca, aproveitei o ensejo e fui distribuir gratuitamente 50 livretes
da dita obra. Pasmem com o que aconteceu! Na ocasião, fui impedido de exercer
meu direito democrático de divulgar meu trabalho por ateus ignorantes e
preconceituosos igualmente ou talvez pior do que alguns grupos religiosos. A
decepção foi grande. E ainda dizem que são discriminados. Eu, hein?!
Hipocrisias
O dia 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, foram
desfechados pela organização terrorista Al-Qaeda e entraram
para a história da humanidade. Dois aviões que cruzaram
Manhattan, em Nova Iorque, naquela manhã atingiram o
complexo do World Trade Center, onde estavam 17 mil pessoas. Outra
aeronave despencou meia hora depois sobre a sede do Pentágono e
um quarto avião caiu na Pensilvânia. Mais
de 3 mil pessoas morreram, incluindo os 19
terroristas. O que ocorreu nesse dia me fez reler o que há mais de 100
anos o escritor Tolstoi escreveu em seu livro “O Reino de Deus Está em Vós”,
mostrando que: " A hipocrisia geral penetrou a tal ponto no corpo e
na alma de todas as classes da sociedade atual que nada mais pode indignar quem
quer que seja. Não é à toa que a hipocrisia, em seu sentido próprio, significa
representar um papel: e representar um papel, qualquer que seja, é sempre possível.
Fatos como estes: ver os representantes de Cristo abençoar os
assassinos que se enfileiram, armados contra seus irmãos,
apresentando os fuzis para a bênção; ver os padres de todos os credos cristãos
participarem, necessariamente, como carrascos, das execuções capitais;
reconhecerem, com sua presença, que o homicídio é conciliável com o
cristianismo (um pastor assistiu à experiência da execução pela eletricidade),
nenhum destes fatos surpreende mais ninguém... mais do que podem fazê-lo
centenas e milhares de homicídios cometidos por ignorantes e muitas vezes sob o
ímpeto da paixão” (Ver Obras Completas de Jukovski, Vassili Andreivitch;
célebre poeta russo).
.
Hipocrisia*
Com
mais de 2000 anos da vinda de Jesus Cristo a este planeta, nos passando a
mensagem de dias melhores. Alicerçado através dos seus ensinamentos de amor e
bondade, todavia conseguimos eleger o dia do seu aniversário, como o dia
universal da hipocrisia . A humanidade desvirtuou todos os ensinamentos
cristãos com as suas angústias e conseqüentemente suas ambições e
intolerâncias, independentemente de raças, credos e etnias. A nação mais rica e
protestante do planeta, edifica as suas vontades e verdades, alheia à
miserabilidade de bilhões de seres humanos do planeta terra. Fazendo com que o
livro sagrado e suas palavras, tornassem utópicas e irreais. Em nenhum momento
os Estados Unidos demonstraram interesses que não fossem de sua valia e
serventia. Com a chegada do Natal, este mesmo gigante consegue fazer um
festival de hipocrisia, aos quatro cantos do planeta, com festividades
gigantescas como decorações luxuosas, filmes invocando a presença do bom
velhinho (Papai Noel), resgatando e incentivando sonhos de consumo e
prevalecendo a vitória do bem sobre o mal. Assim, aprendemos através de sua
presença massiva a considerá-los como perfeccionístas e com senso de justiça,
imbuídos na pseudo dignidade de seus atos, mesmo que isso demonstre uma total
hipocrisia (...)
A sociedade, como
um todo, absorve toda essa hipocrisia com a distribuição de presentes e
sorrisos hipócritas no rosto das pessoas. São mensagens falsas de carinho e
incentivos! Deseja-se aquilo que não são condizentes à raça humana, tão
destruída pelas mazelas que povoam nossas personalidades egoístas e falsas.
Latente ao comportamento das pessoas em relação às outras, tão longe e
infinitamente irreversível dos ensinamentos bíblicos . Podemos assim, eleger as
festividades de final de ano, como o dia mais hipócrita de todos os tempos. Eis
que chega o ano novo, as grandes cidades fazem shows pirotécnicos com o
colorido no céu, pessoas literalmente embriagadas confraternizam-se com falsos
abraços e beijos. No dia seguinte, vamos computar as vítimas de violência,
brigas e acidentes. Demonstrando assim, que é um dia atrás do outro com uma
noite no meio, sem mudanças e esperanças. Do lado da natureza, vamos deslumbrar
terremotos, furacões, tufões e enchentes. Assim a humanidade edificou os seus
desígnios, cultivando a intolerância na falta de amor ao próximo, sendo
medíocres e literalmente hipócritas, elegendo estas festividades no pseudo
intuito de uma melhor relação entre os seres humanos, tendo o disparate do
desejo de um Feliz Ano Novo!!!
