Salário digno
Por José Calvino
Tal qual meu pai,
telegrafista ferroviário
manipulava o telégrafo
pelo brilhante trabalho
fazendo tudo honestamente.
Mas, vergonhosamente o salário é
mínimo(1)
e se os elogios de todos são
hipócritas
prefiro o salário digno
com sublimidade da virtude
abandonando o orgulho, como o meu
pai
que era chefe de estação ferroviária
e morreu sem deixar um alicate.
(1)O salário mínimo foi criado pelo
ex-presidente Getúlio Vargas em 1940.
A poesia acima é uma
alerta para os governos, sobretudo o Federal . Pois, com certeza, uma
boa parte dos nossos intelectuais vivem politica e culturalmente esperando uma oportunidade para mamar nas
tetas do governo. É muito fácil ficar em cima do muro e criticar. Onde estão
aqueles que patrocinam o Clube
Carnavalesco “O Galo da Madrugada”, que sai do Recife nos carnavais
arrebanhando uma multidão incalculável? Por quê nunca se rebelaram contra
qualquer desgoverno? Será que ninguém ainda não percebeu? É notório que os três poderes
(Legislativo, Executivo e Judiciário) há anos estão corrompidos e que os
cidadãos estão reféns dos desmandos de quem deveria defender seus direitos. Um
absurdo!
A presidenta Dilma Rousseff, reeleita, euforicamente demonstrou muito otimismo sobre
as conseqüências das investigações da Polícia Federal na operação Lava Jato. A
presidenta disse que a mudança seria no sentido de que vai acabar com a
impunidade que vem acontecendo há muito tempo no país, ressaltando:“A questão
da Petrobras é simbólica para o Brasil. Acho que é a primeira investigação
efetiva sobre corrupção no Brasil que envolve segmentos privados e públicos”.
Realmente é verdade, mas, ao meu ver após as investigações policiais, ela mostrará mais eficiência se
for rápida na execução das penas cabíveis. Destaco ainda a relevância de se
acelerar a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de número 300-A
de 2008, que trata da unificação das polícias em todos estados do Brasil.
Enfim, termino esta
crônica com a poesia intitulada "Olho na Inflação":
A inflação sempre andou solta
Lembro do corte dos três zeros...
Assim, ficou cruzado novo
Mas, o confisco foi horrível e
colorido.
Dizem que a corrupção anda solta
Que o conto de réis foi bom
E o cruzeiro antigo, também
E eu não tinha um vintém.
O povo fala na carestia
Os poderosos na hipocrisia
Só escritores podem sentir esse
carnaval:
Pobreza, miséria... o “escambau”!
Porém, em função da inflação
O real o povo quer
E os ricos que diabo são?