Encabulados
Por José Calvino
“Há
soldados armados, amados ou não
Quase
todos perdidos de armas na mão
Nos
quartéis lhes ensinam antigas lições
De
morrer pela pátria e viver sem razão”
(Geraldo
Vandré)
Quem vive no mundo da música e da literatura
tem relação com a luta patriótica, como nos versos da canção de Vandré.
Em
20 de junho de 2013, diretamente do quartel da Polícia Militar de Pernambuco,
no Derby, publiquei no meu blog Fiteiro Cultural, a crônica sob o título “O
maior xexeiro no País do futebol”, que os problemas existem e são
reivindicações de estudantes e dos trabalhadores de modo geral...
A Polícia Militar é considerada força auxiliar, uma reserva
do Exército, organizada com base na hierarquia e na disciplina. Subordina-se
diretamente ao Governador do Estado. São proibidas quaisquer manifestações
coletivas, tanto sobre atos de superiores, quanto às de caráter
reivindicatório. Os princípios democráticos em qualquer nação livre baseiam-se
no senso de justiça de todas as instituições de governo, entre as quais deve
existir o respeito mútuo.
No ano de 2001 a então major da PM de
Minas Gerais Miriam Assumpção e Lima lança seu livro, intitulado “A Major da PM
que tirou a Farda”. Certo tempo depois, no teatro do Forte das Cinco Pontas (Recife-PE),
durante uma palestra sobre o seu livro, a major fardou-se encapuzada para a
plateia. Não houve debate! A referida policial mineira, que tentou diversas
vezes transformar a corporação, sofreu algumas punições por tal ousadia. Na
época, escrevi para o Jornal do Commercio sobre o título acima, questionando:
será que uma polícia procedendo assim (mascarada) resolve a situação do nosso
País? Eu mesmo já fui abordado na Rua
Gonçalves Dias (rua que dá acesso à favela do “Bururu” no bairro de Campo
Grande – Recife) por grupos fardados e
encapuzados (de preto). Destaco aqui uma alerta que sempre abordo: enquanto o
nosso governo não investir na educação, emprego digno e saúde nunca haverá paz
entre nós.
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