Foto – O autor na
frente do Mercado de Sítio Novo (2014).
Mercado de Casa Amarela
Por José Calvino
A maioria dos meus leitores (que eu conheço)
são de Casa Amarela e muitos deles dizem que leram os meus livros. Sábado, 12
do corrente mês, tive o bel prazer de tomar conhecimento através do blog
Recanto das Letras de um comentário de Rinaldo Ramos, sobre “Reminiscências de
minha Casa Amarela”, e aproveito para agradecer, na certeza de que não faltará
oportunidade de nos encontrarmos pessoalmente. Transcrevo então, na íntegra, o
referido comentário :
“Parabéns
pela brilhante crônica. Como Casamarelense, hoje com 65 anos, vivi grande parte
desses momentos mágicos que você relata e, como peladeiro do Alto Santa Isabel
(Nado), conheci quase todas as figuras citadas por você. O Lenildo, o Brivaldo,
o Paulinho e o Guabera (meu técnico nos Jogos Colegiais pelo Colégio Don Vital)
foram figuras que marcaram minha mocidade no campinho do Canto da Vila, cuja
maior arma da turma da Vila do Trabalho era os buracos, o terreno acidentado e,
também, d pau que cantava quando o placar se tornava adverso. Enfrentei o Canto
da Vila por diversas vezes, algumas vezes do lado do Confiança do Alto da
Favela, do Catedráticos do Alto Santa Isabel, do Centro do Monteiro, etc; e
vencer o abarrancado Canto da Vila era um tormento. Relembro, ainda, que no
passado, passando na Vila do Trabalho tive o prazer de bater uma caixa com o
Silvino, outro grande jogador do Canto da Vila e um dos meus melhores
marcadores. Duro, seguro, porém leal...um craque !! Bem, a história do cinema,
minha grande paixão, vai ficar para o próximo contato, talvez para uma crônica
neste blog ou mesmo para o livro da minha vida, se porventura, eu crie coragem
em escrever no futuro. Afinal, este comentário é para parabenizar o José
Calvino. Assim sendo, "PARABÉNS CALVINO" e muito obrigado por
acrescentar momentos de nostalgia e, por que não dizer, momentos de alegria com
as lembranças de um passado feliz. Rinaldo Ramos de Araújo”
No mesmo sábado,
que surpresa agradável, o meu amigo Azambujanra pela manhã chegou de visita à minha casa, contando que leu a
recente crônica “Corredor da Morte”, parabenizando e retificando, como sempre (e
agradeço muitíssimo) que o nome do vigia autor do crime que matou a golpes de
faca-peixeira foi Israel, irmão do Elias, citado na referida crônica. Sugeri
então visitar alguns Mercados Públicos. O primeiro foi o de Sítio Novo em
Olinda (foto), mais novo do que eu 13 anos. Foi inaugurado em 1954.
- Nós somos mais
velhos do que o prédio dos Correios da Guararapes, que é de 1950, sabia? –
disse Azambujanra. Até aí estava tudo muito bem, mas uns intrusos que estavam nos ouvindo intrometeram-se na
conversa.
- Não fala disso, que
me faz lembrar o goleiro Barbosa, aquele que morreu sem o perdão de ter levado
um gol do uruguaio Ghiggia, na Copa de 1950. Embora que com essa derrota de 7x1,
o Barbosa já pode descansar em paz.
- Pra mim, somando
perdeu de 10x1 e ainda deixaram fazer o gol de honra.
- De honra ou de
consolação?
- No dia, um
torcedor fantasiado, carregando pendurada ao pescoço uma corrente de prata com
uma figa e uma miniatura da taça da Copa do Mundo junto a uma mini garrafinha
da Coca-Fifa, quebrou uma televisão com raiva da maior derrota sofrida pela
Seleção Brasileira...
Esse papo foi nas
imediações do Mercado Público da Encruzilhada e achamos por bem nos retirarmos indo para Casa
Amarela e lá conversamos sobre o Mercado
Público daquele bairro, um dos principais da cidade do Recife. Foi inaugurado
em 9 de novembro de 1930. Como Casa Amarela nos anos 50 era considerado o maior
bairro do Brasil, é bom e de interesse histórico registrar alguns dados: o
Mercado fica localizado no início da Feira livre, a maior do Recife e que
começa na esquina da Rua Padre Lemos, onde hoje é uma farmácia pintada de
amarelo. Segundo a história, antigamente era de propriedade do português
Joaquim dos Santos, que ali se mudara a conselho médico e uma vez se curando
(sic) da tuberculose resolveu pintar a casa de ocre, ficando assim conhecido o
final da linha do bonde como Casa Amarela, surgindo dessa forma o nome do bairro.
Pesquisando, encontrei registros mostrando que o Mercado foi construído com
estrutura totalmente metálica ou de ferro, com cobertura de telhas francesas. O
material para sua construção foi remanescente do antigo Mercado da Caxangá, quando
demolido, e foi trazido de bonde pela
Empresa Borrione, em 1928.
Finalmente, no
domingo 13 do corrente, tranquilamente resolvemos assistir à final da Copa, próximo
ao Mercado de Casa Amarela. A Alemanhã é campeã da Copa do Mundo de 2014!
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