* Texto extraído
(em resumo) do livro: "Miscelânea Recife II"-
Ed. 2012 - pp.
196-7
Fisionomia de Jesus
Tenho recebido vários telefonemas dos leitores
pedindo que fale sobre Jesus Cristo. Então resolvi transcrever, em resumo, um
depoimento sobre a expressão fisionômica de Jesus através de uma carta escrita
pelo senador Públio Lentulus na Judéia ao César romano, Tibério César,
imperador de 14 a 37, que se refere a Jesus Cristo, que naquela época nas
terras da Palestina, principiava as suas prédicas.
“Soube, ó César,
que desejavas ter conhecimento do que passo a dizer-te: há aqui um homem
chamado Jesus Cristo, a quem o povo chama profeta e os seus discípulos afirmam
ser o filho de Deus, Criador do céu e da terra. Realmente, ó César, todos os
dias chegam notícias das maravilhas deste Cristo. Para dizer-te em poucas
palavras, Ele ressuscita os mortos, cura doentes e surpreende toda Jerusalém.
Belo e de aspecto insinuante, é uma figura tão majestosa, que todos o amam
irresistivelmente. Sua fisionomia, de uma beleza incomparável, revela meiguice
e ao mesmo tempo tal dignidade que ao olhar-se para Ele cada qual se sente
obrigado a amá-lo e a temê-lo ao mesmo tempo. O cabelo dele, até a altura das
orelhas, é da cor das searas quando maduras, e daí até aos ombros é loiro muito
claro e brilhante. É apartado ao meio por uma risca ao uso dos nazarenos. A
barba é da cor do cabelo e não muito larga e também dividida ao meio. O olhar é
profundo e grave; as pupilas parecem os raios do sol. Ninguém pode fitar-lhe o
rosto deslumbrante. Ele é o mais belo homem que imaginar se pode e muito
semelhante à sua mãe, a mais formosa figura de mulher que até hoje apareceu
nesta terra. As mãos e os braços são duma grande beleza. Faz-se amigo de todos
e mostra-se alegre. Quando repreende, apavora. Quando adverte, chora. Toda a
gente acha a conversação dele muito agradável e sedutora (...). Nunca estudou,
mas é senhor de todas as ciências. Anda com a cabeça descoberta e quase
descalço (...) Muitos judeus o têm por divino e crêem nele. Também muitos o
acusam a mim, dizendo, ó César, que Ele é contra tua Majestade, porque afirma
que reis e vassalos são todos iguais diante de Deus...”.
Quem
é Deus?*
No
Farol da Mata foram presas diversas pessoas, banqueiros de jogo de azar,
cambistas, inclusive o escritor que criticava a revolução, dizendo ter sido um
golpe militar. A polícia apreendeu diversos panfletos que estavam sendo
distribuídos em praça pública, um deles era sobre a divindade de Deus. Os
guardas municipais arrancavam as propagandas coladas nos postes, muros, prédios
da Prefeitura... O povo se revoltava com a prisão do escritor. Chamavam o
prefeito de quizila, o delegado de polícia de alcoviteiro, o cônego de
pedófilo. Estava igual ao Estado Novo de Getúlio Vargas. Existia a censura oficial
através do então DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda).
Novamente os
muros foram pichados e panfletos foram colados até na Igreja. As beatas diziam
“ser o fim do mundo fazer aquilo na casa de Deus”... Os carolas se benziam,
fazendo o sinal-da-cruz: “O escritor é ateu, Deus me livre querer negócio com
ele. Tenho filhos pra criar...” “Minha Nossa Senhora, por que prenderam o
escritor?” “Eles prendem quem não faz mal ao povo, por isso nos vem a dúvida:
aonde iremos nós? quem é Deus?
Quem é Deus?
Apesar dos
avanços da humanidade, continuamos a indagar e questionar a presença de um ser
superior entre nós. Não conseguimos avançar um milímetro em toda esta incógnita
universal. Pregamos e acreditamos em dogmas e leis que não são mais condizentes
com o conhecimento humano em relação ao universo e sua evolução. Continuamos a
pregar o cristianismo das cruzadas, que em sua época conduziu o homem à idade
das trevas. Sendo estas as verdades divulgadas e aceitas.
