quarta-feira, 27 de novembro de 2013

LIVRO AINDA É O MELHOR PRESENTE
















Livro ainda é o melhor presente


 Por José Calvino 



Sugestão: Cobrem das principais livrarias todos os livros... 

1 - O FERROVIÁRIO – 90 pp. É o enfoque da vida do trabalhador, o seu dia-a-dia e as                           crises sociais e familiares geradas pelos conflitos econômicos da categoria.

2 - O GRANDE COMANDANTE – 111 pp. Aborda toda a rede paralela do poder; seus                  conflitos e organização. Lança a questão principal: Quem comanda a tudo?

3 – O CRISTO MULATO – 126 pp. Trata da problemática racial: seus preconceitos e relações em uma sociedade discriminatória.

4 - AONDE IREMOS NÓS? – 127 pp. Questionamentos sobre o destino da sociedade, do ser humano no dia-a-dia de sua existência, sobretudo em suas contradições. A abordagem da identidade do homem e da mulher, suas dificuldades com relação às questões ligadas ao sexo. Toda a trama se desenvolve em torno de um eixo principal, o hermafroditismo. Daí por diante, todos os personagens seguem suas trajetórias de vida, envolvidos nos problemas da condição humana propriamente dita. Calvino não se prende* nesse romance, como era de se esperar, apenas ao tema central, enriquecendo todo o trabalho com a abordagem de outros assuntos polêmicos.

5 - TREM & TRENS –  80 pp. O teatro de Calvino, enfeixa um ótimo trabalho, sintetizado na força de comunicação que revela, enfocando com primazia o aspecto social e o econômico em que se debate a grande massa de trabalhadores em ferrovias e por extensão*todo o trabalhador de um modo geral, pela ávida execução do poderoso patrão.

6 - O CRISTO MULATO – (Aumentado) - Teatro homônimo do romance do autor.

7 - O PAI DO CHUPA – 82 pp. Versa sobre a existência da personagem que dá nome à obra. A figura fantasmagórica do Pai do Chupa, preocupou por longo tempo o povo recifense, especialmente os habitantes do bairro de São José. Calvino, ao romantizar a vida do personagem, dá-lhe uma nova roupagem, tramando uma estória amorosa, mais atraente à leitura, sem, contudo, escambar a verdade...O autor coloca, neste livro, informações a respeito do local,suas lendas e peculiaridades que foram fruto de uma extensa pesquisa sobre o tema.

8 - MISCELÂNEA RECIFE (Mistura do que existe para presente e futuro) – 136 pp. Trata-se de uma série de publicações veiculadas pela imprensa, nas quais Calvino lança um olhar clínico sobre o Recife, sua beleza e seus problemas. É uma visão humana, pessoal, sem caráter técnico ou acadêmico, da Veneza Pernambucana.

9 - DROGAS & CRIMES – 105 pp. Romance/2003.

10 - TREM FANTASMA  (Contos poéticos e humorísticos) – 72 pp. Algumas poesias deste livro foram publicadas com charges na Folha de Pernambuco.

11 - OS PACIENTES DO DOUTOR FRÓIDE – 106 pp. Romance/2007.

12 – FITEIRO CULTURAL – 318 pp. Crônicas & Poesias/2011.

13 – JESUS – Inédito – Livreto – 2013.

FOI  REINAUGURADO, SEM FESTA,  O FITEIRO CULTURAL!


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

STF: querendo aparecer



STF: querendo aparecer

Por José Calvino


- Me tire daqui, eu tenho direito a prisão especial. Quero a presença do meu advogado, urgente! Os meus direitos estão sendo desrespeitados – disse revoltado um preso de justiça no Regimento de Cavalaria Dias Cardoso da Polícia Militar.
- Preso é preso, já viu preso cheio de direito? – repreendeu o sentinela com o mosquetão nos ombros.

O major sub comandante do Regimento, tomando conhecimento, ordenou ao oficial de dia a retirada  do preso do xadrez e o uso do telefone da guarda (extensão telefônica). Perfilando-se e dando continência, o oficial deu meia volta e retirou-se do recinto do comando. O major manda o sargento comandante da guarda providenciar a placa já escrito PRISÃO ESPECIAL, para casos de reclamações de advogados. Foi chamado às pressas o coronel comandante  por ser formado em direito para atender o advogado que estava irritado com o tratamento dado ao seu constituinte.

- Coronel, o meu constituinte é médico e tem direito a prisão especial.
- Vamos lá, doutor! – disse calmamente o coronel comandante.

Mostrando a placa ao advogado daquela “prisão especial”, o mesmo já mais calmo resolveu solicitar a transferência do médico para um presídio comum. Até porque, nos quartéis da Polícia Militar é proibida visita conjugal, horrível até para os próprios militares. Naquele Esquadrão de Cavalaria  houve uma fuga,   muito criticada por sinal, do engenheiro Zaratine, também do ex-major José Ferreira. As críticas eram dirigidas tanto à Polícia Militar quanto ao Governo de então.

