Novo Ano
José Calvino
“O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos,
dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o
silêncio dos bons.”
Um Novo Ano se inicia com a maioria do nosso povo, como sempre,
entusiasmado com as festividades que o antecedem: shows, réveillon, mentiragens
fantasiosas no tocante às áreas de justiça, saúde, educação e segurança. Eu
considero, repito, o dia primeiro como o dia mais hipócrita de todos os tempos.
Por que esse mesmo povo, nos demais dias não se esforça com a mesma emoção e
luta para mudar para melhor o nosso país? Sinceramente, acho importante o
Governo Federal investir na autodisciplina a fim de possibilitar a educação da
vontade do desenvolvimento das capacidades física, intelectual e a moral da
população.
A meu ver, sem dar uma solução aos problemas existentes e ainda por
cima dizer que o poder dos políticos vem de Deus é uma prática alienante. Conheço gente que faz apologia ao
regime ditatorial e ainda quer a volta dos militares. Só mesmo quem não lê e
não conhece a história para não saber que no tempo da ditadura Vargas, ou
Estado Novo, o regime era apoiado pelas classes médias e por amplos setores das
burguesias e que essa mesma ditadura regia uma polícia que agia segundo o
regime, não respeitando a cidadania da
ingente maioria do povo brasileiro.
Finalizo esta primeira crônica do ano repetindo que a fé popular
deve manter-se acima das alianças formuladas em gabinetes refrigerados ou em
hotéis de luxo. Os interesses populares devem se sobrepor a todas as alianças e
interesses pessoais ou de grupos políticos, sob pena de jogarmos pelo ralo os
sonhos e anseios de milhões de brasileiros.
Estou confiante no otimismo de Dilma Vana Rousseff, reeleita
presidenta da República, para que este ano (2015) seja o
momento de enterrarmos séculos de injustiças, com a construção de uma nova
pátria. Existe um Programa Estadual de Desburocratização do Governo Federal do
Estado. Quando se lê: “Vamos agilizar e simplificar o atendimento ao cidadão”, percebemos
claramente que, na prática, alguns setores não tratam, principalmente os
pobres, como pessoas cívicas. É inexistente o tratamento digno aos cidadãos! Fazendo-nos
distanciar desta politicagem festiva, comemorada por aqueles que só conhecem o
País pelo que escutam dele falar, mas que estão alheios e alienados da
real verdade de penúria desta gigantesca e injustiçada nação. A qual amamos, idolatramos,
chamada Brasil!!!
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