Um atraso de
centenas de anos, onde o simples discordar implicava em um tribunal de
inquisição, assim a doutrina cristã através dos homens desvirtuou os
ensinamentos de Jesus Cristo. O jogo do poder da igreja atropelou a tudo e a
todos, jogando-nos às suas pseudosofias, fazendo-nos acreditar que ter fé era
obrigação de todos.
No início da
humanidade, com os medos e o desconhecimento dos fenômenos naturais, aliados à
falta de uma estrutura jurídica estabelecida, encontraram um terreno fértil
para apregoar-se as leis fundamentais, para a propagação de um conceito
religioso, criando Deuses mitológicos, politeístas e com poderes inconcebíveis
aos mortais.
O desenvolvimento
através dos séculos e milênios mudou alguns desses dogmas. Mas ainda assistimos
o proliferar de inúmeras seitas, crenças e religiões (os chamados no Brasil nos
anos 50 de Nova Seita), sempre no embasamento da presença do divino entre nós,
muitas vezes fugindo a uma linha da razão e da lógica.
Temos um Deus que
é a nossa imagem e semelhança, em um trono divino e com poderes sobre as forças
do universo, cercado de uma hierarquia dos santos, anjos, querubins e espíritos
de luz. Esses conceitos, divulgados através da humanidade, persistem até os
dias atuais.
Evoluímos no
campo científico, passamos a conhecer com maior profundidade o universo e sua
mágica na existência do infinito. E, mesmo assim, não passamos a conhecer a
nossa realidade no âmbito do universo.
São bilhões de
galáxias, trilhões de planetas e uma infinidade de sistemas solares.
Apesar de tudo
isso, continuamos a questionar, Quem é Deus? Muitas são as atribuições a ele
concebidas. Os nossos infortúnios e suas graças são predeterminadas e ditadas,
não obstante as tantas injustiças cometidas à raça humana, temos terremotos,
enchentes, guerras e grandes catástrofes. Sempre atribuímos esse poder
decisório a Deus.
Assim, a fé se
fez presente ao longo da história universal, independente de crenças ou de
correntes a seguir: O dedo de Deus, nos conduz e dita-nos as suas leis e
vontades, sempre apregoando as suas bondades. Fazendo-nos temer ousar em
discordar. Acreditar sem ver? Esse é o verdadeiro jogo da fé. Os registros das
manifestações divinas foram amplamente divulgados através das crenças
religiosas.
Assim, os homens
narraram e descreveram o que eles acreditavam ser o contato do divino com os
mortais. No mar morto alguns pergaminhos encontrados falam com exatidão sobre
esse fascinante contato entre os homens e a linguagem divina. De Buda a Cristo
e ao profeta Maomé, as religiões criaram raízes e foram amplamente aceitas, não
obstante a todo desconhecimento da nossa existência. A morte? Essa fascinante e
desconhecida incógnita, independente de credo, nos aproxima da presença de
Deus. Para que isso ocorra, temos que seguir mesmo que obrigatoriamente os seus
ensinamentos. A eterna busca da paz celeste nos obriga a aceitar como verdade
absoluta os seus ensinamentos.
Deus é amor. Essa
é a virtude decantada ao longo de nossa existência. Foi assim que aprendemos a
deslumbrar essa luz.
Todavia nos
agigantamos no aprendizado da intolerância e da insensatez, marcas registradas
dos seres humanos de ambos os hemisférios. As religiões de nada serviram para
edificarmos um aprendizado melhor e pregamos palavras soltas, relatadas em
livros sagrados. Apesar de todo nosso desconhecimento em relação à onipresença
e à onipotência, divina, não conseguimos entender o sacrifício imposto a Jesus
Cristo, que teve a sua presença marcada na bondade e no verdadeiro amor.
Conseguimos desvirtuar todos os seus ensinamentos, não colhendo o fruto daquilo
que propôs a sua vinda a este planeta. Não absorvemos um só milímetro de suas
verdades. Continuamos a não entender este fantástico mundo em que vivemos, e,
com toda religiosidade, continuamos a não saber Quem é Deus?