A frase que dá o título a esta crônica é óbvia. A prisão dos condenados no processo do Mensalão na véspera do feriado de 15 de novembro, proclamação da república? Isso, a meu ver, é querer aparecer,  só um imbecil que não tem consciência do que se mostra pela imprensa escrita, falada e televisada. O STF já vinha sendo visto pelo público televisivo como uma casa de espetáculos no período do julgamento.

Os presos do semiaberto dormem em colchões no chão, não têm privacidade nas celas, mas um buraco apelidado de “boi”, no qual se colocava um pote de plástico com areia para não sair o mal cheiro. Sentindo-se humilhado e, para não fazer as necessidades fisiológicas no “boi”, o médico por ter problemas cardíacos e formação de nível superior, foi transferido  para a enfermaria do presídio, sempre algemado em cada deslocamento e, lá, veio a óbito. Como existem muitos presos com prisões ilegais, cadê os direitos humanos? Eles, coitados, não têm um poder aquisitivo para se defender contratando advogado, pois os de ofício do Estado não vão à cadeia impetrar “habeas corpus” questionáveis. A que ponto chegou este país!

O eminente professor e advogado Roque de Brito Alves, em seu artigo “A prisão e outros temas”, publicado no Diário de Pernambuco, 20/11/13, adianta: “Enquanto as estatísticas ultimamente  publicadas revelam a situação lamentável do nosso sistema penitenciário, a começar pela superpopulação carcerária (cerca de 520 mil enquanto somente comportaria 380 mil presos), inclusive com o número expressivo de presos provisórios (cerca de 38%), ainda não julgados e detidos por mais tempo do que permite a lei, com aproximação do ano eleitoral de 2014 voltam senadores e deputados ao debate de projetos que reduzem a maioridade penal para 16 anos (...). Enquanto no Brasil em 2012 foram praticados mais de 47 mil homicídios e a sua população carcerária era de mais de 520 mil presos, na Dinamarca foram praticados somente 3 (três) delitos de homicídio e a Suécia agora em novembro de 2013 ‘fechou’, desativou 3 (três) grandes penitenciárias por falta de criminosos... fatos que por si mesmos dispensam qualquer comentário...”.   



terça-feira, 19 de novembro de 2013

"Castigo de Deus"

“Castigo de Deus”

Por José Calvino



- A senhora ainda teve apoio da igreja, e eu que não tive de ninguém? – argumentou Azambujanra à Beata escrevinhadora que havia lançado o seu primeiro livro.
- Tive apoio de Deus, de Deus! – Respondeu neurastênica a Beata, de  braços erguidos, quase tendo um troço, o que fez com que  Azambujanra evitasse aquela cena desagradável, pois ele soubera  que a mesma havia tido um começo de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
- Ele tinha deixado de beber – disse a amiga de Azambujanra.
- Foi castigo de Deus, mulher! – disse a comadre da amiga de Azambujanra.
- E ele, na gozação, sempre dizia quando estava bebericando:
 “ Eu não pulo do ‘A’ para o ‘V’, eu faço o alfabeto todo: a,b,c,d... - adiantou um carola amigo de Azambujanra. 


Qualquer coisa ruim que acontece, esse povo diz logo que é castigo de Deus, somente porque o meu amigo Azambujanra gosta de ler as blasfêmias de Saramago, que era ateu, como é o caso do escritor grego Nikos Kazantzakis. Esse povo não tem o que fazer, não?, pois fala demais!!!

15 de novembro de 2013. Azambujanra está sem pretensão alguma de comemorar a “Proclamação da República”, até porque, o que há para se comemorar estando cheia de corruptos? Nem tão pouco no próprio feriado, chamado  de “feriadão” por muitos, quando a data cai numa sexta-feira ou numa segunda-feira deixando, desta feita, de ser o primeiro dia útil, paralisando  repartições públicas e escolas. Isso é a República Federativa do Brasil!


Azambujanra ao comentar a palestra da jornalista espanhola Pilar Del Rio (viúva do escritor José Saramago,  homenageado da noite de 14 de novembro na abertura da Festa Literária Internacional de Pernambuco - Fliporto), que este ano teve a  figura do escritor paraibano José Lins do Rego (1901-1957) como o principal homenageado, citou emocionado que ela transmitiu o pensamento do romancista português e Nobel da Literatura de 1998, sobre a crise econômica mundial, com aplausos do pequeno público: “Saramago dizia que não havia nenhuma crise econômica, que o dinheiro não poderia ter simplesmente sumido. A crise, para ele, era de ordem moral”.

Quando chega nessa época do ano Azambujanra fica impressionado com a hipocrisia. Fala com exaltação dos doutores, militares e políticos corruptos, que se defendem como se fossem exemplos perfeitos quando tomam conhecimento ou escutam as palavras “falcatrua”, “violência”, etc, como se não cometessem esses atos contra os seus semelhantes.

- O governo é um xexeiro de marca maior e conta com a conivência de alguns  elementos da justiça – esclareceu Azambujanra.


