terça-feira, 27 de outubro de 2015

O olhar e as Reminiscências


O olhar e as Reminiscências

Por José Calvino

No passado a praça Rio Branco, também conhecida como Marco Zero (no bairro do Recife antigo) era aconchegante. Em 30/01/2000, na Folha de Pernambuco, registrei o meu repúdio aos que fizeram com a referida praça. Foram arrancados os bancos, as árvores conhecidas como “Coração de Negro”, que abrigavam um casal de papagaios; e a estátua do Barão do Rio Branco, que ficou de lado para o mar e não de frente como era anteriormente. O local ficou descampado com uma grande quadra pintada (ótima para frevar e jogar capoeira). Eu vi, nisso, um grande desrespeito aos pernambucanos, sobretudo, à natureza. Enfim, cadê os papagaios?  

Domingo, 25 do corrente, no espaço do Carlinhos/Giovanne, comentando sobre as árvores e bancos que foram arrancados do Marco Zero, relembramos das árvores que haviam no Morro da Conceição: Oitizeiros, Carolina e “Coração de Negro”. A Prefeitura do Recife plantou diversas mudas, sobretudo  a que ilustra essa crônica e que foram regadas (sic) por Raul e Cachito.

O Morro da Conceição e Alto José do Pinho, que sempre eclodiram em efervescência cultural! Relembramos também dos movimentos independentes que aconteciam na Praça D. Odete Gomes de Almeida: era um verdadeiro tesouro cultural, com a participação de alguns de seus habitantes, mesmo sem apoio dos órgãos competentes aos eventos locais, como consta nas crônicas, livros (livretes), CD’s, etc. Este ano (2015), surge agora um projeto da Prefeitura do Recife em parceria com a Fundação Gilberto Freyre, que contempla a Zona Norte no mapa turístico do Recife, previsto para acontecer até dezembro. Mas, até agora isto não saiu do papel. E, sem pessimismo, ao meu ver estão querendo é aparecer, pois a realidade deve ser dita face a qualquer propaganda enganosa. É o meu papel de escritor e de cronista social, defendendo a liberdade de opinião, pois estamos cansados de tantas promessas dos governos municipal, estadual e federal.

No alto, Marco Zero (foto Google).
Embaixo, o autor próximo à árvore coração-de-negro. Praça D. Odete Gomes de Almeida – Morro da Conceição – Casa Amarela (foto Janaynna Barbosa, ano 2015).


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