Aprendemos ao
longo dos séculos que a figura abstrata do criador é quem tem os poderes sobre
os destinos e desígnios. E que é dele a sua bondade, sua misericórdia e o seu
perdão. Tanto nos abençoa como pode nos jogar uma eterna maldição.
Um Deus sem
misericórdia e impiedoso, capaz de amaldiçoar uma geração inteira, fazendo que
descendentes paguem pelos pecados dos seus antepassados.
Aprendemos que
com sua bondade infinita ele é capaz de abençoar os seus escolhidos!
Demonstrando assim uma parcialidade nos destinos dos filhos de ambos os
hemisférios, tendo alguns a vida alicerçada na plenitude da felicidade, na
estrutura familiar e com qualidade de vida boa. Outros são eternamente
subjugados e espoliados, jogados à própria sorte, sem a interferência, nem a
misericórdia do divino.
Todos os fatos
ligados aos fenômenos naturais ou não, são atribuições de suas vontades: as
grandes catástrofes, os desastres, as epidemias e os fenômenos naturais, ou
seja, nada neste universo funciona sem o seu consentimento, nos fazendo
acreditar que há muito as forças maléficas encontram-se inertes sem precisar
atuar, pois o destino do planeta encontra-se só nas mãos de Deus. Mesmo que
isto se traduza em uma infindável injustiça, só nos restando a opção de
acreditar sem relutar, sem o direito a questionar e indagar: Quem é Deus?
Assim a
humanidade edificou as suas verdades, distanciando-se sobre a real razão de
nossa existência, a nossa presença e qual a função da vida no planeta terra.
Aonde iremos nós? Quem é Deus?
* Capítulo XVIII do livro "Drogas
& Crimes", ed. do autor (2003) - pp. 60-4.
Gravado em disco,
mar 2003.
Menino Jesus
O poeta,
que há anos se encontra na prática do Espiritismo, pegou um livro que alguém
havia deixado na igreja do Bom Jesus. Lendo-o fervorosamente se viu logo curado
de uma grande angústia espiritual e, a partir de então, passou a refletir se
aquilo realmente não funcionaria mesmo. Enquanto folheava suas páginas
encontrou uma história que contava que em Praga foram tantos os prodígios
realizados pelo Menino Deus, que daí se originou a devoção sob o título de
“Menino Jesus de Praga”. O poeta conhecia a lenda que se tornou tão grandemente
maravilhosa, e não acreditava tanto assim no poder da oração. E também porque
não sentia certa admiração pelas religiões, principalmente quando muitos nas suas
alienações pregam o evangelho...
Mas, não era por isso que o poeta não iria
acreditar que o Menino Jesus tinha por hábito pregar o evangelho entre os
doutores, que ouviam-no perturbados, diante de tanta sabedoria e presença de
espírito.
- Por que uma criança podia saber tanto? –
perguntou a si mesmo.
Por fim, sabia que existe um trecho que é
fundamental aos católicos: o poder da fé como a única salvação: “Espero com
confiança alcançar Vossa santa graça. Amo-vos com todo meu coração e com todas
as forças da minha alma. Pesa-me de Vos ter ofendido e proponho nunca mais
tornar a Vos ofender. De agora em diante, quero Vos servir com toda fidelidade
e por amor de Vós, amar ao meu próximo como a mim mesmo”.
Eis a questão que penaliza a humanidade “amar ao próximo como a si
mesmo”, desde a sua criação. Jesus soube amar até mesmo os seus inimigos. A
humanidade deveria ser uma grande e harmoniosa família. Na igreja da Harmonia,
cantavam a oração de São Francisco de Assis:
“(...)
consolar, que ser consolado;
Compreender,
que ser compreendido;
Amar, que
ser amado.
Pois é
dando que se recebe,
É
perdoando que se é perdoado,
E é
morrendo que se vive para a vida eterna!”
Será o fim do mundo?
Estando
com umas amigas, uma delas lendo Feriadão em Olinda ( “Fiteiro Cultural”, p.
119): Praia de Olinda/Encontrei com as meninas/ Elas disseram:/ ‘Finalmente nos
encontramos’/ Elas me reconheceram/ Eu que já havia quase desistido/ Com elas
pude mostrar ainda.../ (unidas)/ Mas ao que pude até recordar/ (amando)/ Na
praia de Olinda. Fomos ao Marola Bar, na Beira Mar de Olinda. Lá, ouvimos o
famoso frevo do mestre Capiba, Trombone de prata, na voz de Expedito Baracho
(sua primeira gravação na voz do próprio Expedito, na década de 60): “Ouvi
dizer que o mundo vai-se acabar,/ Que tudo vai pra cucuia,/ O sol não mais
brilhará./ Mas se me derem/ Um bombo e uma mulata,/ E um trombone de prata,/ O
frevo bom viverá....”
