No alto, rua
sem asfalto, sem saneamento básico...
Embaixo, à noite, a tristeza antes e após a maior derrota da história de cem anos da “Seleção Canarinha”
Embaixo, à noite, a tristeza antes e após a maior derrota da história de cem anos da “Seleção Canarinha”
(Fotos do
autor, ano/2014)
Copas do Mundo
Por José
Calvino
“ Eu sou brasileiro,
com muito orgulho, com muito amor” (Nelson Biasol). A tradicional música
cantada pela torcida brasileira durante jogos da seleção na Copa do Mundo.
Em 2006, com a
derrota do Brasil para a França por 1x0, escrevi para alguns jornais sob o
título “Seleção Calabar”, dizendo: “(...). Os torcedores brasileiros deveriam
comemorar porque a Seleção Brasileira é composta por verdadeiros 'Calabar'.
Aliás, piores, porque o então desertor alagoano não traiu o Brasil já que,
vendo-se diante de uma dupla ação: continuar o seu país a ser colônia portuguesa
ou tornar-se colônia holandesa, optou pelos holandeses. A primeira Copa do
Mundo foi realizada em Montevidéu em 1930. A vitória final foi da seleção
uruguaia, a maioria das equipes eram sul-americanas. Segundo consta, a derrota
do Brasil foi comemorada em São Paulo, pois o time brasileiro era conhecido
como 'seleção carioca'. Pasmem, agora a maioria dos jogadores jogam na Europa.
'Seleção Calabar'"!
Amigos, em
Copas do Mundo (um evento que sempre é custeado com dinheiro público), a
maioria do nosso povo entusiasma-se com a Seleção Brasileira de Futebol. Muitos
pernambucanos até citam com desenvoltura os nomes dos campeões mundiais
pernambucanos, tudo muito bem. Por que esse mesmo povo não se esforça com a
mesma emoção em lutar para mudar para melhor o nosso país? Desculpem a minha
franqueza, estou torcendo para que esse mesmo povo saiba que patriotismo não é
perturbação com foguetório anárquico de quatro em quatro anos. Enquanto isso quantas outras necessidades,
como seja, saúde, educação e emprego digno são esquecidos. Além do gasto colossal de dinheiro que traz
benefícios, mas para os empresários em
geral, autoridades e políticos envolvidos. Como já ia esquecendo, e as tais
celebridades?, alguns fazendo papel até de garotos(as) propagandas. Uma
verdadeira “lavagem cerebral” realizada em todas Copas do Mundo. Neymar, por exemplo, quando
assumiu que vestiria a camisa 10 na Copa, procurou mostrar uma forte personalidade. É
lamentável e como é difícil coordenar um conjunto de pessoas com
características que diferenciam uma pessoa de outra no pensar, no agir, etc.
A abertura da
Copa do Mundo, este ano foi aqui no Brasil e o primeiro jogo foi em 12 de junho, provocando
protestos em sete capitais brasileiras:
São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Recife Salvador e Porto
Alegre. As manifestações repercutiram internacionalmente pelo fato de profissionais
da imprensa estarem entre os detidos e feridos. A Anistia Internacional também
criticou a ação da Polícia Militar no protesto em São Paulo por fazer uso de força
desproporcional para reprimir uma manifestação pacífica. Indignei-me quando
assisti pela TV a atitude de um policial militar para com um manifestante, já
imobilizado, ficar friamente pondo bem próximo dos olhos do detido jatos de
spray (não sei de que), um absurdo! Já
aqui no bairro de Campo Grande-Recife, os analfabetos e bajuladores do prefeito
e vereadores enfeitaram uma rua com bandeiras e fitas com as cores do Brasil .
Armaram umas tendas próximas a um esgoto transbordando detritos e exalando um
forte mal cheiro. Com toda inércia do governo Municipal, assistiram todos os jogos cantando (com voz forte) no
início das partidas o Hino Nacional: “Oviram
dos piranga... “/ “Do que a terra Margarida” / “Mas, se ergue da justiça a Casa
Forte...”/ “Dos filho Deus só é mãe... pratamada Brasil”.
Sinceramente,
por causa de tanta anarquia dos torcedores mal educados e afrescalhados, fico
satisfeitíssimo quando o time do Brasil
perde e num instante todos ficam quietinhos. Fiquei com esse desânimo desde quando o time do Brasil perdeu a Copa
para a França de Zidane, para mim um dos melhores jogadores do mundo, incluindo
é claro, Garrincha e Guaberinha (falecidos), Pelé e outros. A anarquia foi praticamente
igual a esta. Finalizando, pra mim essa Copa ainda foi pior. Coincidiu ser
realizada nos festejos juninos (São João e São Pedro), misturando-se toques das cornetas Vuvuzelas,
criadas pelos africanos na Copa de 2010, fogos com fogueiras e haja fumaça e
fedentina!!! Para um bom entendedor,
isso é patriotismo? Como o poeta falou: o Brasil coloriu! Perdeu a voz e
recolheu a fantasia.
E, para relembrar a famosa seleção “Cacareco”, estou
relendo o livro 85 Anos de Bola Rolando, de Givanildo Alves. A elaboração do
projeto gráfico e capa foram feitas pelo meu filho Euclides de Andrade Lima.
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