sexta-feira, 27 de julho de 2012
Nossa politicagem festiva
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Nossa politicagem festiva
Por José Calvino
Em uma noite qualquer com o tilintar de copos, e o desfile de gente bonita, sarada e saudável. A leve brisa soprando do verde atlântico, com mil flertes e grandes bate-papos, tendo-se a nítida sensação de que estamos no primeiro mundo. A presença de dezenas de carros novos e muitos importados, o cheiro de perfume de qualidade impregna o ambiente. Assim é a cara de alguns bares no Recife e Olinda. Ponto de encontro da nossa classe média, em ambientes sofisticados, com preços inacessíveis à ingente maioria da classe proletária brasileira.
Caracterizando-se pela sua opção de "ricos", onde discutem-se política com relação ao futuro do País. Um point caracterizado pela freqüência dos metidos a ricos e politiqueiros da pior espécie, que de tão longe conhecem os reais problemas nacionais. Os sofisticados coquetéis e um derrame de um bom malte escocês retratam com nitidez toda essa alienação coletiva.
São cartões de crédito, cheques especiais e dinheiro em espécie, com contas astronômicas que dariam para comprar diversas cestas básicas, fugindo em muito à atual realidade da classe trabalhadora, que desconhece os sabores dos filés à parmegiana, dos salmões defumados, casquinha de siri e do caviar. Pessoas que clamam por uma justiça social e melhor divisão de rendas, sem ceder um milímetro em sua qualidade de vida, um festival de hipocrisia que fazem-nos acreditar que vivenciamos uma autêntica democracia festiva, longe, muito longe da atual realidade nacional.
A atual trajetória dos políticos e suas alianças comprometem, e muito, o futuro em prol do social. A fé popular deve manter-se acima das alianças formuladas em gabinetes refrigerados ou em hotéis de luxo. Os interesses populares devem-se sobrepor a todas as alianças e interesses pessoais ou de grupos políticos, sob pena de jogarmos pelo ralo os sonhos e anseios de milhões de brasileiros. É a hora e o momento de enterrarmos séculos de injustiças, com a construção de uma nova pátria. Fazendo-nos distanciar desta politicagem festiva, que só conhecem o País porque escutam falar, e que estão alheios e alienados da real verdade de penúria desta gigantesca e injusta nação, que amamos, idolatramos chamada Brasil!!!
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