quarta-feira, 16 de julho de 2014

Mercado de Casa Amarela


                     Foto – O autor na frente do Mercado de Sítio Novo (2014).



Mercado de Casa Amarela

Por José Calvino


A maioria dos meus leitores (que eu conheço) são de Casa Amarela e muitos deles dizem que leram os meus livros. Sábado, 12 do corrente mês, tive o bel prazer de tomar conhecimento através do blog Recanto das Letras de um comentário de Rinaldo Ramos, sobre “Reminiscências de minha Casa Amarela”, e aproveito para agradecer, na certeza de que não faltará oportunidade de nos encontrarmos pessoalmente. Transcrevo então, na íntegra, o referido comentário :  

“Parabéns pela brilhante crônica. Como Casamarelense, hoje com 65 anos, vivi grande parte desses momentos mágicos que você relata e, como peladeiro do Alto Santa Isabel (Nado), conheci quase todas as figuras citadas por você. O Lenildo, o Brivaldo, o Paulinho e o Guabera (meu técnico nos Jogos Colegiais pelo Colégio Don Vital) foram figuras que marcaram minha mocidade no campinho do Canto da Vila, cuja maior arma da turma da Vila do Trabalho era os buracos, o terreno acidentado e, também, d pau que cantava quando o placar se tornava adverso. Enfrentei o Canto da Vila por diversas vezes, algumas vezes do lado do Confiança do Alto da Favela, do Catedráticos do Alto Santa Isabel, do Centro do Monteiro, etc; e vencer o abarrancado Canto da Vila era um tormento. Relembro, ainda, que no passado, passando na Vila do Trabalho tive o prazer de bater uma caixa com o Silvino, outro grande jogador do Canto da Vila e um dos meus melhores marcadores. Duro, seguro, porém leal...um craque !! Bem, a história do cinema, minha grande paixão, vai ficar para o próximo contato, talvez para uma crônica neste blog ou mesmo para o livro da minha vida, se porventura, eu crie coragem em escrever no futuro. Afinal, este comentário é para parabenizar o José Calvino. Assim sendo, "PARABÉNS CALVINO" e muito obrigado por acrescentar momentos de nostalgia e, por que não dizer, momentos de alegria com as lembranças de um passado feliz. Rinaldo Ramos de Araújo”
No mesmo sábado, que surpresa agradável, o meu amigo Azambujanra pela manhã chegou  de visita à minha casa, contando que leu a recente crônica “Corredor da Morte”, parabenizando e retificando, como sempre (e agradeço muitíssimo) que o nome do vigia  autor do crime que matou a golpes de faca-peixeira foi Israel, irmão do Elias, citado na referida crônica. Sugeri então visitar alguns Mercados Públicos. O primeiro foi o de Sítio Novo em Olinda (foto), mais novo do que eu 13 anos. Foi inaugurado em 1954.
- Nós somos mais velhos do que o prédio dos Correios da Guararapes, que é de 1950, sabia? – disse Azambujanra. Até aí estava tudo muito bem, mas uns intrusos  que estavam nos ouvindo intrometeram-se na conversa.
- Não fala disso, que me faz lembrar o goleiro Barbosa, aquele que morreu sem o perdão de ter levado um gol do uruguaio Ghiggia, na Copa de 1950. Embora que com essa derrota de 7x1, o Barbosa já pode descansar em paz.
- Pra mim, somando perdeu de 10x1 e ainda deixaram fazer o gol de honra.
- De honra ou de consolação?
- No dia, um torcedor fantasiado, carregando pendurada ao pescoço uma corrente de prata com uma figa e uma miniatura da taça da Copa do Mundo junto a uma mini garrafinha da Coca-Fifa, quebrou uma televisão com raiva da maior derrota sofrida pela Seleção Brasileira...
Esse papo foi nas imediações do Mercado Público da Encruzilhada e  achamos por bem nos retirarmos indo para Casa Amarela e lá conversamos  sobre o Mercado Público daquele bairro, um dos principais da cidade do Recife. Foi inaugurado em 9 de novembro de 1930. Como Casa Amarela nos anos 50 era considerado o maior bairro do Brasil, é bom e de interesse histórico registrar alguns dados: o Mercado fica localizado no início da Feira livre, a maior do Recife e que começa na esquina da Rua Padre Lemos, onde hoje é uma farmácia pintada de amarelo. Segundo a história, antigamente era de propriedade do português Joaquim dos Santos, que ali se mudara a conselho médico e uma vez se curando (sic) da tuberculose resolveu pintar a casa de ocre, ficando assim conhecido o final da linha do bonde como Casa Amarela, surgindo dessa forma o nome do bairro. Pesquisando, encontrei registros mostrando que o Mercado foi construído com estrutura totalmente metálica ou de ferro, com cobertura de telhas francesas. O material para sua construção foi remanescente do antigo Mercado da Caxangá, quando  demolido, e foi trazido de bonde pela Empresa Borrione,  em 1928.
Finalmente, no domingo 13 do corrente, tranquilamente  resolvemos assistir à final da Copa, próximo ao Mercado de Casa Amarela. A Alemanhã é campeã da Copa do Mundo de 2014!



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