Nem Savoy nem
Canto do Poeta no Recife
Por José Calvino
Há três anos, o Grupo Universitário Maurício de Nassau anunciou a compra do Edifício Sigismundo Cabral, endereço do antigo Bar Savoy, que era um símbolo glorioso, ligado à história do Recife! Agora só restava o Canto do Poeta. Sábado à noite, resolvi novamente reviver o Recife de outrora. Desta vez, fui ao Canto do Poeta, no primeiro andar de onde existia o Bar Savoy, na Avenida Guararapes. Para a minha surpresa, o Canto do Poeta também não existe mais. Pelo Savoy, passaram quase todos intelectuais e figuras proeminentes da região, mesmo aqueles que não bebiam bebidas alcoólicas, como é o caso do ex senador Marco Maciel que, quando governador, ajudou o Bar do Poeta. Marco Maciel se embriaga somente com as transcendentes vibrações da poesia.
Conforme o excelente livro chamado Bar Savoy, de autoria de Edilberto Coutinho, Carlos Pena Filho e Mauro Mota o freqüentavam quase diariamente. O livro contêm muitas quadrinhas de Mauro Mota, chistosas e engraçadas, endereçadas aos colegas, nem sempre de natureza muito amena. Consta que, tendo Esmaragdo Marroquim presenteado uma certa poetisa com um vidrinho de perfume, Mauro Mota saiu-se com essa: “Esmaragdo Marroquim/ faz de otário o papel/não se dá perfume assim/dá-se perfume em motel.”
Por lá andaram Laurênio Lima, Odilon Ribeiro Coutinho, Altamiro Cunha, Murilo Costa Rego, Ariano Suassuna, Marcus Accioly, Odorico Tavares, Marcos Vinicius Vilaça, Otávio de Freitas, Audálio Alves, Olívio Montenegro, Marcos Freire,´Abdoral de Souza Leite, Geraldo Tenório Aoun, Samuel Mac Dowell, Wilson Alvim, Maviael Lima (irmão), José do Patrocínio, José Condé, Edmir Domingues, etc. O Savoy foi fundado em 1944 pelo espanhol Alvarez, passando para os irmãos Simões e, por fim, para o português Joaquim Esteves Pereira, que inaugurou o Canto do Poeta. Esteves, a quem Gilberto Freyre chamava “o bom Esteves”, abandonou o Recife. Na sua gestão, o Savoy transformou-se em uma verdadeira entidade cultural, promovendo concursos, cursos, palestras e adquirindo um magnífico acervo de excelentes obras de arte.
No livro de Edilberto Coutinho constam os poemas que concorreram aos concursos, inclusive dois de Mário Hélio, agora editor da revista Continente que, ao que consta, está fazendo grande sucesso. No primeiro concurso de poesia Bar Savoy , Carlos Pena Filho foi vencido por Marcus Accioly, com o poema Elegia a Carlos Pena Filho. O júri foi composto por Lucila Nogueira e Cesar Leal. No segundo, o prêmio maior coube a Mário Hélio, com o poema As Oito Fauces do Poema. No terceiro concurso – Carlos Pena Filho foi vencido por Iran Gama, com o poema Savoyar, uma beleza, digno de figurar nas mais seletas antologias.
Freqüentava o Savoy há anos sem conta, agora ficou só na lembrança: painel 30 homens sentados, Bumba Meu Boi, Cangaceiro, Rosa Amarela, Carlos Pena Filho, Capiba, etc. O painel é de autoria de Lailson . Há, também, vários quadros de diversos autores no Canto do Poeta: Flutuante, Ponte Giratória, Rua Sigismundo Gonçalves... Agora, o português Esteves sem ajuda material da parte dos órgãos culturais, não sabe o que fazer com o acervo. O painel azulejado de Corbiniano Lins danificou-se, uma pena.
Por José Calvino
Há três anos, o Grupo Universitário Maurício de Nassau anunciou a compra do Edifício Sigismundo Cabral, endereço do antigo Bar Savoy, que era um símbolo glorioso, ligado à história do Recife! Agora só restava o Canto do Poeta. Sábado à noite, resolvi novamente reviver o Recife de outrora. Desta vez, fui ao Canto do Poeta, no primeiro andar de onde existia o Bar Savoy, na Avenida Guararapes. Para a minha surpresa, o Canto do Poeta também não existe mais. Pelo Savoy, passaram quase todos intelectuais e figuras proeminentes da região, mesmo aqueles que não bebiam bebidas alcoólicas, como é o caso do ex senador Marco Maciel que, quando governador, ajudou o Bar do Poeta. Marco Maciel se embriaga somente com as transcendentes vibrações da poesia.
Conforme o excelente livro chamado Bar Savoy, de autoria de Edilberto Coutinho, Carlos Pena Filho e Mauro Mota o freqüentavam quase diariamente. O livro contêm muitas quadrinhas de Mauro Mota, chistosas e engraçadas, endereçadas aos colegas, nem sempre de natureza muito amena. Consta que, tendo Esmaragdo Marroquim presenteado uma certa poetisa com um vidrinho de perfume, Mauro Mota saiu-se com essa: “Esmaragdo Marroquim/ faz de otário o papel/não se dá perfume assim/dá-se perfume em motel.”
Por lá andaram Laurênio Lima, Odilon Ribeiro Coutinho, Altamiro Cunha, Murilo Costa Rego, Ariano Suassuna, Marcus Accioly, Odorico Tavares, Marcos Vinicius Vilaça, Otávio de Freitas, Audálio Alves, Olívio Montenegro, Marcos Freire,´Abdoral de Souza Leite, Geraldo Tenório Aoun, Samuel Mac Dowell, Wilson Alvim, Maviael Lima (irmão), José do Patrocínio, José Condé, Edmir Domingues, etc. O Savoy foi fundado em 1944 pelo espanhol Alvarez, passando para os irmãos Simões e, por fim, para o português Joaquim Esteves Pereira, que inaugurou o Canto do Poeta. Esteves, a quem Gilberto Freyre chamava “o bom Esteves”, abandonou o Recife. Na sua gestão, o Savoy transformou-se em uma verdadeira entidade cultural, promovendo concursos, cursos, palestras e adquirindo um magnífico acervo de excelentes obras de arte.
No livro de Edilberto Coutinho constam os poemas que concorreram aos concursos, inclusive dois de Mário Hélio, agora editor da revista Continente que, ao que consta, está fazendo grande sucesso. No primeiro concurso de poesia Bar Savoy , Carlos Pena Filho foi vencido por Marcus Accioly, com o poema Elegia a Carlos Pena Filho. O júri foi composto por Lucila Nogueira e Cesar Leal. No segundo, o prêmio maior coube a Mário Hélio, com o poema As Oito Fauces do Poema. No terceiro concurso – Carlos Pena Filho foi vencido por Iran Gama, com o poema Savoyar, uma beleza, digno de figurar nas mais seletas antologias.
Freqüentava o Savoy há anos sem conta, agora ficou só na lembrança: painel 30 homens sentados, Bumba Meu Boi, Cangaceiro, Rosa Amarela, Carlos Pena Filho, Capiba, etc. O painel é de autoria de Lailson . Há, também, vários quadros de diversos autores no Canto do Poeta: Flutuante, Ponte Giratória, Rua Sigismundo Gonçalves... Agora, o português Esteves sem ajuda material da parte dos órgãos culturais, não sabe o que fazer com o acervo. O painel azulejado de Corbiniano Lins danificou-se, uma pena.
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