Tráfego
*Por José Calvino
Mais uma vez Azambujanra com o estudo das questões literárias na sua casa em Olinda. Sempre às quartas-feiras o poeta se reúne com os amigos e, numa dessas reuniões comentamos sobre o Corredor Norte-Sul, que será construído sem os quatro polêmicos viadutos na Avenida Agamenon Magalhães. Nesse cenário de engavetamento dos projetos de monotrilho, etc, Azambujanra lembrou o sonho do protagonista do livro de minha autoria “O ferroviário”:
“(...) quando Luiz Carlos dormia, sonhando sendo preso como comunista...
Em seu segundo sonho, o trem entrava em um túnel subterrâneo e não mais saía, mergulhando na lama do Coque. Depois, avistava as pessoas entrarem e saírem de um buraco, pelo chão a dentro.
- Será que, no futuro, será assim nas metrópoles?
Ora o trem mergulhava num túnel totalmente escuro (Intervalo) e depois já se encontrava em plena liberdade num trem, sem nuvem de fumaça, nos corredores com pistas altas e baixas: uma para o trem e bonde, outras para ônibus e carros (Intervalo). Em segundo plano via-se, beirando, rios e o mar de Olinda.”
Nos asteriscos sugeri futuro metrô de superfície ou plano elevado por monotrilho: Brum/Casa Amarela – Recife/Olinda ( “O ferroviário –Cap. IV, p. 41 – Ed. 1980).
Sempre tenho sugestões para a Prefeitura Cidade do Recife e Governo do Estado analisarem o tráfego, algumas delas já foram publicadas nos jornais da cidade: A – construir plataformas para embarque e desembarque de passageiros nas paradas dos ônibus, principalmente nas de grande risco de atropelamento. B – Dois planos verão e inverno. Paradas de ônibus geralmente são muito próximas uma das outras (Plano Inverno). Paradas longe uma das outras (Plano Verão). Para melhorar o trânsito no centro do Recife melhoraria com o retorno dos coletivos se as linhas Norte e Centro retornassem pelo Parque 13 de Maio e Rua da Aurora. A linha Sul retornaria pelo Cais de Santa Rita. No centro ficariam apenas viaturas das polícias, forças armadas, imprensa, ambulâncias, bombeiros, taxis e automóveis particulares.
Eu procuro mostrar aos leitores que é impossível termos em Recife um metrô subterrâneo, porque na escavação na altura de uns três metros de profundidade, acredito que se encontra água e essa é a característica da cidade, praticamente construída por sobre mangues aterrados.
O monotrilho evitaria tudo isto, como também as desapropriações, por exemplo. A ligação da estação Joana Bezerra à cidade de Olinda poderia também ser feita por sobre os canais da Avenida Agamenon Magalhães. Já a Avenida Norte (hoje Av. Norte, Miguel Arraes de Alencar), principal via de ligação entre o Brum e a Zona Norte do Recife, poderia ser desapropriada, no entanto a comunidade deveria receber o valor realmente de direito por seus imóveis. O monotrilho causaria mais benefícios do que impactos negativos, pois haverá mais espaço para o tráfego.
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