As lembranças me
fazem transportar no tempo e fazer vir à memória que, em dezembro de 2009, fiz
um comentário sobre “ O fim do mundo em 2012”, escrito por Bráulio Tavares. A
referida crônica foi publicada no jornal da Paraíba e postada num blog... (Por
motivos óbvios não citarei o nome) e deve ter sido retirada por causa de uma
polêmica sobre o poema pornográfico: “POEMA DA BUCETA CABELUDA”, escrito pelo
mesmo poeta..., mas essa é outra história.
As afirmações
para o fim do mundo, previsto para 2012, segundo os religiosos parece não ser
em vão. O suposto médico e estudioso de alquimia e astrologia, Michel de Nostredame
(Nostradamus), relatou em suas centúrias o fim do mundo para essa data . Juízo
Final, Apocalipse. Para muitas pessoas, é uma verdadeira lenda. Mas, na crônica
o poeta cita John Kappenman, da empresa Meta Tech: “Grandes correntes elétricas
circulam em nossa rede, vindo da Terra através de conexões-terra em grandes
transformadores. Precisamos disso por razões de segurança, mas as
conexões-terra proporcionam entradas para cargas que podem danificar a rede”.
Eu concordo mais com o que o poeta Bráulio Tavares diz: “ O fim do mundo,
entretanto, pode ocorrer de uma maneira mais indireta, sem custar uma vida
humana sequer. Pode ser apenas uma catástrofe tecnológica, que faça nossas
comunicações entrarem em colapso. E a economia. E a governabilidade das nações.
E a produção de alimentos, que, ao fim e ao cabo, é quem define o limite entre
a vida e a morte para bilhões de pessoas.”
Finalizando esta
crônica, até porque não sou cientista, estou ainda curtindo Trombone de prata:
Ouvi dizer que o
mundo vai-se acabar,
(...)Pode
acabar a vergonha,
Pode acabar o
petróleo,
Pode acabar tudo
enfim,
Mas deixem o
frevo pra mim.
Sobre cristologia
Entendendo cristologia
como a reflexão que, partindo da realidade de Jesus Cristo e de fé, nos remete
para a nossa realidade, digo que a cristologia da sublime abstração, que é ver
o Cristo Sublime, como também Espiritual, não se compromete com os pobres e se
torna muito alienante, pois Jesus Cristo tomou partido pelos pobres; como
também a conferência Latino-Americana em Puebla.
Essa
cristologia, que é representada pelos grupos carismáticos, pentecostais,
folcolares etc, esquece-se do Jesus histórico e lembra o Jesus amor. Isto se
torna abstração, porque esquece a realidade do povo de hoje e porque não se
compromete com o pobre. Esta cristologia é comparada ainda quando dita assim:
Cristo é o poder, seria de socializar o poder temporal. Dizer que o poder dos
políticos vem de Deus, isto é alienante.
O que mais me chama a
atenção é a pluralidade da Igreja (dos grupos) na época de Jesus, assim como
também o sinédrio. Os grupos que eram os fariseus (judeus que seguiam as leis
de Moisés e se achavam puros. Povo de moral perfeita e por isso eram
admirados); os saduceus (eram a aristocracia. Deste grupo saíam muitos
sacerdotes que faziam parte do sinédrio. Eles faziam o jogo do Império Romano e
acabavam com os movimentos contra o Império, não acreditavam na ressurreição);
os essênios (eram os monges radicais que viviam fora da sociedade. Eles viviam
uma vida perfeita na comunidade); os herodianos (seguiam a política de
Herodes); os zelotes (vinham das camadas mais baixa da sociedade, eram
guerrilheiros contrários radicalmente ao Império Romano).
