terça-feira, 9 de outubro de 2012

Aniversário de Sofia


   Na foto aparecem, da esquerda para a direita, o autor, Francielly Karine (neta da aniversariante) e Wilson, seu avô.


Aniversário de Sofia

Por José Calvino



Domingo, foi uma festa de arromba no Morro da Conceição, área de ar mais puro do Recife. Maria Aldacir Pereira, mais conhecida por “Sofia” (por ter alguns traços parecidos com os da atriz italiana Sophia Loren), comemorou o seu aniversário no novo espaço, o Bar de Sofia. O meu amigo Azambujanra, como um bom observador, aliás, ele é um notívago que conhece todos os bares da cidade,  foi assim que foi convidado pelo amigo Wilson do Morro para animar a festa. Solícito,  ele foi conhecer o novo espaço.
Azambujanra faz parte de uma espécie  cada dia mais rara de folclorista,  um tipo como um Câmara Cascudo ou Mário Souto Maior. Na hora do parabéns pra você, Azambujanra pediu para todos se levantarem e cantar  com a melodia diferente da tradicional. Após o “Parabéns...”, fomos apresentados a um metido a engraçado, trajando uma camisa branca com os dizeres “Professor Sexual”. Seu sotaque sugeria a origem paulista, entretanto, nasceu em Timbaúba interior de Pernambuco. Já a aniversariante se orgulha de ter nascido no Morro da Conceição. Parabéns, Sofia. O metido a engraçado começou a recitar uma poesia dizendo ser de sua autoria: “(...) O amor não tem pressa/ Ele pode esperar em silêncio/ Num fundo de armário,/ Na posta-restante,/ Milênios, milênios/ No ar// E quem sabe então...”.
Eu sei, é de Chico Buarque,  entrecortou Azambujanra, fazendo os presentes rirem. Wellington, filho da aniversariante e de Wilson,  pede então que Azambujanra  comece a animação e ele,  com a mesma performance de 2006, quando foi a estrela de uma festa de confraternização no Zezim Bar em Casa Amarela. Inteligentemente deu continuidade a “Futuros Amantes”, de Chico Buarque. Juntei-me a ele e, a quem interessar possa, segue a reprodução, em resumo, do   show, gratuita:

Misturei “O Ébrio”, de Vicente Celestino, com “Maracatu Barco Virado”.
“Tornei-me um ébrio e na bebida busco esquecer/ Aquela ingrata que eu amava e que me abandonou...”.
- Olha que batuque, minha gente... – Azambujanra na brincadeira começou a falar estrambólico: “ Reck lay mil rex luna chevoley hal perst raí lok sir dave money Calvin...”
A propósito, silenciamos. Percebi que o público gostou de determinado momento, quando  contávamos algumas historietas do meu CD Miscelânea Recife: “Samba de um calouro”, “Almas penadas”, “Personagens folclóricas”, etc. O meu amigo Azambujanra preocupado, então cantou Casa Amarela: “Recife cidade linda/ De uma natureza infinda/ Do nordeste do meu Brasil/ Tens um subúrbio afastado/ Com tantas belezas mil: Casa Amarela...”
Recitamos Morro e Balas perdidas e também cantamos muito frevo e samba em homenagem aos compositores pernambucanos. Finalizamos com um parabéns pra Sofia pelo seu sucesso, sempre na medida certa.  




Um comentário:

  1. Poeta,Escritor e nas horas vagas Compositor,nosso respeito e admira�o pela seu empenho a valoriza�o no Nosso Querido e saudoso MORRO DA CONCEI��O

    RIO DE JANEIRO / OUTUBRO 2012

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