Sem apoio  Cultural e sem ouvir os meus conselhos, Azambujanra resolveu bancar mais uma vez a edição do seu livro (sem título) o qual distribuiu  na Praça do Carmo, na cidade de Olinda. O amigo, com a difícil tarefa de divulgação, teve um começo de AVC. Mas, com otimismo, continuamos  a prestigiar o evento que se estendeu até domingo, 17 de novembro desse ano.

Finalizando, é sempre bom lembrar o que respondeu José Saramago quando lhe  perguntaram: “Como podem homens sem Deus serem bons?” E ele respondeu tranquilamente: “Como podem homens com Deus serem tão maus?”






quinta-feira, 14 de novembro de 2013

SEM JEITO



SEM JEITO*

Por José Calvino


Vou ensinar uma coisa
de certa pessoa
pra você ter uma idéia
dizer qualquer coisa
até sem jeito
para então, aprender
cada pessoa tem a sua filosofia
como pode ter jeito...

Pode ser até exercício
esse teu jeito de aprender
e por questão de matutice
você dê valor e vai entender
se não, não vai merecer
tudo vai ser em vão
essa questão sem jeito
só pensar em errar...

Se continuar a gaguejar
por favor preste atenção:
jogue longe esse sem jeito
se ponha bem concentrada
nas coisas boas da vida
durante toda a vida
só tem jeito quem tem jeito
de dançar no palco da vida

A gente não é como o trem
que só anda na linha...
Novamente vou dizer
para aprender a ter jeito
é como o poeta diz:
tudo depende da habilidade
que se tem
aptidão natural você tem!!!

*Extraído do livro "Fiteiro Cultural", pp. 36-7 - ed. 2011.


Descarrilamento




     
             Descarrilamento*

         Por José Calvino



           Nosso amor, querida,

foi um descarrilhamento longínquo
           
           de  “Maria  Fumaça”.


*Extraído do livro "Fiteiro Cultural", p.39 - ed. 2011. 



  

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Amando com oitava


Amando com oitava*


Por José Calvino




Só em pensar
fico animado
por ela existir
tesão pelo que vejo
sinto o coração palpitar
toda vez que vejo
é um tesão
e aqui estar.


*Recife/2010 – Extraído do livro: “Fiteiro Cultural”, p.39 – Edição do autor.



terça-feira, 5 de novembro de 2013

Esmola é sucesso internacional


Esmola é sucesso internacional 

Por José Calvino 


“...Não à esmola,
é o sim ao emprego digno.
Não à violência,
é o sim da paz.
Não à ignorância,
é o sim da educação.”




Antigamente, quando os empregados iam almoçar, escutavam dos patrões: “Povo pra comer que só uma derrota”! Esse mesmo povo brasileiro, voltado aos seus anseios por dias melhores, elegeu em 2002 Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 2006 a imprensa mundial fez menção à reeleição de Lula. O jornal britânico “Financial Times” deu esse enfoque na matéria que publicou sobre  reeleição com o título “Wall Street ama Lula”. Os sites  ingleses, assim como as norte-americanas CNN e NBC e a inglesa BBC de Londres, também enfatizaram a vitória de Lula. A CNN, na época, ressaltou que a população premiou Lula pelo combate à pobreza e que denúncias de corrupção não atingiram sua imagem. Com o programa do governo Lula, através do qual  cada brasileiro fazia três refeições por dia (Fome Zero), eu tinha certeza de que ouviria: “Viva Lula”.

Em abril de 2013, o ex-presidente assinou um contrato com o jornal norte-americano The New York Times para escrever uma coluna mensal sobre política e economia internacionais.
 Nas comunicações radiotelegráficas internacionais, vamos para os aspectos que chamam atenção dos estrangeiros (sic), entre eles  a capilaridade da nossa rede de pagamentos. Consta que o Bolsa Família não difere de outros programas de padrão internacional. O sucesso dos programas europeus, por exemplo, está no modo que estes gerenciam o conjunto de políticas públicas, mantendo as crianças na escola e a assistência à saúde.

Admirado fico eu, por que aqui no Brasil o governo não investe na educação, saúde e emprego digno para uma melhoria real do bem-estar geral da população? Eu e o meu amigo Azambujanra resolvemos então ouvir a voz do povo na periferia do Grande Recife. Notamos uma série de irregularidades, a pior delas é que muitos vivem na dependência econômica do referido programa, principalmente os que trabalham sem contudo poder reivindicar melhores condições de trabalho e um salário digno. Muitos religiosos dizem: “Graças a Deus recebo o Bolsa Família”. Acredito que, a propósito,  falta fiscalização por parte do governo, para beneficiar a classe empresarial na arrecadação dos impostos e outras vantagens e, conseqüentemente,  ficar como  compras de votos.

Finalizo esta crônica com uma mensagem do ex-presidente dos Estados Unidos Abraham Lincoln:

 “É possível enganar parte do povo, todo tempo. É possível enganar parte do tempo todo povo, mas jamais enganará todo povo, todo tempo.”