Analisando o ontem e o
hoje, dizemos que esta pluralidade na Igreja é representada, atualmente, pelos
grupos: jovens, vicentinos, carismáticos, folcolares, que tinham as tendências
diferentes em relação ao trabalho na Igreja de hoje. No que concerne ao
sinédrio (notamos esse, tribunal de judeus), sendo manipulado pelo Império
Romano em conjunto com algumas pessoas de um grupo, como os saduceus.Jesus,
ensinando a alguns saduceus, disse: "Tomai cuidado com os mestres da lei
que gostam de circular por aí com roupas vistosas, de receber saudações nas
praças, de ocupar as primeiras cadeiras nas sinagogas e os primeiros lugares
nos banquetes, e devoram os bens das viúvas encobrindo tudo isso com longas
orações: serão julgados com o maior rigor!" MC 12:38, 39 et 40.Analisando
este texto, dizemos que os mestres da lei na antiguidade da Igreja eram os
escribas, que hoje na nossa sociedade política (e não religiosa) são os
políticos (os deputados, os senadores, os vereadores e os políticos indiretos).
Com estes escribas, politiqueiros de hoje devem tomar cuidados: são demagogos,
andam elegantes, usam a religião para ganhar votos do povo e jamais
beneficiá-los. Essas viúvas do texto para nós são os pobres, são os índios, que
são roubados e expulsos das terras pela lei dos escribas-políticos, que os
grande tubarões - usam contra esses pobres coitados. Fugindo um pouco do texto,
mas estando nele de maneira crítica, concluo com a parte do Sermão da Montanha,
que diz: "Felizes os famintos e sedentos de justiça porque serão
saciados."
Sepulcro
caiado
Viver
em um país do futebol?
Prisões,
assassinatos, assaltos, eleições,
corrupções,
desempregos, cemitérios dos vivos...
catacumbas
em culto nos dias de finado.
Outras
caiadas ou coloridas
de
terra e flores diversas.
Uma
beleza por fora estão
e
por dentro em estado
de
decomposição.
Lá
fora os grevistas lançavam
um
manifesto esclarecendo
as
razões da greve à população.
Não
há uma união nem amor ao próximo.
Cuja
permissão do sistema
da
polícia e da justiça
se
mostram incapazes de resolver.
O
Brasil é um grande sepulcro caiado,
como
aquela citação bíblica
que
agradou aos guardas que ficaram
tomando
conta onde Jesus foi sepultado.
O
nome de Deus em vão!
Eu vou dizer
Muitos usam o nome de
Deus em vão.
Quem já não leu
Aqueles adesivos nos vidros
Traseiros dos carros?
“Deus me deu de presente”,
“Esse carro é propriedade de Jesus”,
“Esse veículo é guiado por Deus”,
“Deus é fiel...”
Um bem ou mal:
“Deus tá vendo!”
Não paga o que deve:
“Deus lhe pague!”
Pedindo esmola:
“Deus te abençoe!”
Fazer um pedido:
“Se Deus quiser!”
Pedido alcançado:
“Graças a Deus!”
De um perigo eminente:
“Deus me salvou!”
Correndo tudo às mil maravilhas:
“Deus é pai...”
Termino este trabalho com a primeira Epístola de
João 4: 20-21:
“Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão,
é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a
Deus, a quem não vê.
Ora, temos da parte dele este mandamento, que
aquele que ama a Deus, ame também a seu irmão.”
2 – Jesus
O meu nome é Jesus Amilov, filho de Onivlakovitch
Amilov de Jesus, o meu pai sempre
dizia que Jesus era um louco em dizer que era filho
de Deus, um Deus criado pelo homem. Eu venho copiando somente as boas ações do
meu xará, tais quais suas palavras de
amor e bondade, sem essa de “graças a Deus”! Nunca ficarei como um cordeirinho,
apenas para agradar grupos de alienados religiosos ou não. A natureza difere do
Deus pregado pelas religiões, e quem pode nos fazer acreditar na existência de um Deus
criado pelo homem? Os próprios religiosos se contradizem. Os dogmas proíbem
falar do lado humano de Jesus Cristo, mas eu falo, mesmo sabendo que isso não
agrada aos alienantes religiosos, irreligiosos e até mesmo aos ateus. Claro que
a manipulação das igrejas primitivas, bem como as igrejas Católica e
Evangélicas, têm como base a criação do mito Jesus. Por exemplo: Um caso que
aconteceu na ditadura militar de 1964 em Pernambuco-Brasil, quando da deposição
de Arraes e o bárbaro espancamento de Gregório Bezerra, este que foi amarrado
e, quase em passeata (sou testemunha que o povo caminhava calado atrás do
cortejo militar do Exército), levaram-no em direção à Praça de Casa Forte para
ser enforcado em plena praça pública, por ordem do então major Villocq. O
trucidamento foi impedido graças à madre superiora do colégio Sagrada Família,
que telefonou para o Bispo Dom Lamartine e o mesmo se comunicou imediatamente
com o QG do IV Exército, pedindo clemência ao General Justino Alves,
argumentando que não era possível que a cidade assistisse, passivamente, ao
enforcamento. Se o enforcassem, ele também não seria um mito?
Alguns irreligiosos me consideram um deísta, tal
como Voltaire que afirmou: “acredito no Deus que criou os homens, não acredito
é no deus que os homens criaram”. Bom, como escritor e livre-pensador, leio
livros religiosos, etc, para reflexão filosófica espiritualista (arte ou
ciências).
Já fui impedido de exercer meu direito democrático
de divulgar meu trabalho por ateus ignorantes e preconceituosos...
Povo:
- Esse porra, é lá Jesus?
- Um lascado desse, Jesus voltou...
- Dizem que ele é sobrinho do grande Kalvinovitch,
mais conhecido por “Cristo Mulato”.
- Cristo Mulato escreveu o seu livro com o
pseudônimo de Kalvinovitch Amilov!
– Ele era um homem bom.
– Sofreu muito
por nós.
– Ele amava o
nosso Brasil.
ALTO FALANTE (Voz
de homem) – “Então, se alguém vos disser: Eis aqui o cristo!, ou: Ei-lo ali!
Não acrediteis; pois surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando sinais
e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos”. (MC – 13:21 e 22)
– Vocês ouviram?
Ele era um falso profeta!
– Ele nunca disse
ser o Cristo Jesus, ele gostava mais que o chamassem de Kalvinovitch.
- Era doido mesmo! Falar mal do governo em praça
pública.
– E ele nunca
enganou ninguém, e morreu defendendo esta pátria realmente há muito tempo mal
governada!
MENINOS (Num só coro) – “Cristo morreu”!
– É o destino de todos nós.
– País de
sofrimento ingrato!
– País dos
corruptos, como são grandes os escândalos...
– Continuaremos a
luta... Aqueles dois majores da polícia provocaram tudo isto! Digo os nomes
deles, sem medo de errar...
– Nem diga, que
me causa nojo os nomes desses imbecis. Não merecem sair no livro de grande
porte. Saindo, é promoção pra eles. Está no prelo o segundo livro de
Kalvinovitch. Sairá lá para outubro ou novembro. Não sai agora por causa destas
propagandas políticas. As editoras gráficas estão cheias de serviço.
- E o teatro,
vamos terminar?
– Vamos, sim. Kalvinovitch fez tudo direitinho,
e pede para você dar prosseguimento aos seus trabalhos com o resultado do novo
governo! ele escreveu pouco sobre os CRISTOS brasileiros.
– Eu já li os
manuscritos dele. São ótimos... eu sou suspeito... O seu quociente de
inteligência (QI) era muito elevado e...
– Ele escreveu
até o mês passado. – dizia o padre.
– O meu dever
será cumprido.
– Sim, você está
pensando bem. Dê continuidade, mesmo. O nosso povo tem que assistir a esta
peça. É de lei.
– Eu estou
esperando as eleições para presidente da República e vamos ver quem será
eleito, se vai ou não fazer um bom governo.
– Deus ouvirá as
nossas súplicas. Aguardaremos. – dizia uma beata.
– Irei, agora
mesmo, buscar o teatro de Kalvinovitch e dar uma pressa no romance. Época de
campanha política é parada, é fogo esta gente...
– É isto aí.
Depois, você me entregue.
– Tchau, gente.
- A Copa do Mundo este ano será em casa, pois este
é o País do Futebol. A presidente já disse que torceu pelo Brasil mesmo presa
em plena ditadura militar.
- É disso que o povo gosta, quem não se lembra
quando o Brasil foi eleito sede da Copa do Mundo 2014?, ninguém protestou.
Estarei relendo, após a Copa, o poema de Carlos Drummond de Andrade “E agora,
José?”
Nota – Alguns trechos extraídos da peça teatral
“O Cristo
Mulato”, ed. 1994, foram encontrados na mochila de
Kalvinovitch apenas são lidos pelos personagens (Onivlakovitch e Berenice).
Recife (Casa Amarela) – Pernambuco – Brasil,
outubro, 2013 / novembro, 2014.